Navegando por Palavras-chave "Pirronismo"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Oswaldo Porchat: rústico ou urbano?(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-04) Abreu, André Vasques de [UNIFESP]; Smith, Plínio Junqueira; http://lattes.cnpq.br/7631072455158066; http://lattes.cnpq.br/5258298455092897A interpretação e apropriação do pirronismo antigo por parte de Oswaldo Porchat é aqui examinada à luz do debate entre as interpretações urbana e rústica do ceticismo. Em 1982, Jonathan Barnes caracterizou as duas posições presentes nesse debate e estabeleceu os termos que até então são usados para se referir a ele. Enquanto a interpretação de Michael Frede (1979) se tornou a principal representante da primeira posição, chamada de interpretação urbana, a interpretação Myles Burnyeat (1980) se tornou a referência da segunda posição, chamada de interpretação rústica. Segundo a interpretação urbana, a suspensão do juízo não atinge as crenças do homem comum, mas somente as crenças filosóficas. Isso significa que o cético poderia ter crenças não filosóficas. Segundo a interpretação rústica, a suspensão do juízo atinge toda e qualquer crença humana, seja ela filosófica ou não filosófica. O cético, portanto, não teria nenhuma crença. Contudo, em 2000, Gail Fine sugeriu que não haveria diferença entre essas duas posições. No fundo, Frede e Burnyeat compartilhariam da ideia de que o cético não tem nenhuma crença. Porchat não manifestou explicitamente sua posição acerca dessa controvérsia. Por isso, não sabemos exatamente qual a sua interpretação da abrangência da suspensão do juízo no pirronismo antigo, nem mesmo qual concepção da abrangência da suspensão do juízo está presente no seu neopirronismo. Esta dissertação, portanto, tem dois objetivos: 1) compreender se Porchat tinha uma interpretação rústica ou urbana do pirronismo antigo; 2) compreender se Porchat tinha uma concepção rústica ou urbana de neopirronismo. Além disso, é preciso levar em conta a hipótese de que Porchat tenha evoluído de uma posição a outra, e a hipótese de que o neopirronismo de Porchat tenha superado a dicotomia entre ceticismo urbano e ceticismo rústico, formulando uma versão original de ceticismo. Para atingir esses objetivos, analisamos, sobretudo, os artigos que Porchat publicou entre 1969 e 1995.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Pirronismo radical e política(Universidade Federal de São Paulo, 2022-05-30) Schvartz, Vitor Hirschbruch [UNIFESP]; Smith, Plínio Junqueira [UNIFESP]; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782201U7; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do;jsessionid=4FED470D436CEC0C74E15991622CD0FA.buscatextual_0O conceito de phainómenon é a mais importante noção do pirronismo antigo para a compreensão do assim chamado “lado positivo” do ceticismo. Se a obra de Sexto Empírico ficou famosa pelo arsenal combativo que legou para os milênios subsequentes, filósofos contemporâneos que se autodenominaram neopirrônicos, como Porchat e Fogelin, inspiraram-se no fenomenismo cético para formularem suas posições filosóficas. Partindo de uma visão alternativa da relação do cético com “o que aparece”, a dissertação pretende mostrar como uma interpretação radical e que aponta para a enorme abrangência do escopo da suspensão do juízo cética pode abrir caminho para pensar a questão da ação política do filósofo pirrônico. Um pirrônico radical questiona a verdade de toda e qualquer proposição e não pode se furtar de, quando não frequentemente, eventualmente se posicionar sobre política, e o neopirronismo não pode se furtar de se perguntar sobre como se daria a relação entre uma filosofia sem opiniões e a inevitabilidade da ação política. A dissertação pretende oferecer um esboço das condições de possibilidade que tem um cético radical para exercer a atividade política a partir da sua eleição do phainómenon como critério de ação.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Sexto Empírico e o Problema do Mundo Exterior(Universidade Federal de São Paulo, 2022-09-20) Moura, Fernando Sousa [UNIFESP]; Smith, Plínio Junqueira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7631072455158066; http://lattes.cnpq.br/0765876696371119O problema do mundo exterior é conhecido como um desafio cético ao conhecimento empírico. A origem do problema foi atribuída à Descartes em sua Primeira Meditação por Myles Burnyeat. Os epistemólogos e historiadores contemporâneos, em grande medida, anuíram ao veredito de Burnyeat (1982). No entanto, o filósofo brasileiro Oswaldo Porchat propôs que o problema do mundo exterior teve sua origem na filosofia cética antiga, particularmente na obra de Sexto Empírico. Além disso, Porchat (1986), assim como Stroud (1984), argumentou que para entender no que consiste o problema do mundo exterior é preciso primeiro analisar suas fontes. Assim, buscamos, em nossa metodologia, primeiro analisar os fundamentos de nosso problema para, em seguida, investigar as fontes antigas em sua busca. Portanto, foi encontrado no debate de Sexto Empírico, sobre o critério de verdade, com estoicos, acadêmicos e cirenaicos estes mesmos fundamentos do problema do mundo exterior. Por fim, utilizamos também a discussão de Sexto Empírico sobre a física antiga e sua proposta de suspensão do juízo sobre a existência dos corpos físicos para avaliar, de uma perspectiva extra epistemológica, a relação entre o problema do mundo exterior e suas fontes. O problema do mundo exterior nos pareceu não se limitar à sua versão cartesiana, que propõe a dúvida sobre a real existência do mundo. Apoiando-se em tudo que há no debate antigo sobre o conhecimento empírico do mundo exterior, o ceticismo cartesiano figuraria mais como a espécie de um gênero.