Navegando por Palavras-chave "Validação psicométrica"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Impacto do estigma no manejo clinico dos transtornos mentais na atenção primária(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2018-02-08) Rojas Vistorte, Angel Olider [UNIFESP]; Mari, Jair de Jesus [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5783141369706484; http://lattes.cnpq.br/0507476619809231; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: O tratamento de transtornos mentais comuns em unidades da atenção primária tem sido sugerido como estratégia prioritária para garantir que todos os portadores de transtornos mentais tenham acesso à abordagem terapêutica que necessitam. Porém, médicos da atenção primária enfrentam importantes obstáculos para o diagnóstico e tratamento de transtornos mentais, por não estarem capacitados para fazê-lo, ou por apresentarem atitudes estigmatizantes em relação a eles. Objetivo: Avaliar como o estigma relacionado aos transtornos mentais pode afetar os cuidados oferecidos aos pacientes com transtornos mentais comuns na atenção primária. Método: No primeiro artigo foi realizada uma revisão sistemática da literatura das atitudes estigmatizantes que apresentam os médicos da atenção primária com respeito às pessoas com transtornos mentais. No segundo artigo foi realizado o processo de tradução, adaptação e validação de um instrumento que avalia os níveis do estigma nos médicos da atenção primária. E no terceiro artigo foi realizado análises da associação entre as condutas clínicas e os níveis de estigma, assim como a identificação de potenciais fatores associados às atitudes estigmatizantes. Os artigos 2 e 3 foram baseados em uma amostra de médicos que trabalham em unidades de atenção primária no Brasil, Bolívia, Chile. Participaram 550 profissionais dos quatro países. As condutas clínicas dos médicos em relação aos transtornos mentais comuns foram investigadas por meio de vinhetas clínicas. As atitudes estigmatizantes foram avaliadas por meio do questionário Mental Illenss: Clinicians’ Attitudes Scale (MICA v4). Resultados: Após aplicar critérios de elegibilidade, onze artigos foram incluídos na revisão. Os médicos de atenção primária apresentaram atitudes estigmatizantes com respeito às pessoas com transtornos mentais, e mostraram atitudes mais negativas em relação aos pacientes com esquizofrenia do que com pessoas com depressão. Os dois modelos na validação do MICA v4 demonstraram uma boa confiabilidade e ajuste para as amostras em Espanhol e Português (Português: CFI=0.927; TLI=0.913; RMSEA= 0.066; Spanish: CFI=0.945; TLI=0.935; RMSEA= 0.068). 70% dos médicos que atuam na atenção primária reconhecem a presença de um transtorno mental nas vinhetas apresentadas, e 80.9% se sentem capacitados para diagnosticar e tratar pessoas com transtornos mentais comuns. Mais de 90% dos médicos da Bolívia, Cuba e Chile concordaram em tratar os pacientes apresentados nas três vinhetas. Não encontramos diferenças significativas entre os quatro países nas pontuações dos níveis de estigma no MICA v4 (M=36.1, SD=8.3). O gênero (p = .672), a idade (p = .171), os anos de experiência (p = 0,28) e treinamento (p = .673) não estão relacionados ao estigma. Aqueles médicos que não se sentem preparados para o diagnóstico e tratamento de transtornos mentais apresentam maiores níveis do estigma (t(385)=2.5, p<0.01). Médicos com níveis mais baixos de estigma apresentaram maior probabilidade de não encaminhar para um psiquiatra os pacientes com sintomas de depressão e somatoformes. Conclusões: As versões do MICA v4 em espanhol e português possuem boas propriedades psicométricas, boa consistência interna e são aplicáveis e aceitáveis para o contexto latino-americano. Há uma correlação entre níveis de estigma e habilidade do médico para cuidar adequadamente dos transtornos mentais na atenção primária. Atitudes estigmatizantes podem atuar como uma barreira importante para que os pacientes recebam o tratamento que eles precisam.