Utilizacao de beta bloqueador para tratamento de hemangioblastomas de sistema nervoso central em pacientes portadores de Sindrome de von Hippel Lindau

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Data
2019-12-18
Autores
Panicio, Mauricio Isaac [UNIFESP]
Orientadores
Paiva Neto, Manoel Antonio De [UNIFESP]
Tipo
Dissertação de mestrado profissional
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Resumo
Introduction: Hemangioblastomas are rare benign neoplasms of vascular origin, classified as Grade I by the World Health Organization (2016). They are common in the context of von Hippel-Lindau syndrome which is characterized by tumors or cysts of visceral and central nervous system (CNS) localization. In symptomatic cases, the standard treatment established is gross total surgical resection. Propranolol is a nonselective β-adrenergic blocker that inhibits VEGF. It has showed that propranolol reduces viability and induces apoptosis in hemangioblastoma cells in vitro; but there is no consistent data about its action in vivo. Objectives: Evaluate the effect of β-blocker in the treatment of CNS hemangioblastomas in patients with von Hippel-Lindau syndrome; describe the anatomopathological changes of the lesions in patients who underwent surgical resection after use of propranolol. Methods: The study included patients with von Hippel-Lindau syndrome and radiological diagnosis of asymptomatic or oligosymptomatic CNS hemangioblastomas. Lesion volumes were measured by MRI volumetric rendering of each lesion and were decomposed into solid and cystic components. Thereafter, the patients underwent propranolol treatment at a dose of 1.5 mg/kg/day. They had repeated MRI exams every six months to access lesions volumes. Patients who underwent surgical resection of symptomatic lesions had their surgical samples sent for anatomopathological study. Results: Of the five patients followed, four were from the same family, with first- or second-degree kinship. Follow-up ranged from 8 to 18 months following propranolol administration. Four of the patients underwent surgical resection of at least one of the hemangioblastoma lesions during propranolol treatment. The growth rate ranged from 11.53% to 435% every 6 months during treatment, with the largest increase being the result of the cystic component. In the histopathological study, immunohistochemistry for VEGF and caspase 3 were negative in the samples, while immunohistochemistry for Ki-67 had 1% positivity. Conclusion: The study did not show effectiveness in the use of propranolol to control tumor growth; however, it showed suppression of VEGF expression in 1.5 mg/kg/day propranolol treated hemangioblastomas in this population of patients with xvii von Hippel-Lindau syndrome.
Introdução: Os hemangioblastomas são neoplasias benignas raras de origem vascular, classificadas como Grau I pela Organização Mundial da Saúde (2016). São comuns no contexto da síndrome de von Hippel-Lindau, a qual é caracterizada por tumores sólidos ou sólido-císticos de localização visceral e de sistema nervoso central (SNC). Em casos sintomáticos, o tratamento padrão estabelecido é a ressecção cirúrgica total. O propranolol é um bloqueador β-adrenérgico não seletivo que inibe o VEGF. A literatura mostrou que o propranolol reduz a viabilidade, e induz a apoptose em células de hemangioblastoma in vitro; no entanto, não há dados consistentes sobre sua ação in vivo. Objetivos: Avaliar o efeito do β-bloqueador propranolol no tratamento de hemangioblastomas do SNC em pacientes com síndrome de von Hippel-Lindau; descrever as alterações anatomopatológicas das lesões em pacientes submetidos à ressecção cirúrgica de hemangioblastomas após uso de propranolol. Métodos: O estudo incluiu pacientes com síndrome de von Hippel-Lindau e diagnóstico radiológico de hemangioblastomas, assintomáticos ou oligossintomáticos, do SNC. Os volumes das lesões foram medidos por ressonância magnética, e decompostos em componentes sólido e cístico. Posteriormente, os pacientes foram submetidos a tratamento com propranolol na dose de 1,5 mg/kg/dia. Foram repetidos exames de ressonância magnética a cada seis meses para avaliar os volumes das lesões. Os pacientes submetidos à ressecção cirúrgica de lesões sintomáticas tiveram suas amostras cirúrgicas encaminhadas para estudo anatomopatológico e imunohistoquímicos. Resultados: Dos cinco pacientes acompanhados, quatro eram da mesma família, com parentesco de primeiro ou segundo grau. O seguimento variou de 8 a 18 meses em uso de propranolol. Quatro dos pacientes foram submetidos à ressecção cirúrgica de pelo menos uma das lesões de hemangioblastoma durante o tratamento com propranolol. A taxa de crescimento variou de 11,53% a 435% a cada 6 meses durante o tratamento, sendo o maior aumento relativo ao crescimento expressivo do componente cístico daquela lesão. No estudo histopatológico, as xv imunohistoquímicas para VEGF e caspase 3 foram negativas nas amostras, enquanto a imunohistoquímica para Ki-67 teve positividade de 1%. Conclusão: O estudo não demonstrou eficácia no uso de propranolol para controle do crescimento tumoral de hemangioblastomas; no entanto, mostrou a supressão da expressão de VEGF em hemangioblastomas de pacientes tratados com propranolol na dose de 1,5 mg/kg/dia nesta população de indivíduos com Síndrome de von Hippel-Lindau.
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