Navegando por Palavras-chave "Relações Comunidade-Instituição"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)A Extensão Universitária e a Formação Médica: contribuições da experiência da participação no projeto Cananéia da UNIFESP(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2010) Santos Júnior, Carlos Francisco dos [UNIFESP]; Maia, José Antonio [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6800730020293642; http://lattes.cnpq.br/4654790367926039; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)O presente trabalho voltou-se para o estudo da articulação, no contexto acadêmico, da Extensão como um componente do processo de Ensino-Aprendizagem e Pesquisa, tomando como objeto o Projeto Cananéia, da Universidade Federal de São Paulo. Esta iniciativa, realizada no Município de Cananéia (SP) a partir de 1997, foi desenvolvida a partir da iniciativa dos próprios estudantes, recebendo amplo apoio da Pró-Reitoria de Extensão. Dentre os objetivos iniciais do Projeto, situavam-se a melhoria da qualidade de vida dos habitantes da área, materializando o compromisso social da Universidade, e ao mesmo tempo ampliar os cenários de formação de estudantes de diversos cursos da área da saúde da Universidade. Promovendo a inserção do estudante na realidade social do país, a Extensão afigura-se como um campo fértil de formação, problematizando tanto o Ensino como a Pesquisa acadêmica. Além disto, a Extensão tem o potencial de atender à construção do perfil profissional previsto nas Diretrizes Curriculares para os diversos cursos de Graduação, que atualmente norteiam as formulações curriculares e balizam os financiamentos federais a escolas médicas. Assim, esta pesquisa teve como objetivo caracterizar, sob a ótica de discentes e gestores participantes do Projeto Cananéia, da Pró-Reitoria de Extensão da UNIFESP, experiências educacionais que influenciaram o processo de formação, no âmbito do Curso de Medicina. A população de estudo consistiu em alunos do Curso Médico da UNIFESP, bem como gestores, que participaram do Projeto Cananéia. Utilizou-se como estratégia de coleta de dados a entrevista semiestruturada, cujos resultados foram submetidos à análise de conteúdo, construindo-se unidades de registro, de contexto e categorias, definidas por proximidade temática. Como resultados mais significativos observamos a valorização, pelos sujeitos de pesquisa, da educação da população, como uma forma de empoderamento da mesma. Aspectos relacionados à prática interdisciplinar, à resolutividade e à Formação no contexto das relações interpessoais, com bases dialógicas com a comunidade, e não por ações não previamente planejadas pelos participantes. Ficou claro que as atividades extensionistas não são “extracurriculares”, mas devem fazer parte do currículo formal das instituições, trazendo para o planejamento educacional iniciativas de pessoas ou de pequenos grupos, como um elemento fundamental na formação do futuro profissional médico. Foi evidenciado também um deslocamento de atividades meramente assistenciais para a educação em saúde, como estratégia prioritária de mudanças sociais, embora os estudantes tenham reconhecido seu despreparo para atividades educacionais voltadas para a saúde. Como estratégias de trabalho, foram privilegiadas ações conjuntas de discussão, fortemente permeadas pelo componente lúdico e ligadas às condições de obtenção de renda pela população. Em decorrência do engajamento dos estudantes no Projeto, estes ressaltaram um significativo impacto em sua formação humanística, reflexiva, ética e socialmente responsável. Por fim, houve um reconhecimento explícito da extensão como um campo legítimo para o fomento da pesquisa no contexto do SUS. Os relatos dos estudantes permitem concluir que as atividades extensionistas são estratégias eficazes para aproximar, de forma singular, a formação médica do perfil do egresso preconizado nas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Medicina.