Avaliação da orientação médica sobre os efeitos colaterais de benzodiazepínicos
Data
2004-03-01
Tipo
Artigo
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Resumo
OBJECTIVES: Benzodiazepines are among the most prescribed drugs indicated as anxiolytics, hypnotics, myorrelaxants or antiepileptics. Their main side effects are: reduced psychomotor activities, interaction to other drugs, like alcohol, and the development of dependence. In the present study it was evaluated the quality of the medical directions given to patients about those side effects. METHODS: One hundred and twenty patients (39 men and 81 women), mean age of 48 years old, who visited pharmacies in Curitiba to buy prescribed benzodiazepines, were interviewed by an open or directive questionnaire designed to obtain the medical directions about benzodiazepines side effects. RESULTS: Directions about the three main benzodiazepines side effects were observed only in 13% of the patients, 27% had received at least two and 40% only one, while 19% reported no directions. It suggested that the medical orientation was precarious and its quality was not influenced by the patients' educational level, the kind of medical attendance or the specialty of the physician. The main orientation cited was ''don't drink'' (85%), followed by ''don't drive or operate machines'' (46%), while few orientations about the risk to develop dependence on benzodiazepines was observed (31%). CONCLUSION: This suggests that physicians were worried about the alcohol interaction risk, which can be dangerous for the patients. The high number of patients using benzodiazepines continuously for more than one year (61%), the unsuccessfully attempt to stop using BZD (94%) and the poor information about the duration of the treatment (22%) were all related to the low medical worry about dependence on benzodiazepines.
OBJETIVOS: Os benzodiazepínicos, pelos seus empregos como ansiolítico, hipnótico, miorrelaxante e anticonvulsivante, são muito prescritos. Os efeitos colaterais que comprometem o paciente são: diminuição da atividade psicomotora, interação com outras drogas, como o álcool, e o desenvolvimento de dependência. Neste estudo, avaliou-se a qualidade da orientação médica sobre esses efeitos colaterais. MÉTODOS: Foram entrevistados 120 pacientes (39 homens e 81 mulheres) com idade média de 48 anos que procuraram as farmácias de Curitiba, Paraná, para comprar benzodiazepínicos. Para avaliar as orientações médicas recebidas sobre os efeitos colaterais dos medicamentos, aplicou-se um questionário com perguntas abertas e estimuladas. RESULTADOS: Treze por cento dos pacientes relataram ter sido orientados sobre os três tipos principais de efeitos colaterais, 27% a respeito de pelo menos dois e 40% sobre pelo menos um, enquanto que 19% não recebeu nenhuma orientação. A qualidade da orientação não foi influenciada pelo grau de instrução do paciente, pela especialidade do médico prescritor e pelo tipo de atendimento (particular ou público). Houve predomínio da orientação ''não beber'' (85%), seguida do cuidado para operar máquinas e dirigir veículos (46%), e por último, a orientação sobre o desenvolvimento de dependência (31%). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que os médicos estavam mais preocupados com o risco de interação com o álcool, que pode ser fatal. O elevado número de pacientes que usavam a medicação de modo contínuo por mais de um ano (61%), o insucesso na interrupção da medicação (94%) e a pouca orientação sobre o tempo de uso do medicamento (22%) podem indicar a falta de preocupação do médico com a possível dependência induzida pelos benzodiazepínicos.
OBJETIVOS: Os benzodiazepínicos, pelos seus empregos como ansiolítico, hipnótico, miorrelaxante e anticonvulsivante, são muito prescritos. Os efeitos colaterais que comprometem o paciente são: diminuição da atividade psicomotora, interação com outras drogas, como o álcool, e o desenvolvimento de dependência. Neste estudo, avaliou-se a qualidade da orientação médica sobre esses efeitos colaterais. MÉTODOS: Foram entrevistados 120 pacientes (39 homens e 81 mulheres) com idade média de 48 anos que procuraram as farmácias de Curitiba, Paraná, para comprar benzodiazepínicos. Para avaliar as orientações médicas recebidas sobre os efeitos colaterais dos medicamentos, aplicou-se um questionário com perguntas abertas e estimuladas. RESULTADOS: Treze por cento dos pacientes relataram ter sido orientados sobre os três tipos principais de efeitos colaterais, 27% a respeito de pelo menos dois e 40% sobre pelo menos um, enquanto que 19% não recebeu nenhuma orientação. A qualidade da orientação não foi influenciada pelo grau de instrução do paciente, pela especialidade do médico prescritor e pelo tipo de atendimento (particular ou público). Houve predomínio da orientação ''não beber'' (85%), seguida do cuidado para operar máquinas e dirigir veículos (46%), e por último, a orientação sobre o desenvolvimento de dependência (31%). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que os médicos estavam mais preocupados com o risco de interação com o álcool, que pode ser fatal. O elevado número de pacientes que usavam a medicação de modo contínuo por mais de um ano (61%), o insucesso na interrupção da medicação (94%) e a pouca orientação sobre o tempo de uso do medicamento (22%) podem indicar a falta de preocupação do médico com a possível dependência induzida pelos benzodiazepínicos.
Descrição
Citação
Revista Brasileira de Psiquiatria. Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, v. 26, n. 1, p. 24-31, 2004.