Navegando por Palavras-chave "Usos terapêuticos"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)A leitura no encontro: a dinâmica do Laboratório de Humanidades (LabHum) como meio de intervenção em um grupo psicoterapêutico(Universidade Federal de São Paulo, 2018-11-28) Logatti, Maria Silvia Motta [UNIFESP]; Gallian, Dante Marcello Claramonte [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6044992821022223; http://lattes.cnpq.br/4610312442888252A presente pesquisa teve como objetivo investigar se a leitura e a discussão de clássicos da literatura mundial, com um grupo psicoterapêutico de pacientes psiquiátricos (Grupo Vida), pode ser uma forma de facilitar a abordagem e a compreensão da vivência de cada um e, consequentemente, possíveis usos terapêuticos deste dispositivo. O estudo foi feito a partir da aplicação da metodologia do Laboratório de Humanidades (LabHum) do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde (CeHFi) da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Foram realizadas duas experiências: 1) “O Alienista”, de Machado de Assis, 12 encontros e 21 participantes 2) “Sonho do Homem Ridículo”, de Fiódor Dostoiévski, oito encontros e 19 participantes. No total, sete participantes concederam entrevistas segundo a metodologia da História Oral de Vida. Os resultados foram analisados pela Imersão/Cristalização, técnica inspirada pela Fenomenologia Hermenêutica. Na primeira obra, os principais temas que emergiram foram: loucura, estigma, formas de tratamento, ciência e poder. Na segunda: sentir-se ridículo, suicídio, ciência, literatura, esperança, transformação, morte, amor, beleza, sofrimento, paraíso, inferno, compaixão, sonhos e conteúdos místicos. A partir de uma aproximação com a teoria do Donald Winnicott, foi possível reunir três aspectos considerados terapêuticos e que o LabHum foi um facilitador. Primeiro, a dinâmica pode ser considerada como um lugar terapêutico por contar com três qualidades essenciais (estabilidade, continuidade e afeto) de um espaço curativo (placement). Segundo, o LabHum funcionaria como um espaço de apresentação de um mundo exterior que levaria o participante a revisitar sua história com um novo olhar. E por fim possibilitaria uma forma de comunicação intermediária que permitiria trabalhar os conteúdos sem que o participante entrasse em um estado defensivo. A conclusão da tese é que o Laboratório de Humanidade pode ser uma ferramenta terapêutica, que facilita a auto compreensão, e contribui para o viver criativo e saudável dos participantes.