Navegando por Palavras-chave "Terapia Complementar"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Estudo da usabilidade de um programa de promoção da saúde baseada em mindfulness para estudantes universitários aplicado de forma remota e síncrona(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-01) Fagundes, Heitor Gottberg [UNIFESP]; D'Almeida, Vania [UNIFESP]; Demarzo, Marcelo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9242996936416312; http://lattes.cnpq.br/7220411418339421; https://lattes.cnpq.br/4077236856466527A World Health Organization (WHO) avalia o estado da saúde mental no mundo através de indicadores de ansiedade e depressão. Estima-se que no mundo, 4,4% da população sofra de depressão e 3,6% de distúrbios de ansiedade (WHO, 2017). Considerando indivíduos entre 15 e 44 anos, três das dez maiores causas de incapacidade são distúrbios mentais, e as demais causas estão geralmente relacionadas de alguma forma a estes. (Merikangas, et al., 2009) Jon Kabat-Zinn define mindfulness como “desenvolvimento de um estado de consciência por meio do treinamento de atenção plena, no momento presente, e de uma atitude de não-julgamento ao desdobramento da experiência, monitorando-a momento a momento” (Kabat-Zinn, 2003). Para alunos universitários, um estudo que utilizou uma Intervenção Baseada em Mindfulness (IBM) distribuiu 148 participantes em 3 grupos: (1) IBM com 8 sessões de 2 horas, (2) IBM com 4 sessões de 2 horas e (3) nenhuma intervenção, mostrou que os grupos que receberam as intervenções tiveram resultados positivos em relação aos níveis de ansiedade e depressão (Demarzo, et al., 2017). Além disso, uma área de crescente interesse são as Terapias Aplicadas Remotamente (TAR), que oferecem possibilidades de expansão do acesso ao atendimento terapêutico, mas também existem preocupações sobre esta forma de cuidado (Cook & Doyle, 2004). O tema que pesquisamos nesta tese vem do fato de que a terapia sem a presença física do terapeuta, via internet, exige uma avaliação cuidadosa que deve ser realizada com critérios e metodologia científica e considerando as especificidades da prestação de atendimento à saúde. Notamos que a literatura oferece estudos sobre a usabilidade de diferentes intervenções remotas, mas em raros casos utiliza critérios que levam em conta temas como a compatibilidade da intervenção com o cenário clínico, a presença de ferramentas que facilitam ao usuário se envolver em atividades terapêuticas e o fornecimento de uma via terapêutica para crescimento. O objetivo geral desta tese foi ampliar conhecimento sobre a usabilidade de uma IBM incluindo critérios específicos do setor de saúde. Nós acompanhamos a realização de uma IBM ao longo de 8 semanas em um grupo de 23 estudantes universitários entre 18 e 31 anos, em sessões remotas e síncronas com duração de 1 hora nas quais foram apresentadas e ensinadas práticas formais de Mindfulness e foi oferecida psicoeducação. Utilizamos a metodologia da observação participante aliada ao uso de questionários ao final de cada sessão que nos permitiram avaliar quatro heurísticas. Na heurística de usabilidade, a facilidade de uso aumentou em 8 sessões, atingindo 100% nos últimos 2 encontros. Usar celular resultou em usabilidade igual ou inferior à do computador. Analisamos ainda o impacto na qualidade do sono, sendo que a análise estatística mostrou que 88,9% viram melhoria, mas não podemos afirmar que o dispositivo usado teve efeito nesta melhora. Na heurística de compatibilidade da intervenção com o cenário clínico, mapeamos que os participantes avaliaram a forma de aplicação remota e síncrona que utilizamos como adequada por esta foi a resposta de, no mínimo, 91,8% dos participantes em cada sessão. Quanto à heurística de presença de ferramentas que facilitam ao usuário se envolver nas atividades terapêuticas obtivemos entre 60% e 81% das respostas indicando que as ferramentas oferecidas ajudaram no processo. E na heurística do fornecimento de uma via terapêutica para crescimento questionamos se os participantes acreditavam ser viável a realização da sessão de modo assíncrono e, dependendo do conteúdo do encontro, as respostas positivas variaram entre 40% e 68,8%, as respostas negativas variaram entre 18,2% e 36,8% e as respostas “não sei” entre 18,2% e 25%. Nossa conclusão foi que a abordagem utilizada foi capaz de fornecer uma análise simplificada, porém efetiva e mais direcionada para estudos de aplicação remota de IBMs para a área da saúde e que esta avaliação servirá de referência para profissionais da saúde que pretendam indicar práticas de mindfulness ou desenvolver intervenções à distância como opção terapêutica.