Uso parenteral de polimixinas no tratamento de infeccoes por bacilos gram-negativos multirresistentes
Data
2006
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objetivos: Analisar as caracteristicas clinicas e epidemiologicas, a resposta clinica, e os efeitos colaterais envolvidos no tratamento com polimixinas parenterais nas infeccoes por Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii; e avaliar, nos pacientes com infeccao da corrente sanguinea, o potencial impacto em sua sobrevida, determinado pelo tempo transcorrido entre a coleta das hemoculturas e o inicio das polimixinas. Metodos: Estudo retrospectivo descritivo do uso das polimixinas, no periodo de janeiro de 2001 a dezembro de 2003. De 361 pacientes que receberam polimixinas, elegeram-se 92 com isolamento de P. aeruginosa e Acinetobacter spp. presuntivamente em sangue, liquido pleural e liquido cefalorraquideo, e seus prontuarios foram avaliados. Resultados: Em 73 pacientes, isolou-se um bacilo Gram-negativo em hemoculturas (52 Pseudomonas aeruginosa, 12 Acinetobacterspp., 2 Klebsiella pneumoniae, 2 Stenotrophomonas maltophilia, e 5 outros bacilos Gram-negativos). As doencas de base mais comuns foram as neoplasicas, infecciosas, neurologicas e trauma. Sessenta e nove (70,5 por cento) tiveram hospitalizacao previa em UTI e o periodo medio de hospitalizacao previo a infeccao foi de 38 dias. Vinte e cinco (27,2 por cento) tiveram bacteremias por outros microorganismos nos 15 dias precedentes, e 15 (16,3 por cento) nos 15 dias subsequentes ao inicio das polimixinas. Quinze (16,3 por cento) dos 92 pacientes tiveram bacteremia polimicrobiana, 80 por cento dos quais faleceram. Oitenta e sete (94,6 por cento) receberam antimicrobianos previo as polimixinas, principalmente vancomicina (em 79,3 por cento) e carbapenemas (em 71,7 por cento). Oitenta e seis por cento das Pseudomonas aeruginosa eram resistentes a imipenem. Os indices de resistencia de Acinetobacter spp. as cefalosporinas, amicacina e ciprofloxacina foram maiores de 80 por cento. As polimixinas foram iniciadas antes de 24 horas desde a coleta das hemoculturas em 7,6 por cento, e em 72 horas em 62,1 por cento dos pacientes. A letalidade em 14 dias para as bacteremias por Pseudomonas aeruginosa foi de 54,5 por cento e para Acinetobacter spp. de 50,0 por cento. Oitenta e tres (90,2 por cento) receberam polimixina B e 9 (9,8 por cento) colistina, com duracao media de 14 dias. A mortalidade tendeu a ocorrer quando tardava mais de 24 horas para iniciar-se as polimixinas, ainda que sem significancia estatistica (p=0,250). Dois (2,2 por cento) pacientes tiveram efeitos secundarios neurologicos, 11 (18,3 por cento) de 60 pacientes com funcao renal normal tiveram insufiCiência renal e 2 deles requereram hemodialise. A insufiCiência renal piorou em 12 (41,4 por cento) de 29 pacientes com alteracao renal pre¬polimixinas, 5 dos quais necessitaram hemodialise. Todos os pacientes que requereram hemodialise haviam recebido aminoglicosideos, vancomicina ou anfotericina B concomitantes as polimixinas. Conclusoes: A letalidade das bacteremias por Pseudomonas aeruginosa foi maior que por Acinetobacter spp., e tendeu a ocorrer quando tardou-se mais de 24 horas para iniciar-se as polimixinas, sendo elevadissima nas bacteremias polimicrobianas. A toxicidade neurologica e renal das polimixinas foi semelhante ou menor que em outros estudos previos. Aminoglicosideos, vancomicina e anfotericina B contribuem para a insufiCiência renal quando utilizados conjuntamente com as polimixinas, pelo que devem ser evitados. No Hospital São Paulo e outros nosocomios com perfil epidemiologico semelhante, pacientes e com hospitalizacao prolongada, permanencia em UTI, antibioticoterapia de amplo espectro recente especialmente envolvendo carbapenens, em vigencia de bacteremia devem inicialmente incluir as polimixinas na antibioticoterapia empirica
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São Paulo: [s.n.], 2006. 69 p.