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    Acesso aberto (Open Access)
    A visão funcional e o controle de tronco em crianças com paralisia cerebral e deficiência visual cortical associada
    (Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-18) Nogueira, Ana Paula Martins Moreira [UNIFESP]; Carvalho, Raquel de Paula [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7980384093582831; http://lattes.cnpq.br/1419333835042626; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
    Introdução: O controle da postura é o resultado da interação entre as informações sensoriais sobre o corpo em relação ao meio ambiente e a produção de ações motoras adequadas para o gerenciamento de equilíbrio postural e orientação, sendo o sistema visual uma das principais fontes de informação sensorial para este controle. As crianças com Paralisia Cerebral (PC) com déficits no sistema visual podem apresentar alterações na estabilidade da cabeça e tronco. As avaliações de controle de tronco consideram o uso da informação visual, deste modo, as crianças com PC e Deficiência Visual Cortical (DVC) associada podem ser subestimadas em relação à estas ferramentas de avaliação. Objetivo: Verificar o efeito da adequação do estímulo visual na avaliação do nível de controle de tronco de crianças com PC e DVC associada. Método: Este é um estudo transversal e controlado; foram incluídas 8 crianças com PC e DVC, de faixa etária entre 2 anos e 10 meses a 10 anos (MD 5,4 ± 2,5), classificadas nos níveis III, IV e V do GMFCS (Sistema de Classificação da Função Motora Grossa). A avaliação foi composta por quatro momentos: Anamnese (1), Aplicação da Versão Brasileira da Segmental Assessment of Trunk Control (SATCo-Br 1) (2), Avaliação da Visão Funcional baseada na CVI Range (3) e Reaplicação da SATCo-Br (SATCo-Br 2) com estímulo visual baseado nas respostas da CVI Range (4). Realizou-se a análise cinemática 2D no plano sagital e frontal para verificar o alinhamento de cabeça e tronco. Resultados: A SATCo-Br 2 foi maior que a SATCo-Br 1 após adequação do ambiente e materiais (Z= 2,388, p= 0,017). As crianças avaliadas necessitaram de adequação em relação às características próprias do objeto (cor, luz incidente e objetos iluminados) e manipulação na apresentação em relação à distância e movimentação do objeto, além de ajuste do ambiente com redução de complexidade de fundo e controle de iluminação. Observou-se que considerar modificações ambientais melhoram a manutenção da postura sentada e diminui o uso de estratégias compensatórias. Houve forte correlação (r= -0,809) entre o VFCS (Sistema de Classificação da Visão Funcional) e a CVI Range. Não houve diferença nas variáveis cinemáticas de alinhamento de tronco (p>0,05). Conclusão: Há necessidade de adequação do estímulo visual para a correta avaliação do nível de controle de tronco em crianças com PC e DVC associada. Para a aplicação da SATCo-Br em crianças com PC e DVC associada, é interessante que se realize uma Avaliação da Visão Funcional específica para Deficiência Visual Cortical prévia para oferecermos informação visual ideal na aplicação deste instrumento de mensuração de controle de tronco. Melhorar o uso funcional da visão não altera o alinhamento mas melhora o controle de tronco.