Navegando por Palavras-chave "Rãs-gladiadoras"
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- ItemRestritoO valor do recurso influencia a evolução do pré-pólex em forma de espinho? Um teste em rãs-gladiadoras (Anura: Hylidae: Cophomantini)(Universidade Federal de São Paulo, 2022-08-30) Candaten, Aline [UNIFESP]; Palaoro, Alexandre Varaschin [UNIFESP]; Pinheiro, Paulo Durães Pereira; http://lattes.cnpq.br/8623318349513480; http://lattes.cnpq.br/8199384976057695; http://lattes.cnpq.br/7308235902346392Confrontos são comuns na natureza e ocorrem pela posse de um recurso indivisível. Indivíduos que vencem os confrontos garantem acesso aos recursos que aumentam sua aptidão. Nas espécies em que confrontos são frequentes, é comum os indivíduos possuírem estruturas morfológicas que ajudam na vitória. Apesar da importância para a vitória, injúrias são raras em confrontos animais. Mas, alguns armamentos como o pré-pólex das rãs-gladiadoras parecem mais propensos a causá-las do que outros armamentos. Uma hipótese proeminente na literatura é de que armamentos podem evoluir quando o recurso disputado é valioso para o indivíduo. Portanto, é esperado que armamentos potencialmente injuriosos, como o pré-pólex em forma de espinho, evoluiriam quando o recurso sendo disputado fosse extremamente valioso. Em anuros, os machos disputam a dominância de locais de oviposição. A exposição destes ambientes aumenta a propensão do indivíduo defender aquela área, pois quanto mais exposto o recurso maior é a interação entre rivais que podem roubar a paternidade. Além disso, quando os locais de oviposição são construídos pelos machos, o investimento de tempo e energia gastos na construção aumentam a territorialidade pela defesa do ninho. Nesta dissertação, testei se o valor do recurso estava associado à forma de pré-pólex mais injuriosa. Mais especificamente, testei se a exposição e a construção do recurso estavam associadas ao pré-pólex em forma de espinho na tribo Cophomantini. Antes de testar minha hipótese, realizei uma revisão sistemática do pré-pólex e do seu potencial injurioso. Feito isso, realizei a reconstrução do estado ancestral do pré-pólex e da elaboração do local de oviposição. Segundo, avaliei a correlação entre os caracteres discretos usando o modelo de Threshold. Em seguida, usei uma regressão logística filogenética para testar a relação destas características. Os resultados mostram que: (i) O prépólex em forma de espinho é mais injurioso do que o pré-pólex de forma laminar; (ii) O estado ancestral mais provável é o pré-pólex laminar associado ao comportamento de não construir ninhos; (iii) O pré-pólex é evolutivamente estável dentro da filogenia apresentando apenas 1-2 reversões para a condição ancestral; (iv) A variação na morfologia do pré-pólex não foi explicada pelo efeito do valor do recurso e não há relação entre o surgimento do armamento injurioso com o comportamento de briga pelo recurso reprodutivo. Essas evidências somadas sugerem que, por mais que os indivíduos usem este armamento durante os confrontos, ele não evoluiu por causa dos confrontos. Uma possível explicação para os resultados encontrados neste trabalho é que o espinho é uma estrutura barata para se manter e que as condições atuais não exercem pressão seletiva para a reversão da estrutura. Os armamentos de outras linhagens parecem seguir rotas evolutivas similares, sendo originados para uma função e depois exaptados para confrontos. Portanto, apesar da injúria ser incomum em armamentos, é possível que isso tenha ocorrido porque a estrutura exaptada causava injúrias - algo que não ocorre normalmente em outros armamentos que tipicamente são versões exageradas de apêndices.