Navegando por Palavras-chave "Tempestade de citocinas"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Análise do perfil de citocinas pró e anti-inflamatórias através de dosagens séricas seriadas em pacientes graves admitidos em unidade de terapia intensiva (UTI) com COVID-19/(Universidade Federal de São Paulo, 2023-03-28) Marques, Mariana de Oliveira [UNIFESP]; Baiocchi, Otavio Cesar Carvalho Guimarães [UNIFESP]; Icibaci, Priscilla Brito da Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4134311408136357; http://lattes.cnpq.br/9385064975028750; http://lattes.cnpq.br/0292006635839076Objetivo: Avaliar o perfil de citocinas em diferentes momentos de evolução clínica no COVID-19 grave em pacientes em unidade de terapia intensiva e correlacionar com desfechos clínicos. Métodos: Foram selecionados 62 adultos com COVID-19 grave durante as primeiras duas ondas de COVID-19 no Brasil (maio a julho de 2020 e dezembro 2020 a maio de 2021) com o recrutamento aleatório, realizando coletas laboratoriais nas primeiras 24 horas de admissão na UTI e após, a cada 4 dias, até 20 dias em um hospital privado terciário de São Paulo. Utilizamos para a validação dos resultados, doadores de sangue voluntários. Através da coleta de sangue total, avaliamos 17 citocinas, receptores de citocinas e fatores de crescimento (sCD137, sFas, sFasL, GM-CSF, Granzima-A, Granzima-B, Perforina, IFN-γ, IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10, IL-13, CCL3, CCL4, TNF-α. Devido à baixa taxa de mortalidade na população estudada (Mortalidade na UTI de 8%), utilizamos como desfecho primário a necessidade de ventilação mecânica (55%). Resultados: Na amostra avaliada foi frequente a presença de comorbidades, sendo obesidade 50%, hipertensão arterial (48.4%), diabete (19.3%), doenças pulmonares crônicas (16.1%), doença cardiovascular (9.7%) e neoplasias (4.8%). Nos exames laboratoriais na admissão houve um destaque no aumento da mediana dos valores de D-Dímero (1057ng/mL), DHL (571U/L), Fibrinogênio (692mg/dL) e Proteína C Reativa (18.1mg/dL), além disso a linfopenia, linfócitos (720/mm³). Encontramos uma diferença estatisticamente significativa entre os casos de COVID-19 grave e os saudáveis quanto ao nível sérico de citocinas pró-inflamatórias IL-6 (8.06 x 0.39; p<0.001), CCL4 (14.8 x 9.63; p =0.002), TNF-alfa (1.64 x 0.37; p<0.001), granzima-B (3.72 x 0.98; p=0.002) e Perforina(553 x 371; p=0.021); anti-inflamatórias IL-10 (7.40 x 0.11; p<0.001) e receptores solúveis relacionados a resposta linfocitária T sFas (1648 x 445; p<0.001) e sCD137( 2.22 x 1.06; p=0.035). Desta forma, podemos identificar um desequilíbrio imune ao evidenciarmos o aumento dos níveis de citocinas pró e anti-inflamatórias provavelmente relacionadas com a resposta imune descontrolada que é observada nos pacientes com COVID-19 grave. Conclusões: O aumento dos níveis na admissão na UTI de IL-6, granzima-B, Perforina, TNF-alfa, sFas e sCD137 se demonstrou elevado quando comparadas na amostra aqueles com e sem o desfecho ventilação mecânica. Este achado ressalta que o aumento nos níveis destes marcadores de forma precoce nos pacientes graves, representam potenciais preditores de pior prognóstico. Ademais, três citocinas, sCD137, sFas e IL-6 demonstraram relação direta entre a elevação de seus níveis e a necessidade de ventilação mecânica em diferentes análises ao longo do tempo, consequentemente pior desfecho. Além disto, o sCD137 e sFas, também apresentaram relação direta dos seus níveis conforme o desfecho insuficiência renal. Desta forma, este estudo traz a caracterização da hiperativação do sistema imune no COVID-19 grave e descreve novos potenciais marcadores prognósticos. Em especial destaque o sCD137, sFas e IL-6.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Biomarcadores da tempestade de citocinas como sinalizadores de casos graves e fatais da COVID-19: revisão sistemática e metanálise(Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-08) Melo, Ana Karla Guedes de; Trevisani, Virgínia Fernandes Moça [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9054730236021091; http://lattes.cnpq.br/2186187159686774Contexto: Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou uma pandemia devido à doença causada pelo novo coronavírus, a COVID-19. Um subgrupo de pacientes com COVID-19 pode ter uma síndrome inflamatória sistêmica, denominada síndrome da tempestade de citocinas, com amplificação da resposta imune e desregulação dos mecanismos supressores da cascata inflamatória. Objetivos: Identificar biomarcadores da síndrome da tempestade de citocinas associados a casos graves e fatais da COVID-19. Métodos: Uma busca com descritores e sinônimos padronizados foi realizada em 28 de novembro de 2020 no MEDLINE, EMBASE, Biblioteca Cochrane Central, Clinical-Trials.gov, LILACS e The World Health Organization International Clinical Trials Registry Platform, para identificar estudos de interesse. Pesquisas na literatura cinzenta e técnicas de snowballing também foram utilizadas para localizar trabalhos ainda não publicados e citações relacionadas. Dois revisores examinaram independentemente os títulos e resumos recuperados, selecionaram estudos elegíveis para inclusão, extraíram dados dos estudos incluídos e avaliaram o risco de viés usando a Escala de Newcastle-Ottawa modificada. Os estudos elegíveis foram aqueles que incluíram níveis séricos de interleucina-6 e outros parâmetros laboratoriais de pacientes admitidos para internação hospitalar por COVID-19. Os valores de interleucina-6, ferritina, hemoglobina, leucócitos, neutrófilos, linfócitos, plaquetas, proteína C reativa, procalcitonina, desidrogenase láctica, aspartato aminotransferase, creatinina e dímero-D foram extraídos dos estudos. Avaliou-se a certeza da evidência utilizando a abordagem GRADE para alguns desfechos priorizados. Metanálises de efeito randômico foram realizadas usando os dados laboratoriais, para estimar as diferenças de médias com intervalo de confiança de 95%. O software R foi utilizado para os cálculos. Resultados: A busca nas bases de dados resultou em 9.620 registros; 40 estudos (contendo um total de 9.542 pacientes) foram incluídos na análise final. Vinte e um estudos (n = 4.313 pacientes) avaliaram dados laboratoriais associados à gravidade da COVID-19; dezoito estudos (n = 4.681 pacientes) avaliaram dados laboratoriais associados ao desfecho de mortalidade, e um estudo (n = 548 pacientes) avaliou biomarcadores associados a casos graves e fatais da COVID-19. Níveis elevados de interleucina-6, ferritina, dímero-D, aspartato aminotransferase, proteína C reativa, desidrogenase láctica, procalcitonina e creatinina, além de linfopenia, trombocitopenia, leucocitose e neutrofilia foram associados a casos graves e fatais da COVID-19. Conclusões: Esta revisão aponta que os níveis séricos de interleucina-6, ferritina, leucócitos, neutrófilos, linfócitos, plaquetas, proteína C reativa, procalcitonina, desidrogenase láctica, aspartato aminotransferase, creatinina e dímero-D são importantes biomarcadores da síndrome da tempestade de citocinas na COVID-19. A determinação precoce de níveis elevados de interleucina-6 e ferritina séricas em pacientes internados por COVID-19 deve ser considerada como sinal de alerta de hiperinflamação sistêmica e mau prognóstico.