Navegando por Palavras-chave "Territórios socioculturais"
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- ItemEmbargoFalando com o território: percepções de usuárias e profissionais da Atenção Básica sobre Saúde(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-23) Alves, Aline Bernardes [UNIFESP]; Frutuoso, Maria Fernanda Petroli [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4750299902344077; http://lattes.cnpq.br/8320195639914464; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)A colonialidade interposta à sociedade sustenta a dicotomia que define hegemonicamente modos de ser, saber e fazer, estabelecendo hierarquias e excluindo pluralidades. A mesma lógica se estende às compreensões sobre saúde, reduzindo-as à concepção positivista e biomédica, desconsiderando as raízes histórico-sociais da desigualdade social e da produção social de saúde. A educação emancipatória, dentro da atenção básica, busca conscientizar e ampliar as percepções sobre saúde, a fim de instigar o protagonismo e a transformação social frente à estrutura colonial. Portanto, o objetivo deste estudo foi propor, discutir e analisar o entendimento de saúde a partir do território de uma Unidade de Estratégia da Saúde da Família (USF) da área continental de São Vicente, São Paulo. Trata-se de uma pesquisa participativa que contou com cinco oficinas baseadas no método pedagógico freiriano ao abordar as potencialidades e fragilidades de viver e estar no território. A pesquisa foi realizada com 16 mulheres, sendo 6 profissionais de saúde de diferentes categorias e 10 usuárias do território adscrito. Os encontros foram registrados em diários de campos, assim como a análise coletiva dos registros fotográficos obtidos pelo método foto-voz e a construção da memória coletiva narrativa do bairro. Coletivamente, foram construídas nove categorias de análises para das fotos pelas mulheres-pesquisadoras: 1. ponto de tráfico de drogas; 2. comércios; 3. lazer; 4. lixo/ falta de saneamento básico; 5. asfalto; 6. moradias; 7. serviços públicos; 8. perigos iminentes; 9. “severinas”. Em todas as análises foram refletidos os processos políticos do território e das razões sociais que estruturaram as potencialidades e fragilidades de tais contextos. As discussões das oficinas foram relacionadas à produção social de saúde a partir das observações das condições do território (fatores de risco e proteção à saúde) e do processo histórico de constituição do território. O processo de ‘fazer com’, possibilitou a análise da saúde como parcela da vida, onde as potencialidades e fragilidades do território são colocadas pelo prisma da contradição, tal como a atuação e operacionalização da atenção básica de saúde. Ao promover tempo-espaço para educação em saúde, atuamos nas frestas entrepostas entre o ideal e o possível, nas possibilidades existentes nas pluralidades de viver e estar no território, impulsionando a cidadania e protagonismo em vias de emancipação e transgressão das desigualdades sociais, de fortalecimento do coletivo e valorização de seus próprios saberes.