Navegando por Palavras-chave "Rim nativo"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Perfil clínico e histopatológico de glomerulopatias em idosos submetidos a biópsia de rim nativo no Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2022-10-23) Rodrigues, Gisane Cavalcanti [UNIFESP]; Kirztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/1850995271745146Introdução: O envelhecimento populacional é uma realidade mundial. A população idosa se caracteriza por apresentar um maior número de comorbidades, dentre elas, a doença renal crônica (DRC). Segundo o Inquérito brasileiro de diálise de 2019, as glomerulopatias estão entre as três principais causas de DRC no idoso. Sendo assim, torna-se necessário conhecer a frequência relativa das principais glomerulopatias no idoso e as formas de apresentação clínica dessas patologias, facilitando, com isso, o diagnóstico e tomada de conduta. Objetivo: Estabelecer as principais características clínicas, laboratoriais e histopatológicas das glomerulopatias biopsiadas em idosos no Brasil. Métodos: Análise retrospectiva de 613 biópsias renais de pacientes com 60 anos ou mais, avaliadas pelo mesmo patologista, no período entre janeiro de 2015 a dezembro de 2020. Resultados: A maioria dos pacientes biopsiados eram do sexo masculino (58,7%), procedentes do sudeste do Brasil (59,2%) e a idade média foi de 67,5 anos (mínimo de 60 anos, máximo de 91 anos). A principal indicação clínica de biópsia renal foi síndrome nefrótica (52,4%), seguida de alterações urinárias assintomáticas (21,4%) e quadros agudos como glomerulonefrite rapidamente progressiva (10,1%) e lesão renal aguda (8,9%). Considerando os pacientes muito idosos (80 anos ou mais) em relação às outras faixas etárias (60 a 69 anos e 70 a 79 anos), a glomerulonefrite rapidamente progressiva foi particularmente mais frequente 16,7% vs. 9,7% e 10,2%, respectivamente. De um modo geral, o diagnóstico histopatológico mais encontrado foi de glomerulopatia membranosa (23,2%), seguida de glomerulonefrite pauci-imune (12,7%), nefropatia diabética (10,3%) e glomeruloesclerose segmentar e focal (9,8%). Quando avaliada a influência do sexo na distribuição dos diagnósticos: nas mulheres, ocorreu uma maior frequência de nefrite lúpica, glomerulonefrite pauci-imune, amiloidose e doença de lesões mínimas; nos homens, foi mais frequente a nefropatia por IgA, glomerulonefrite membranoproliferativa, glomeruloesclerose segmentar e focal e glomerulonefrite crônica. Em relação às diferentes faixas etárias: nefropatia diabética foi mais frequente nos idosos mais jovens, a amiloidose nos idosos entre 70 e 79 anos e a glomerulonefrite pauci-imune naqueles com 80 anos ou mais. A apresentação clínica de síndrome nefrótica se associou, principalmente, com os achados histopatológicos de glomerulopatia membranosa, doença de lesões mínimas e glomeruloesclerose segmentar e focal. As alterações urinárias assintomáticas se associaram mais com glomerulopatia membranosa, glomerulonefrite crônica e nefropatia por IgA. Já os quadros crônicos se associaram com nefropatia diabética, glomerulonefrite pauci-imune, glomerulonefrite crônica e nefropatia por IgA. Por fim, nos quadros agudos, a glomerulonefrite pauci-imune foi o achado mais comum. Conclusão: No presente estudo, observou-se que a apresentação clínica mais frequente no idoso com glomerulopatia submetido a biópsia renal foi a síndrome nefrótica, seguida de alterações urinárias assintomáticas e quadros agudos (lesão renal aguda e glomerulonefrite rapidamente progressiva), sendo que esses últimos foram mais frequentes nos pacientes com 80 anos ou mais. O achado histopatológico mais encontrado na população estudada como um todo foi a glomerulopatia membranosa, seguida de glomerulonefrite pauci-imune, nefropatia diabética e glomeruloesclerose segmentar e focal. Destacamos que grande parte dos diagnósticos encontrados nos pacientes idosos são de doenças com potencial de melhora com o tratamento específico, o que reforça a importância da biópsia renal em idosos.