Navegando por Palavras-chave "Microbiologia ambiental"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Análise da diversidade de espécies de Acinetobacter spp. e do seu papel como reservatório de genes de resistência aos antimicrobianos em matrizes aquáticas e solos das diferentes regiões geográficas brasileiras(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-18) Santos, Layza Hayne dos; Silva, Rodrigo Cayô da; Neto, Francisco Ozório Bessa; Franchikoski, Milena Fajani; http://lattes.cnpq.br/0415227863176385; http://lattes.cnpq.br/9508328531769037; http://lattes.cnpq.br/5699739668358897; http://lattes.cnpq.br/0988016685807383A ecologia microbiana assume que os microrganismos, mesmo espécies não patogênicas, são reservatórios ambientais de genes de resistência aos antimicrobianos (ARGs). Bactérias ambientais, consideradas não patogênicas, estão expostas a múltiplos metabólitos com atividade antimicrobiana produzidos por outros microrganismos como forma de defesa e competição pelos nichos ecológicos em que habitam. Esses metabólitos ou bioativos permitiram o surgimento de ARGs com alta especificidade ao longo de milhares de anos, e sua localização dentro de elementos genéticos móveis facilitou sua transmissão para espécies bacterianas patogênicas. É fato que as infecções por Acinetobacter spp. estão se espalhando rapidamente em todo o mundo, principalmente em ambientes nosocomiais. O gênero Acinetobacter é altamente diverso e ubíquo, consistindo em cocobacilos gram-negativos não fermentadores da glicose, catalase-positivos e oxidase-negativos. As espécies pertencentes a este gênero são majoritariamente ambientais e não patogênicas. Entretanto, A. baumannii é a espécie patogênica mais importante do gênero, e essa característica se deve à sua notável adaptabilidade a ambientes hospitalares e à sua multirresistência (MDR), o que acaba ofuscando as demais espécies do gênero. O objetivo geral deste estudo foi de avaliar a presença de cepas de Acinetobacter spp. resistentes aos antimicrobianos em matrizes aquáticas e solos das diferentes regiões geográficas brasileiras. Para o presente estudo, foram selecionados 106 isolados de Acinetobacter spp. recuperados de amostras de matrizes aquáticas e de solo dos estados do Pará (PA), Ceará (CE), São Paulo (SP), Santa Catarina (SC) e Mato Grosso do Sul (MS). Todos os isolados de Acinetobacter spp. tiveram sua identificação confirmada pela técnica de MALDI-TOF MS. Além disso, o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foi determinado pela técnica de difusão em disco. Os ARGs aos β-lactâmicos, às fluoroquinolonas, aos aminoglicosídeos e às polimixinas foram submetidos a análise mediante a técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional e multiplex utilizando primers específicos, empregando pools de amostras. Posteriormente, os pools que demonstraram positividade para algum dos ARGs triados, cada cepa dentro daquele pool foi verificada individualmente para o gene de interesse. Ao todo foram identificadas 12 espécies de Acinetobacter, sendo que A. baumannii (n=46; 43,4%) foi a espécie mais prevalente, seguida por A. pittii (n=16; 15,1%), A. nosocomialis (n=15; 14,1%) e A. seifertii (n=11; 10,4%). A maioria dos isolados de Acinetobacter spp. foram obtidos nos estados do PA (n=56; 52,8%) e CE (n=37; 34,9%). Além disso, uma maior diversidade de espécies de Acinetobacter foi verificada nesses dois estados comparados aos estados de SP, SC e MS. Dentre os ARGs triados, foram detectados os genes blaOXA-5-like (n=2 isolados), blaOXA-24/40-like (n=6 isolados), blaOXA-51-like (n=47 isolados), blaIMP-like (n=8 isolados) e blaSHVlike (n=6 isolados). A análise comparativa entre os diferentes estados avaliados revelou variações significativas na distribuição geográfica dos ARGs, com uma maior frequência entre os estados de CE e PA. Enquanto os genes blaIMP-like e blaSHV-like foram detectados somente em isolados de A. baumannii, os genes blaOXA-24/40-like e blaOXA-5-like foram encontrados em espécies de A. não-baumannii, como A. pittii e A. soli. A heterogeneidade na distribuição de espécies e ARGs em amostras ambientais observada no presente estudo sugere uma necessidade de abordagens de vigilância nacional e sob uma perspectiva de Saúde Única, de modo que possam ser fornecido um panorama real da resistência aos antimicrobianos nas diferentes regiões brasileiras e, assim, orientar a implementação de medidas eficazes no combate a emergência e disseminação de patógenos MDR e novos ARGs no país.