Estudo prospectivo das alterações metabólicas da desnutrição energético-proteica

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Date
2005
Authors
Martins, Paula Andrea [UNIFESP]
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Sawaya, Ana Lydia [UNIFESP]
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Tese de doutorado
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Abstract
Existem fortes evidências da ligação entre nutrição no início da vida e o aparecimento de' doenças crônicas na vida adulta tais como, obesidade e diabetes mellitus não insulino-dependente. O objetivo do presente estudo foi o de investigar alterações na densidade mineral óssea (DMO) e no metabolismo de glicose e insulina em crianças com baixa estatura nutricional que possam estar envolvidas no aparecimento dessas doenças. Para isso, foram selecionadas 60 crianças, sendo 30 meninos e 30 meninas, em favelas do município de São Paulo. As crianças foram classificadas, de acordo com o indicador estatura para idade, em um grupo com baixa estatura (BE, com estatura para idade ≤ -1,5 escore Z, n=30) e outro grupo com estatura normal (EN, com estatura para idade > -1,5 escore Z, n=30). Após um período de 3 anos foram localizadas através de visitas domiciliares, 53 crianças da amostra original, sendo 27 meninos e 26 meninas. Foi coletada pela manhã, em jejum, uma amostra de sangue (20 ml) para realização de análises bioquímicas, realizada a avaliação antropométrica e clínica e em seguida o exame de' densitometria óssea. Foram dosados os níveis plasmáticos de glicose e insulina e a partir' desses valores, foram calculados os índices que avaliam a função das células 0 pancreáticas (ROMA-B) e a sensibilidade à insulina (HOMA-S). As crianças com baixa estatura tiveram valores semelhantes às do grupo com estatura normal de DMO (g/cm²) no início do estudo, mas após o período de 3 anos, eram diferentes (0.899 vs. 0.982, p=0.001 e 0.870 vs. 0.981, p=0.031; meninos e meninas respectivamente). Da mesma forma, não foram observadas diferenças na DMO para idade no início do estudo, mas após o período de 3 anos, tanto meninos como meninas do grupo BE tinham valores mais baixos comparados ao grupo EN (-0.3 vs. 0.6, p=0.022 e -1.8 vs. -0.3, p=0.006; meninos e meninas respectivamente). As crianças grupo BE mostraram valores mais baixos de insulina de jejum do que as do grupo EN (29.7 ± 14.9 vs. 50.5 ±31.7 pmol/l, p=0.028 e 34.4 ±12.6 vs. 62.3 ± 28.7 pmol/l, p=0.016; meninos e meninas respectivamente) ao mesmo tempo em que os níveis de glicose foram semelhantes (4.5 ± 0.2 vs. 4.5 ± 0.3 mmol/l e 4.2 ± 0.3 vs. 4.4 ± 0.3 mmol/l, meninos e meninas respectivamente). Meninos e meninas com baixa estatura mostraram valores mais baixos de HOMA-B (83 ± 22 por cento vs. 117 ± 37 por cento, p=0.012 e 107 ± 23 por cento vs. 144 ± 46 por cento, p=0.045; meninos e meninas respectivamente) e mais altos de HOMA-S (196 ± 92 por cento vs. 119 ± 58 por cento, p=0.032 e 159 ±67 por cento vs. 98 ± 57 por cento, p=0.016; meninos e meninas respectivamente) Os resultados indicam um prejuízo no ganho em densidade mineral óssea, uma função da células ß diminuída e por outro lado, um aumento na sensibilidade à insulina em crianças com baixa estatura nutricional.
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Citation
São Paulo: [s.n.], 2005. 89 p.
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