Navegando por Palavras-chave "Projetabilidade"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Um corpo de recursos: Análise de ações corporificadas e construção de turnos entre terapeuta e crianças autistas minimamente verbais(Universidade Federal de São Paulo, 2022-12-06) Guerra, Ana Caroline Lopes Gomes [UNIFESP]; Cruz, Fernanda Miranda [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5963332154182390; http://lattes.cnpq.br/1233898295650405A presente pesquisa discute uma concepção de linguagem corporificada e situada a partir da análise de situações envolvendo duas crianças autistas e sua terapeuta. O enfoque da análise está em identificar como os participantes conduzem suas ações dentro de regras de temporalidade e de sequencialidade de uma dinâmica interacional que envolve trocas de turnos. Elegemos as dinâmicas de turno como lugar central para esta investigação. O turno é uma ação local em que os participantes da interação monitoram as características de possíveis finalizações e identificam aspectos sobre projetabilidade, além da identificação de seleção de próximo falante e averiguação a respeito de que tipo de ação está sendo realizada por meio da fala e no curso da interação com o outro. Entender e descrever as dinâmicas de turnos em interações das quais participam crianças autistas pode dar visibilidade a essa capacidade analítica exigida da criança para a própria dinâmica de trocas e gerenciamento de turnos ou para as dificuldades desses sujeitos autistas em identificarem tal dinâmica e gerenciar as trocas de turnos. Do ponto de vista metodológico, os dados são de um corpus audiovisual de registros de sessões individuais e presenciais de avaliação e de terapia fonoaudiológica de crianças autistas conduzidas por fonoaudiólogas. Selecionamos um tipo de interação que envolve, em momentos distintos, duas crianças autistas que são introduzidas a um sistema de Comunicação Alternativa Aumentativa (CAA) chamado Picture Exchange Communication System – PECS (BONDY e FROST, 2009). Ambas as crianças são do sexo masculino, são irmãos gêmeos, possuem sete anos de idade e apresentam perfil sociointeracional minimamente verbal. Para transcrever os dados desse estudo, foi utilizada a convenção de transcrição multimodal elaborada por Mondada (2014a). As transcrições foram realizadas manualmente e com auxílio de um software de anotação multimodal denominado ELAN (WITTENBURG et al., 2006). As nossas análises sugerem se e como essas duas crianças autistas, nestas interações situadas, contribuíram e coordenaram juntamente com a terapeuta a construção da dinâmica interacional através dos recursos multimodais, se orientando para as pistas da estrutura verbal e para os recursos corporificados das unidades de turno do interlocutor. Durante o curso da interação, as crianças autistas realizaram e publicizaram ações como: avaliação de finalização do turno e coordenação de várias ações simultâneas; acompanhamento de distintas práticas de atenção que se estabeleceram; sustentação dos turnos corporalmente, além de mobilizar diferentes recursos multimodais para a estruturação das Unidades de Construção de Turno. As análises mostram ainda que essas ações coexistiram também com as dificuldades interacionais dessas crianças e com a ausência da fala.