Navegando por Navegando por Palavras-chave "Psicologia do trabalho saúde coletiva"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Discursos, saberes e práticas na reforma psiquiátrica brasileira e suas implicações na saúde mental dos(as) trabalhadores(as) dos serviços substitutivos(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2015-02-27) Silva, João de Deus Gomes da [UNIFESP]; Silva, Geovani Gurgel Aciole da [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6146469366214279; http://lattes.cnpq.br/6871967132592303; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: Num momento em que diferentes práticas não manicomiais foram testadas e validadas e diferentes dispositivos de base comunitária foram postos em funcionamento, quando novos saberes foram evidenciados, uma produção discursiva conservadora ressurge colocando em risco os avanços conquistados pelo projeto de reforma psiquiátrica brasileira ao longo das duas últimas décadas. Trata-se de uma disputa política e ideológica que vem ofuscando o potencial transformador da clínica (laço social) com a entrada de um discurso gerencialista (modelo econômico) na gestão do cuidado configurando um estado de crise. Objetivos: Neste contexto, o presente trabalho se propõem a analisar a dinâmica das relações entre os discursos, saberes e práticas da reforma psiquiátrica brasileira e suas implicações na saúde mental dos (das) trabalhadores (as) dos serviços substitutivos. Metodologia: Estudo de caso desenvolvido num CAPS que integra a rede de Saúde Mental de Campinas/SP através do convênio de cogestão estabelecido com o Serviço de Saúde Cândido Ferreira". Foram utilizadas como estratégias de aproximação com o campo, observação do serviço, realização de rodas de discussão, entrevistas individuais que foram gravadas, transcritas e analisadas à luz das categorias teóricas da Psicodinâmica do Trabalho. Resultados: A reorganização do trabalho em saúde mental no contexto da Reforma Psiquiátrica favoreceu, por um lado, a construção de outros enunciados discursivos na conformação das trajetórias profissionais dos (as) trabalhadores (as), por outro, os constrangimentos com os quais estes (as) profissionais são confrontados cotidianamente, no âmbito da gestão, levando a transgredir as normas e subverter as regras para poder realizar o trabalho. Estas ambivalências incidem negativamente na cooperação, no reconhecimento e na empatia profissional e, consequentemente, na produção do laço social necessário a integração do louco e da loucura na sociedade. Conclusão. A transformação dos saberes e das práticas profissionais nos serviços de saúde mental não tem sido suficiente para superar os efeitos do modelo manicomial, sendo necessário avançar além da discussão ideologizante do cuidado e da perspectiva gerencialista para retomar a centralidade do trabalho (real) em favor da construção do laço social.