Avaliação da evolução da Fibrose Hepática em pacientes cirróticos com resposta virológica sustentada após tratamento de Hepatite C crônica

Data
2019-09-11
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Background The advent of chronic hepatitis C therapy with direct acting antiviral agents (DAAs) without interferon made possible a cure rate in more than 90% of the infected patients and allowed the evaluation, through noninvasive measures, of changes in the stage disease and the development or resolution of hepatic complications. The objective of this study was to evaluate the evolution of hepatic fibrosis in cirrhotic patients with sustained virological response (SVR) after treatment of chronic hepatitis C with DAAs and to correlate the evolution pattern of hepatic fibrosis with clinical, laboratory and histological variables. Casuistic and Method: A total of 113 cirrhotic patients from the Hepatitis Division of the Federal University of Sao Paulo, treated between January 2016 and December 2017, were included. Non-invasive methods, APRI, FIB-4 and hepatic stiffness were measured using transient elastography (TE) before and after treatment. Results: The APRI and FIB-4 values showed a significant decrease in the comparison before and after treatment. APRI ranged from 2.52 (0.52 - 20.7) to 0.74 (0.24 - 3.82) post-treatment, (P <0.001). Likewise, FIB-4 showed improvement in the indexes, with FIB-4 from 5.71 (1.17 - 23.36) to 3.94 (0.83 - 16.46) post-treatment (P <0.001). In 52 /113 patients, TE was performed before and after treatment. The results showed a median pre-treatment of 21.65 kPa (8.3-48.8) with a significant reduction to 17.6 (5.3-88.0) after SVR (P<0.001). The laboratory parameters ALT, AST albumin and platelets also significatively improved after SVR. The stage of fibrosis assessed by hepatic elastography after a mean period of 14.6 ± 4.4 months, was maintained in 33/52 (63.5%) patients and there was improvement of the stage in 19/52 (36.5%). The absence of improvement in the stage of fibrosis was associated with the presence of portal hypertension (esophageal varices, splenomegaly and platelet count).Conclusions: In patients with hepatic cirrhosis due to hepatitis C, non-invasive fibrosis scores, APRI, FIB-4 and transient elastography obtained significant improvement after sustained virological response with direct-acting antiviral therapy. Improvement of these scores is probably a combination of resolution of hepatic inflammation as well as regression of liver fibrosis. In the presence of portal hypertension, the improvement in the stage of fibrosis in improbable.
Introdução: O advento da terapia para hepatite C crônica com agentes antivirais de ação direta (DAAs) e sem interferon tornou possível taxa de cura em mais de 90% dos pacientes infectados. Por outro lado, a disponibilidade de métodos não invasivos permitiu a avaliação de modificações no estágio da doença e do desenvolvimento ou resolução de complicações hepáticas. Objetivos: Avaliar a evolução da fibrose hepática em pacientes cirróticos com resposta virológica sustentada (RVS) após tratamento de hepatite C crônica com DAAs e relacionar o padrão de evolução da fibrose hepática a variáveis clínicas, laboratoriais e histológicas. Casuística e Método: Foram incluídos 113 pacientes cirróticos acompanhados em um único centro terciário de referência em Hepatologia e tratados com DAAs entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017. Antes e após o tratamento, os sujeitos foram submetidos à avaliação não invasiva da fibrose hepática através dos métodos APRI, FIB-4 e elastografia hepática transitória (EHT). Resultados: Os valores de APRI e FIB-4 apresentaram redução significativa após o tratamento. O APRI foi de 2,52 (0,52 – 20,7) para 0,74 (0,24 – 3,82) no pós-tratamento, (p < 0,001). Da mesma forma, o FIB-4 apresentou melhora nos índices, com FIB-4 de 5,71 (1,17 – 23,36) para 3,94 (0,83 – 16,46) no pós-tratamento (p < 0,001). EHT foi realizada em 52 dos 113 pacientes (46%). Os resultados mostraram mediana pré-tratamento de 21,65 kPa (8,3 – 48,8) com redução significativa para 17,6 (5,3 – 88,0) após a terapia (p < 0,001). Os parâmetros laboratoriais AST, ALT, albumina, bilirrubinas e plaquetas também apresentaram melhora significativa após a RVS. O estágio da fibrose, avaliado por elastografia hepática após um período médio de 14,6±4,4 meses, ficou mantido em 33/52 (63,5%) pacientes e houve melhora do estágio em 19/52 (36,5%). A ausência de melhora no estágio de fibrose se relacionou à presença de hipertensão portal (varizes, esplenomegalia, plaquetopenia). Conclusões: Em pacientes com cirrose hepática por hepatite C, a avaliação funcional hepática e os escores de fibrose por métodos não invasivos, APRI, FIB-4 e elastografia transitória mostraram melhora significativa após resposta virológica sustentada à terapia de antivirais de ação direta. A melhora desses escores é provavelmente uma combinação da resolução da inflamação hepática, bem como regressão da fibrose. Após a instalação de hipertensão portal a melhora do grau de fibrose, quando avaliada pela elastografia hepática, é pouco provável.
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