Navegando por Palavras-chave "Lignina"
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- ItemEmbargoCaracterização molecular de resíduos florestais de diferentes espécies Eucalyptus por espectroscopia Raman(Universidade Federal de São Paulo, 2024-10-17) Schultz, Ciro de Almeida [UNIFESP]; Noda, Lucia Kiyomi [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0772763475537005; http://lattes.cnpq.br/9406190876760627A indústria de base florestal brasileira teve um desempenho notável em 2022, gerando 2,6 milhões de empregos e alcançando uma receita bruta de R$ 260 bilhões. Este setor, que se destaca como o quarto item nas exportações do agronegócio brasileiro, atingiu recordes de produção, totalizando 25 milhões de toneladas de celulose, 11 milhões de toneladas de papel e 8,5 milhões de m³ de painéis de madeira. Em 2022, a economia brasileira também se beneficiou do alívio das restrições relacionadas à pandemia, aumentando a demanda por bens e serviços. As plantações de eucalipto estão predominantemente nas regiões Sudeste (46%), Sul (18%) e Centro-Oeste (18%), com destaque para Minas Gerais, responsável por 29% dos plantios. Outros estados notáveis incluem Mato Grosso do Sul, com 15%, e São Paulo, com 13%. Essa distribuição geográfica evidencia a concentração estratégica dessas plantações em áreas específicas do país. Este projeto teve como objetivo coletar informações sobre a composição molecular de resíduos florestais de várias espécies de eucalipto, por meio da técnica de espectroscopia Raman. Após a colheita, materiais como cascas, ramos, raízes, ponteiras, tocos, toretes e permanecem no campo. Parte desses resíduos desempenha um papel essencial na reciclagem de carbono no solo, enquanto outra parcela pode ser considerada biomassa residual, passível de aproveitamento. A técnica Raman é caracterizada por sua alta especificidade, não exigindo preparação especial da amostra e permitindo medidas rápidas. A excitação das amostras ocorreu com um laser Nd: YAG, de 1064 nm, recomendado na literatura para reduzir a fluorescência. A área da lignina foi calculada entre 1500 cm⁻¹ e 1684 cm⁻¹, enquanto a da celulose variou de 980 cm⁻¹ a 1194 cm⁻¹. Após a obtenção dos dados, foram analisadas 30 árvores das espécies Eucalyptus urograndis, E. grandis, E. urophylla e E. saligna, com espectros coletados da casca e folhas de todas as amostras. As cascas das diferentes espécies apresentaram bandas espectrais distintas relacionadas à lignina, com picos em 1680 cm⁻¹, 1670 cm⁻¹, 1651 cm⁻¹, 1645 cm⁻¹,1618 cm⁻¹, 1611 cm⁻¹, 1604 cm⁻¹, 1601 cm⁻¹, 1583 cm⁻¹, 1562 cm⁻¹, 1550 cm⁻¹, 1531 cm⁻¹ e 1521 cm⁻¹. Essas bandas refletem a diversidade de compostos fenólicos e as variações nas estruturas moleculares. As regiões espectrais associadas à celulose mostraram padrões mais consistentes, com picos em 1151 cm⁻¹, 1121 cm⁻¹, 1096 cm⁻¹, 1063 cm⁻¹, 1033 cm⁻¹ e 1000 cm⁻¹, indicando características químicas mais constantes. O comparativo entre as espécies de eucalipto revelou padrões distintos na relação entre lignina e celulose. As espécies H546-Urograndis e H694-Urograndis, pertencentes à mesma espécie, apresentaram valores similares, com média de aproximadamente 2,35, sugerindo uma proporção média de lignina em torno de 27% e celulose em 73%. Em contraste, as espécies IPB21-Grandis e IPb7-Saligna mostraram valores mais baixos, com médias de 1,64 e 1,54, respectivamente, indicando uma média de lignina de aproximadamente 17% e celulose de cerca de 83% para IPB21-Grandis, e 16% de lignina e 84% de celulose para IPb7-Saligna. A espécie B414U-Urophylla apresentou uma relação intermediária, com um valor médio de 2,1, sugerindo uma composição de lignina em torno de 21% e 79% de celulose. Este projeto destaca-se no contexto acadêmico devido à abordagem inovadora na análise de resíduos florestais, em particular a casca de eucalipto, permitindo a avaliação in situ sem preparo prévio, potencializando a rapidez da análise. Os resultados obtidos direcionarão propostas para uma gestão mais eficaz dos resíduos, visando à otimização da produtividade por hectare e plantações mais sustentáveis.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito da lignina kraft e do óleo de palmiste na substituição parcial do poliol de origem petroquímica para produção de espumas flexíveis viscoelásticas de poliuretano(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-18) Flôres, Camila Campos [UNIFESP]; Oliveira, Maurício [UNIFESP]; Rufino, Thiago; http://lattes.cnpq.br/5183993967979762; http://lattes.cnpq.br/9091349305586921; http://lattes.cnpq.br/0639486020624321Objetivo: Desenvolver espumas flexíveis de poliuretano com propriedades viscoelásticas, empregando diferentes concentrações de lignina Kraft e óleo de palmiste, sem modificação química, em substituição parcial ao poli(etileno gicol) metil éter, de origem petroquímica. Este estudo visa, ainda, entender o efeito da substituição do poliol poliéter pela lignina Kraft, óleo de palmiste e mistura deles nas propriedades das espumas viscoelásticas, a fim de encontrar a relação mais adequada, dentre as máterias-primas, para produção de espumas com propriedades de aplicação próximas às espumas produzidas com poliol de origem petroquímica. Métodos: A dispersão da lignina Kraft em poli(etileno gicol) metil éter foi avaliada por diferentes metodologias e caracterizada em relação ao rendimento, diâmetro de partícula, viscosidade dinâmica e número de hidroxilas. As espumas de poliuretano foram avaliadas em relação ao perfil de crescimento, propriedades térmicas via análise termogravimétrica e análise dinâmico termomecânica. Foram realizados ensaios de espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier, microscopia eletrônica de varredura, ensaios de inflamabilidade e análise sensorial. Propriedades mecânicas foram ainda avaliadas em relação à densidade, resistência ao rasgo, resiliência, força de indentação, tempo de retorno e deformação permanente à compressão. Resultados: Foi verificado que o uso da lignina kraft e do óleo de palmiste resultou em maior tempo de crescimento das espumas. Foi verificada uma tendência de aumento do diâmetro das células e da densidade das espumas, sendo mais acentuado para espumas produzidas com lignina Kraft. Os impactos benéficos observados foram o aumento da resistência ao rasgo e redução da deformação permanente à compressão, porém, os resultados de resiliência e tempo de retorno demonstram que a adição das matérias-primas estudadas distanciam as espumas das propriedades de espumas típicas viscoelásticas. O óleo de palmiste não resultou em benefícios sensoriais à espuma, com até 15 partes para cada 100 partes de poliol. Conclusão: Espumas de poliuretano com lignina Kraft e óleo de palmiste foram produzidas e, mesmo com densificação e aumento da resiliência, elas podem ser utilizadas para aplicações em embalagens ou colchões, desde que cor e odor não sejam fatores reprovativos.
- ItemRestritoUma revisão sobre o potencial de co-culturas fúngicas na degradação de lignina(Universidade Federal de São Paulo, 2022-01-28) Soares, Jullio Kennedy Castro [UNIFESP]; Vallim, Marcelo Afonso [UNIFESP]; Vitali, Vera Maria Valle; http://lattes.cnpq.br/6137997220541039; http://lattes.cnpq.br/4039129182586680; http://lattes.cnpq.br/2102381380357788Atualmente a biomassa lignocelulósica corresponde a uma fonte de recurso altamente abundante e renovável, porém, sendo pouca explorada devido à recalcitrância fornecida pelo componente da lignina presente na parede vegetal, a qual pode ser superada pela degradação por co-culturas fúngicas que gradativamente estão sendo estudadas devido a maior produção de enzimas ligninolíticas, em detrimento das culturas axênicas, responsáveis pela modificação do polímero. Devido a isto, o objetivo deste trabalho é compilar os estudos experimentais de co-cultivos fúngicos na degradação da lignina e, para isto, foi adotado a metodologia de revisão da literatura do tipo sistemática buscando em onze bases de dados e mecanismos de busca os termos correspondente a este ramo de pesquisa para o levantamento de artigos científicos relevantes, publicados virtualmente nas últimas três décadas, os quais foram verificados por algumas etapas de triagem. Uma vez selecionados, os artigos científicos ainda foram submetidos à técnica Bola de Neve para a otimização da recuperação de estudos relevantes. Dentre os 43 estudos elegíveis que serviram de base para esta revisão, foi observado uma maior frequência de co-culturas fúngicas consideradas neutras (54,5%) e sinérgicas (39,8%), seguido dos raros co-cultivos antagônicos (5,7%), quanto à sua capacidade de degradar a lignina em comparação aos respectivos cultivos axênicos. Em geral, o resultado do co-cultivo se demonstra relacionado com o equilíbrio ou desbalanço dos efeitos antagônicos da competição/estresse e efeitos sinérgicos das alterações fisiológicas favoráveis. Por mais que se tenha conhecimento que as espécies pareadas, em conjunto com as condições microambientais do sistema, sejam responsáveis pelas degradabilidades relatadas, os mecanismos moleculares subjacentes às interações ainda permanecem incompreendidos. Além disso, também foi acompanhada, em geral, frequências similares para os resultados dos co-cultivos fúngicos sobre a degradação da holocelulose, decorrentes do aumento de enzimas hidrolíticas, e perda de biomassa dos substrato, em relação às correspondentes culturas isoladas. Em suma, os achados demonstram a aplicabilidade promissora de co-culturas fúngicas em setores biotecnológicos que visam intensificar a degradação de lignina e seus derivados, mediante a sua melhor compreensão em escala ecológica e industrial para a exploração de seu potencial biológico.