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- ItemAcesso aberto (Open Access)Percepção de esforço e desempenho no exercício de resistência: um estudo experimental em corredores de endurance profissionais sobre o efeito da fadiga mental e uma revisão sistemática com meta-análise sobre o papel da privação de sono(Universidade Federal de São Paulo, 2021-07-01) Lopes, Thiago Ribeiro; Silva, Bruno Moreira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6680100353729718; http://lattes.cnpq.br/3124709789967282; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: Existem situações dentro do contexto esportivo que podem induzir fadiga mental e gerar privação de sono nos atletas. Essas condições comprometem o desempenho no exercício de resistência, em parte pelo aumento da percepção de esforço. Entretanto, estudos sobre o desenvolvimento da fadiga mental e seus consequentes efeitos sobre o exercício de resistência são escassos em atletas de endurance profissionais. E, além disso, o papel do sexo nesse contexto é desconhecido. Embora extensivamente investigada, ainda não existe uma síntese sistemática e metanalítica da literatura reportando o efeito da privação de sono sobre o desempenho no exercício de resistência, bem como quais fatores poderiam influenciá-lo. Objetivos: O primeiro estudo teve como objetivo investigar experimentalmente se 45 min de atividade cognitiva envolvendo respostas conflitantes 1) induziria fadiga mental em corredores de endurance profissionais; 2) alteraria as respostas psicofisiológicas e o desempenho em um subsequente exercício de resistência; e 3) se esses efeitos seriam influenciados pelo sexo. O segundo estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática e meta-análise para investigar 1) quanto a privação de sono piora o desempenho no exercício de resistência e 2) se tal efeito é influenciado pelo estado de treinamento aeróbio, características do exercício e pela magnitude da privação de sono. Métodos: no primeiro estudo (i.e., estudo experimental), 31 corredores de endurance profissionais (15 mulheres) realizaram 45 min da tarefa Stroop cor-palavra ou assistiram 45 min de um documentário de maneira aleatória, cruzada e cega. Medidas perceptuais e o desempenho cognitivo foram obtidas para avaliar a indução de fadiga mental. Depois disso, os atletas realizaram um teste de tempo até a exaustão (TTE) em esteira no domínio severo de intensidade de exercício. Medidas psicofisiológicas foram obtidas do TTE. No segundo estudo (i.e., revisão sistemática e meta-análise), as bases de dados Pubmed, Web of Science, Embase e Scopus foram sistematicamente revisadas em julho de 2020 e março de 2021 para encontrar estudos controlados randomizados e não-randomizados em humanos saudáveis que investigaram o efeito da privação parcial ou total do sono sobre desempenho em testes de exercício incremental, testes de carga constante ou testes contrarrelógio. A diferença média padronizada (DMP) corrigida (g de Hedges) e seu intervalo de confiança de 95% (IC95%) foram calculados entre o desempenho no exercício de resistência na condição de privação de sono e controle (i.e., noite completa de sono). Um modelo de efeito aleatório calculou o efeito total (i.e., DMP agrupada e IC95%). O viés de publicação foi avaliado pelo teste do intercepto de Egger e corrigido pelo método de aparar e preencher. Um modelo de efeito misto avaliou os efeitos dos subgrupos. Resultados: No estudo experimental, as medidas perceptuais e o desempenho cognitivo indicaram que a atividade cognitiva prolongada induziu fadiga mental (P < 0,05). As respostas cardiorrespiratórias e metabólicas durante o exercício não mudaram de maneira importante em virtude da fadiga mental gerada pela atividade cognitiva (P > 0,05). Entretanto, a máxima percepção de esforço foi atingida antecipadamente (P < 0,05), piorando o desempenho no TTE (P < 0,05; média ± desvio padrão; -27 ± 81 s e -27 ± 60 s nas mulheres e homens, respectivamente). Esses efeitos não foram influenciados pelo sexo. Na revisão sistemática e meta-análise, os 25 estudos analisados (32 DMP) mostraram que a privação de sono tem um efeito negativo pequeno sobre o desempenho no exercício de resistência (DMP agrupada [IC95%]; -0,46 [-0,61; -0,31]; P < 0,001; Q = 28,25; df = 31; P = 0,608; I2 = 0% [0%; 33,8%]). Esse efeito não foi afetado depois de corrigido o viés de publicação (-0,43 [-0,58; -0,28]; P < 0,001; Q = 33,95, df = 33, P = 0,422; I2 = 2,8% [0%; 40,4%]). Não houve diferença entre os subgrupos analisados (valores de P entre 0,141 e 0,961). Conclusões: A presente tese mostrou que corredores de endurance profissionais, independente do sexo, estão sujeitos à queda do desempenho no exercício de resistência quando expostos à uma tarefa cognitiva prolongada envolvendo respostas conflitantes. Essa piora não foi acompanhada por alterações cardiorrespiratórias ou metabólicas, mas sim por aumento da percepção de esforço. Portanto, esses dados sugerem que a percepção de esforço foi um fator limitante do desempenho no exercício de resistência. Em adição, observou-se na revisão sistemática e meta-analítica da literatura que a privação do sono, uma condição que normalmente provoca aumento da percepção de esforço durante o exercício, gera um comprometimento pequeno sobre o desempenho no exercício de resistência. Tal efeito, por sua vez, não foi influenciado pelo estado de treinamento aeróbio, características do exercício ou pela magnitude da privação de sono.