Navegando por Palavras-chave "Mineração de genoma"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)A biotecnologia azul como uma esperança para a perspectiva negativa da resistência antimicrobiana: um olhar voltado para os metabólitos bioativos de bactérias marinhas associadas a poríferos(Universidade Federal de São Paulo, 2025-01-13) Maltoni, Thaís Agnes de Souza Cabral [UNIFESP]; Menegon, Renato Farina [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2622879638523409O uso generalizado dos antimicrobianos levou ao desenvolvimento de mecanismos de resistência por parte dos microrganismos, comprometendo a eficácia do combate à diversas infecções bacterianas. A indústria farmacêutica, inicialmente focada em produtos naturais, passou a utilizar mais intensamente a abordagem da modelagem molecular, porém avanços modestos foram notados na descoberta de novos compostos antimicrobianos. Uma alternativa promissora para superar esses desafios é a pesquisa em nichos ambientais pouco explorados, como o ambiente marinho, o qual é rico em microrganismos produtores de metabólitos bioativos com potencial antimicrobiano. Esponjas marinhas, em particular, têm atraído atenção devido à capacidade de seus simbiontes bacterianos de produzir substâncias bioativas como as antimicrobianas. O composto kocurin é um destes compostos capaz de exibir potente atividade contra Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), assim como surfactinas e macrolactina A atuando sinergicamente. Em paralelo, diversos outros estudos comprovaram a inibição de bactérias patogênicas por metabólitos bacterianos através de ensaios microbiológicos de raias cruzadas, ensaios de microdiluição em caldo com extratos de cultura líquida, culturas modificadas, entre outros. A mineração genômica foi de grande auxílio em diversos estudos para fornecer pistas bastante interessantes para a descoberta de novos antimicrobianos ao possibilitar a identificação de clusters gênicos biossintéticos de produtos naturais previamente não caracterizados dentro dos genomas de organismos sequenciados. Nesse contexto, a biotecnologia azul aplicada às esponjas marinhas e seus simbiontes bacterianos oferece uma oportunidade valiosa para o desenvolvimento de novos tratamentos, contribuindo para o enfrentamento da crescente ameaça da resistência antimicrobiana (RAM), que já é responsável por centenas de milhares de mortes anuais. A exploração dos recursos marinhos exige, porém, o emprego de tecnologias inovadoras, como veículos subaquáticos para coleta a fim de aumentar o acesso a estes recursos, e abordagens moleculares diferenciadas, para superar as limitações das técnicas atuais e impulsionar o avanço da biotecnologia marinha. Como suporte a esta relevante empreitada, bem como para o crescimento sustentável da economia azul o fomento à pesquisa e inovação no setor marítimo, com o apoio de instituições como o Centro de Pesquisa e Experimentação Marítima (CMRE) e organizações intergovernamentais, é essencial e decisivo. Além disso, para garantir a exploração responsável e sustentável dos recursos marinhos, é fundamental que os países sejam aderentes a acordos como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e o Protocolo de Nagoya.