Efeitos do processo de doação de órgãos e tecidos em familiares: intencionalidade de uma nova doação

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Data
2005
Autores
Roza, Bartira de Aguiar [UNIFESP]
Orientadores
Schirmer, Janine [UNIFESP]
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objetivo: caracterizar o perfil sociodemográfico e epidemiológico dos doadores falecidos; sociodemográfico dos familiares; avaliar e relacionar os efeitos do processo de doação de órgãos e tecidos nos familiares dos doadores. Material e Método: pesquisa do tipo survey de natureza exploratória. O estudo foi realizado com 69 familiares de doadores falecidos da Organização de Procura de órgãos (OPO-EPM) nos anos 2000 e 2001, que aceitaram responder questionário ou participar de entrevista, após dois anos da doação. Resultados: os doadores eram homens (57 por cento vs 43 por cento); a média de idade foi de 35,9 anos; a primeira causa de morte o AVC (59,4 por cento), a segunda causa externa e os órgãos foram mais doados que os tecidos. Em relação aos familiares a maioria tinha escolaridade fundamental (39,7 por cento), desempregada (59,4 por cento) e renda familiar de um a três salários mínimos (41,3 por cento). A maioria compreendeu o diagnóstico de morte encefálica, utilizou o auxílio funerário (63,2 por cento), concorda em recebê-lo (97,0 por cento) e doaria novamente (79,4 por cento), porém, a maioria deu respostas negativas (53,6 por cento) em relação ao tempo de liberação do corpo. Houve associação (p=0,002) entre os familiares que concordam com o benefício auxílio-funerário e a disponibilidade de doar novamente. Assim como, entre doar novamente e as zonas do Município de São Paulo (p<0,05), com maior destaque na zona leste com 93,8 por cento (15). A cada um ano que aumenta a idade do parente do doador, diminui em 6 por cento ((1-0,94)*100) as chances de nova doação. Aqueles cuja doação ocorreu no mesmo hospital têm 7,61 vezes mais chances de fazer nova doação e aqueles que ficaram satisfeitos com a entrevista familiar têm 9,53 vezes mais chances. Na análise de correspondência, a intencionalidade de uma nova doação está relacionada à decisão da família, ao passo que aqueles que não doariam está relacionada ao sexo feminino, estar desempregado, e receber o auxílio funerário. Concluímos que a intencionalidade de uma nova doação esta baseada em aspectos morais e culturais que transcende o processo de doação em si. Precisamos acompanhar as famílias durante o processo até a entrega do corpo, por caracterizar uma situação ética de defesa de seus direitos. Os familiares dos doadores falecidos devem ser incorporados nas campanhas sobre doação de órgãos e tecidos.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2005. 184 p.
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