Navegando por Palavras-chave "Sistemas de infusão de insulina"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Desfechos materno-fetais de gestantes com diabetes mellitus tipo 1 em tratamento com sistema de infusão contínua versus múltiplas doses de insulina durante a gravidez: estudo de coorte retrospectiva(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Ogassavara, Juliana [UNIFESP]; Almeida-Pititto, Bianca de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8433932854107690; http://lattes.cnpq.br/0783937410411354Introdução: Gestantes com diabetes tipo 1 (DM1) apresentam maior risco de complicações materno-fetais. Em relação ao tratamento, o sistema de infusão contínua de insulina (SICI) apresenta vantagens em relação às múltiplas doses de insulina (MDI), mas dados sobre a melhor opção durante a gravidez são limitados. Objetivos: Comparar os desfechos materno-fetais de gestantes com DM1 em uso de SICI ou MDI durante a gravidez. Métodos: O estudo incluiu a avaliação de 174 gestações de mulheres com DM1 em acompanhamento de janeiro/2008 a dezembro/2021. Os dados foram coletados durante o acompanhamento das participantes e registrados em um banco de dados. As variáveis de interesse foram comparadas entre os grupos (SICI versus MDI) e foi realizada análise de regressão logística, p<0,05. Resultados: Das 174 gestações avaliadas, 21,3%(37) utilizaram SICI e 78,7%(137) MDI, com média de idade de 26,7(5,4) anos. Perfil lipídico, presença de hipertensão crônica, IMC pré-gestacional e ganho de peso foram semelhantes nos dois grupos, enquanto o hipotireoidismo foi mais prevalente nas usuárias de SICI [32,4 vs. 17,5%, p=0,047] do que nas usuárias de MDI. Houve melhora na HbA1c ao longo da gestação em ambos os grupos, mas não houve diferença nos valores de HbA1c no primeiro trimestre [8,3(1,7) vs. 8,8(1,8)%, p=0,122] e no 3º trimestre de gravidez [6,9 (0,8) vs. 7,1(1,0)%, p=0,611] comparando SICI vs. MDI, respectivamente. A frequência de parto cesáreo foi significativamente maior no grupo SICI [94,1 vs. 75,4%, p=0,017], mas não houve diferença estatística na frequência de outras complicações, como abortamento espontâneo, parto prematuro e pré-eclâmpsia, bem como na média de peso ao nascer e ocorrência de complicações neonatais, como óbito perinatal, hiperbilirrubinemia, desconforto respiratório, hipoglicemia e internação em UTIN, exceto pela proporção de malformações congênitas que foi significativamente menor no grupo SICI [2,9 vs. 15,6%, p=0,048]. Na análise de regressão, a associação de SICI com parto cesáreo e com malformações perdeu significância após ajustes para HbA1c no primeiro modelo ajustado e persistiu não significativa após ajustes para outras covariáveis de interesse. Conclusões: Neste estudo, o uso de SICI foi associado a uma maior frequência de parto cesáreo e a uma menor ocorrência de malformações congênitas. A associação do uso de SICI com estes desfechos perdeu a significância estatística após ajustes para potenciais confundidores. A maior taxa de parto cesáreo pode ter sido associada a casos mais graves de DM, uma vez que essas pacientes apresentavam maior duração do DM e o perfil de usuárias de bomba de insulina no Brasil costuma ser mais desafiador. As menores frequências de malformações no grupo SICI podem ter sido mediadas pelo controle glicêmico durante o início da gravidez, já que, embora não tenha havido diferença nos valores de HbA1c quando comparados ao grupo MDI, observamos uma tendência a um pior controle de HbA1c durante a gestação nas mulheres que tiveram malformação nos seus filhos em comparação àquelas que não tiveram. A avaliação de outros parâmetros de controle glicêmico, como a variabilidade glicêmica e tempo no alvo, pode auxiliar a esclarecer essa hipótese em pesquisas futuras sobre a comparação dos tratamentos com SICI e MDI durante a gravidez em pacientes com DM1. Não houve diferença nos demais desfechos materno-fetais entre os dois grupos.