Brasil em transformação: o impacto da crise climática. Caderno Técnico I, 2024: o ano mais quente da história
Data
2024-12-27
Tipo
Relatório
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Resumo
A Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, coordenada pelo Programa Maré de Ciência da Universidade Federal de São Paulo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a UNESCO, em parceria com a Fundação Grupo Boticário, apresenta o primeiro documento da série “Brasil em transformação: o impacto da crise climática”. Esta série reunirá dados sobre a crise climática no Brasil, abordando a evolução dos desastres ao longo das décadas, os impactos econômicos e sociais e destacando a importância das Soluções baseadas na Natureza (SbN) como caminho para a mitigação e adaptação. O principal objetivo é apoiar jornalistas, comunicadores e tomadores de decisão dos setores público e privado, que atuam nas esferas municipais, estaduais e federais, além de disseminar informações acessíveis à sociedade em geral. Neste primeiro caderno técnico da série, “2024: o ano mais quente da história”, analisamos dados oficiais que confirmam 2024 como o ano mais quente já registrado desde o período pré-industrial (1850–1900). As temperaturas médias do ar e do oceano continuam elevadas em relação às médias históricas, acompanhadas de um aumento significativo no número de desastres relacionados ao clima, com um crescimento médio de 100 ocorrências por ano no Brasil. Para cada aumento de 0,1 °C na temperatura média global do ar, estima-se um acréscimo de R$5,6 bilhões nos prejuízos econômicos decorrentes desses desastres no país. Além disso, os impactos sobre a população brasileira têm se intensificado de forma alarmante, com quase 78 milhões de pessoas afetadas nos últimos quatro anos — o que corresponde a 70% do total contabilizado no período de 2010 a 2019. Paradoxalmente, os recursos destinados a medidas emergenciais e de prevenção de desastres têm diminuído, com uma redução média de quase R$200 milhões ao ano, agravando ainda mais a vulnerabilidade do país diante da crise climática. Sabemos que, em sua maioria, os dados apresentados não são os que gostaríamos de ver. No entanto, frente ao avanço acelerado dos impactos climáticos, é nossa responsabilidade sintetizar e tornar acessíveis essas informações. Queremos contribuir para que a sociedade conheça, debata e pense em soluções, incentivando a tomada de decisão e as mudanças de comportamento necessárias, tanto em nível individual quanto institucional, para reduzir os impactos climáticos e garantir um futuro sustentável para o Brasil. Queremos que a população compreenda a relação dos impactos climáticos com seu dia-a-dia, como, por exemplo, o aumento no custo de energia e alimentos, a escassez hídrica, e as doenças relacionadas ao calor, como a dengue. Queremos também destacar a relação entre a conservação da biodiversidade e áreas naturais com a maior resiliência das pessoas frente aos eventos climáticos extremos. As mudanças climáticas são resultado direto das atividades humanas, que têm alterado significativamente os sistemas do planeta. Neste documento, adotaremos o termo "desastres climáticos" para nos referirmos aos desastres naturais intensificados pelas mudanças climáticas, destacando seu papel no aumento da frequência e intensidade desses eventos que afetam diretamente a população. No entanto, é importante mencionar que, em bases de dados oficiais, os eventos aqui chamados de "desastres climáticos" são classificados como "desastres naturais".
Descrição
Citação
Brasil em transformação: o impacto da crise climática. Caderno Técnico I, 2024: o ano mais quente da história. Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica (UNIFESP-UNESCO-MCTI)/FGB. Santos, SP, 2025.
Palavras-chave
ODS
13. Ação contra a mudança global do clima
3. Saúde e bem-estar
11. Cidades e comunidades sustentáveis