Navegando por Palavras-chave "doenças reumáticas autoimunes"
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- ItemSomente MetadadadosIncidência de antigenemia positiva para citomegalovírus em pacientes com doenças reumáticas autoimunes: um estudo retrospectivo de três anos em ambiente hospitalar(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2015-09-30) Santos, Rebeka Paulo [UNIFESP]; Pinheiro, Marcelo de Medeiros Pinheiro [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Objetivo: Determinar a incidência de antigenemia positiva para CMV e descrever o perfil clínico e laboratorial de pacientes com doenças reumáticas autoimunes (DRAI) internados em um hospital terciário da cidade de São Paulo/SP, bem como os locais de acometimento da infecção viral e identificar os principais fatores de risco para o óbito. Pacientes e Métodos: Foram incluídos nesse estudo retrospectivo todos os pacientes internados em um hospital terciário da cidade de São Paulo/SP, de 01 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2014, com diagnóstico de DRAI e antigenemia positiva para o CMV. Foram documentados dados clínicos e laboratoriais, incluindo a evolução, comorbidades, terapêutica instituída e desfechos de cada paciente. A infecção pelo CMV foi definida pela antigenemia (Ag) positiva para, pelo menos, uma célula. Resultados: Um total de 443 pacientes com DRAI foram internados no período do estudo. A Ag para CMV foi solicitada em 70 deles, sendo positiva em 24 (34,3%), com incidência de Ag positiva para CMV de 4,97% (IC 95% 3,1%-7,4%). O lúpus eritematoso sistêmico (LES) (59%), sobretudo o de início recente (53,8% com menos de 12 meses de doença), seguido pelas vasculites ANCA associadas (18,2%) e artrite reumatoide (9%) foram as doenças que mais se associaram com a presença de Ag positiva para o CMV. No momento da infecção, os pacientes com LES apresentavam atividade de doença de moderada a grave, com elevada frequência do anticorpo anti-dsDNA positivo (69,2%) e consumo de complemento (61,5%), além de estarem em uso de elevadas doses de glicocorticoesteroides e outros imunossupressores. Os principais sítios de envolvimento pelo CMV foram pulmão (45,5%), sistema hematopoiético (citopenias) (40,9%) e trato gastrointestinal (27,3%). Quinze (68,2%) pacientes foram tratados com ganciclovir e, de modo interessante, aqueles tratados apresentaram tendência a maior número de núcleos positivos na Ag do que aqueles não tratados durante a evolução [16 (1-500) vs. 1 (1-4) p=0,05]. A mortalidade foi de 45,5%, mas sem diferença estatística quanto à idade, média dos números de núcleos positivos, sítio de acometimento viral, tempo de sintomas até a solicitação da primeira antigenemia, realização de pulsoterapia nos últimos seis meses e uso de ganciclovir entre pacientes que sobreviveram ou foram a óbito. Houve tendência a maior dose de corticosteroide oral (107±55,4 vs. 71,7±46,3; p=0,069) e a menor número absoluto de linfócitos no sangue periférico dos pacientes que foram a óbito (309±368,2/?l vs. 821±692,9/?l; p=0,059). Na análise univariada, o maior tempo de internação se associou a menor chance de morte [OR 0,957 (0,915-0,999); p=0,048)]. Conclusão: Nossos dados mostraram elevada incidência de Ag para o CMV em pacientes com DRAI em ambiente hospitalar, particularmente naqueles com LES e associação com maior gravidade da doença e maior mortalidade. Assim, a possibilidade de CMV deve ser incluída no diagnóstico diferencial de causas de infecção em pacientes com DRAI.