Navegando por Palavras-chave "Pré-púberes"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeitos do estresse térmico na espermatogênese de camundongos: aspectos celulares e epigenéticos(Universidade Federal de São Paulo, 2022-08-25) Ferreira, Gláucia Helena [UNIFESP]; Lopes, Fabíola Freitas de Paula [UNIFESP]; Moura, Marcelo Tigre; http://lattes.cnpq.br/0480082638852833; http://lattes.cnpq.br/0954914266701996; http://lattes.cnpq.br/2348835088157015O efeito deletério do estresse térmico na fertilidade animal é um problema multifatorial, afetando tecidos e células do sistema reprodutor em mamíferos. Existem evidências de que, no sistema reprodutor de machos púberes, o estresse térmico compromete a espermatogênese, reduzindo a motilidade, a capacidade fecundante do espermatozoide e a fertilidade do animal. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos imediatos e/ou tardios do estresse térmico em animais pré-púberes. Desta forma, este trabalho visou determinar se o estresse térmico aplicado em camundongos machos pré-púberes exerce efeitos imediatos (período pré-púbere) e tardios (período púbere) sobre os aspectos morfológicos das células testiculares bem como determinar os efeitos tardios do estresse térmico no perfil bioquímico e motilidade espermática e na produção in vivo de embriões. Para tanto, casais da linhagem Suiça foram utilizados para obtenção de ninhadas. No 10º dia de desenvolvimento pós-natal (DPN), as matrizes e os filhotes foram aleatoriamente alojados em câmara climática nas condições controle (21°C durante o dia todo) e estresse térmico (35°C por 12 horas do período de luz e 21°C por 12 h durante o período escuro) até́ o 21º dia DPN. Em seguida, os animais foram mantidos na condição controle até o dia da eutanásia. No primeiro experimento, os camundongos foram avaliados quanto a massa corporal, massa testicular e histologia dos testículos nos momentos imediato (dias 22 a 25 DPN) e tardio (dias 91 a 122 DPN). Para caracterização dos efeitos tardios do estresse térmico foi realizada também a contagem espermática, análise computadorizada de espermatozoides (CASA) e perfil bioquímico espermático (Espectroscopia Raman). Para tanto, os testículos direitos foram fixados em 4% (p/v) paraformaldeído, processados para histologia clássica e submetidos à aquisição e análise de imagem. Os testículos e epidídimos esquerdos foram congelados em nitrogênio líquido e destinados às análises de contagem espermática. Os epidídimos direitos foram repicados em meio HTF (human tubal fluid) ou solução tamponada de fosfato (PBS 0,1M) para avaliação do perfil funcional (CASA) ou bioquímico (Raman), respectivamente. Em um segundo experimento, os machos foram submetidos ao estresse térmico no período pré-púbere como previamente descrito. Ao atingirem a puberdade os animais foram acasalados (2 fêmeas para cada macho, com intervalo de 10 dias) para determinação das taxas de blastocistos e estruturas viáveis. A exposição de camundongos pré-púberes ao estresse térmico exerceu um efeito imediato reduzindo o número de espermatócitos (p=0.0076), espermátides arredondadas (p<0,0001) e alongadas (p=0.0016), e células de Leydig (p=0.0065). Além disso o estresse térmico aumentou a porcentagem de túbulos seminíferos com alterações tubulares caraterísticas de atrofia (p=0,0123), vacúolos (p=0,0300), corpos residuais anormais (p=0.0017), perdas parciais de células germinativas (p=0,4159) e redução do epitélio germinativo íntegro (p<.0001). Houve também aumento no número de vacúolos (p<.0001) e corpos residuais anormais (p<.0001) por túbulo. Quando as mesmas características histológicas testiculares foram avaliadas durante a puberdade, o grupo submetido ao estresse térmico apresentou aumento no número de espermatogônias (p=0.0044), espermátides arredondadas (p<0.0001) e células de Sertoli (p<.0001). Em contraste, houve redução no número de espermatócitos (p<0001) e tendência na redução no número de espermátides alongadas (p=0.0832). Além disso o estresse térmico aumentou a porcentagem de túbulos seminíferos com alterações tubulares caraterísticas de corpos residuais anormais (p=0.0002), perdas parciais de células germinativas (p<.0001) e desorganização do epitélio germinativo (p<.0001) e tendência de desorientação de espermátides (p=0.0652). Houve também aumento no número de vacúolos (p=0.0133) e corpos residuais anormais (p=0.0007). O estresse térmico reduziu a massa da cabeça e corpo do epidídimo e aumentou a contagem espermática relativa nessa porção do epidídimo (p=0.0086). Foi observado o aumento na contagem espermática absoluta no testículo (p=0.0131) e na produção diária de espermatozoides (p=0.0131). A exposição de camundongos ao estresse térmico no período pré-púbere aumentou a motilidade progressiva (p=0.0314) mas reduziu a hiperativação espermática (p=0,0239). Os efeitos imediatos e tardios do estresse térmico em machos compactuaram para a redução da fertilidade, com queda na taxa de blastocistos (p=0.0130) e de estruturas viáveis (p=0.0130) e aumento de estruturas degeneradas (p=0.0078) e oócitos não fecundados (p=0.0459) em relação ao grupo controle. Não foram observados efeitos do do estresse térmico sob o perfil bioquímico do espermatozoide. O estresse térmico em camundongos machos pré-púberes exerceu efeito imediato e tardio, comprometendo a histologia dos túbulos seminíferos, a concentração espermática, e alterou os padrões de motilidade espermática acarretando na redução da fertilidade.