Prevalência do HTLV-1/2 em gestantes e perfil imunológico de crianças expostas por via vertical
Data
2012
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivo: avaliar alteracoes de marcadores do sistema imune de criancas expostas ao HTLV por via vertical. A determinacao da taxa de prevalencia da infeccao pelo HTLV-1/2 nas gravidas submetidas a exames sorologicos durante o pre-natal foi objetivo secundario avaliado. Metodos: 13.382 gravidas atendidas em unidades basicas de Saúde no Estado do Para realizaram, durante o pre-natal, triagem sorologica para os seguintes agentes infecciosos: Toxoplasmose, Rubeola, Citomegalovirus, Hepatite B e Hepatite C, Sifilis, HIV-1/2 e HTLV-1/2. Gestantes com teste reagente anti-HTLV foram selecionadas para o presente estudo, sendo submetidas a confirmacao de resultado por Western Blot (WB). Dados pessoais e demograficos foram obtidos de questionario, e utilizados para descrever o perfil epidemiologico relacionado com infeccao pelo HTLV. Desta avaliacao inicial, a pesquisa entao prosseguiu com foco nos filhos de maes identificadas durante o pre-natal como sendo infectadas pelo HTLV-1/2, afastadas as outras infeccoes investigadas. Em 26 criancas, a transmissao mae-filho da infeccao pelo HTLV-1/2 foi investigada por meio de PCR, e avaliadas as populacoes de celulas NK, linfocitos B, linfocitos T CD4+, linfocitos T CD8+ e linfocitos T CD8+CD38+ atraves de citometria de fluxo. O perfil imunologico obtido foi comparado com referencia baseada na idade cronologica dos individuos. O grupo de criancas foi tambem avaliado considerando-se a condicao de aleitamento materno: (i) amamentados ou nao; e entre os amamentados (ii)por mais ou menos de seis meses. Resultados: A soroprevalencia para HTLV-1/2 em mulheres gravidas no Estado do Para, avaliada pelo teste de ELISA foi de 0,32% (43/13.382 gestantes); HTLV foi confirmado em 41/43 gravidas atraves de Western Blot, sendo identificado HTLV-1 em 39/41 (95.35%) gestantes e HTLV-2 em 01/41 (2.43%); em uma gestante (2.43%) nao possivel identificar o tipo viral. O perfil demografico das portadoras do HTLV foi de: mulheres com idade entre 20-40 anos (idade media de 27,8 ±7,6 anos; 78,4%); residentes da capital Belem, (67,6%); e com nivel medio educacional (56,8%). Outras variaveis mais frequentemente relatadas com a infeccao pelo HTLV foram: inicio da atividade sexual entre 12-18 anos de idade (64,9%) e ter sido amamentada por mais de seis meses (51,4%). Co-infeccoes (sifilis e HIV) foram encontradas em 10,81% (4/37) dessas gestantes. Nenhuma das 26 criancas expostas por via vertical foi identificada como infectada, utilizando PCR para HTLV. Variacoes em relacao aos valores normais para a idade das populacoes de celulas NK, linfocitos B, linfocitos CD4+, linfocitos TCD8+ e linfocitos TCD8+CD38+ foram observadas e nao estiveram associadas ao tipo de aleitamento e ao periodo de aleitamento materno. Diminuicao da percentagem de celulas com fenotipo CD8+CD38+ foi observada em 21/26 criancas avaliadas (80,8%). Criancas amamentadas tiveram valores mais baixos de CD38+ do que aquelas nao amamentadas (p=0,028). Correlacao negativa foi observada entre idade e celulas com fenotipo CD8+CD38+. Conclusoes: A prevalencia de infeccao por HTLV em gravidas no Estado do Para, como em outros estudos nacionais, confirma a endemicidade dessa virose em nosso pais. Criancas expostas ao HTLV por transmissao vertical apresentam alteracoes do perfil imunologico dos linfocitos. Os achados desse estudo podem ser interpretados como um epifenomeno decorrente da exposicao ao virus, sem necessariamente refletir imunidade especifica. Eventos clinicos e imunologicos subsequentes devem ser avaliados em coortes com maior numero de criancas expostas ao virus
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São Paulo: [s.n.], 2012. 126 p.