Navegando por Palavras-chave "Lentigo maligno"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Características clínico-epidemiológicas e dermatoscópicas dos melanomas do couro cabeludo: estudo observacional multicêntrico(Universidade Federal de São Paulo, 2022-04-05) Pereira, Amanda Regio [UNIFESP]; Hirata, Sergio Henrique [UNIFESP]; Guitera, Pascale; http://lattes.cnpq.br/2040826097718565; http://lattes.cnpq.br/3948704483698892Objetivos: Analisar os aspectos clínicos e epidemiológicos dos melanomas do couro cabeludo, com ênfase na cobertura capilar, correlacionando-a com fatores prognósticos; descrever as características dermatoscópicas dos melanomas do couro cabeludo e determinar a acurácia diagnóstica da dermatoscopia para diferenciá-los de lesões pigmentadas benignas. Métodos: Melanomas primários do couro cabeludo diagnosticados ao longo de duas décadas em quatro centros de referência na Austrália e Itália foram incluídos retrospectivamente. Com base na documentação fotográfica, as lesões foram classificadas quanto à cobertura capilar e visibilidade por dois investigadores e correlacionadas com alguns fatores prognósticos (espessura de Breslow, índice mitótico e ulceração). Para a análise dermatoscópica, foram incluídos melanomas lentiginosos (lentigo maligno e lentigo maligno melanoma); como grupo controle, lesões pigmentadas benignas (lentigo solar, queratose actínica, queratose seborreica, queratose liquenoide) com confirmação histopatológica. As características dermatoscópicas foram analisadas por um examinador experiente e cego para o diagnóstico histopatológico. Dois examinadores experientes forneceram diagnósticos presuntivos para cada lesão, permitindo o cálculo da sensibilidade, especificidade, curva ROC e concordância inter-observadores. Regressão logística foi utilizada para a construção de um modelo preditivo de malignidade. Resultados: Para a análise clínico-epidemiológica foram incluídos 113 melanomas do couro cabeludo. A maioria destes localizavam-se em áreas de fácil visualização ao exame clínico (49% em couro cabeludo calvo; 15% na linha de implantação capilar). Demais melanomas (36%) foram considerados cobertos por cabelos, revelando mais frequentemente afinamento capilar (63%) do que densa cobertura capilar (37%). Melanomas de couros cabeludos com densa cobertura capilar foram mais frequentemente invasivos (81%) e com maior espessura de Breslow (mediana ± intervalo interquartil) (0,8 ± 1,3mm) do que melanomas de couros cabeludos calvos ou com afinamento capilar (43%; 0 ± 0,6mm), P=0,004. Entretanto, quando considerados apenas os casos invasivos (n=55), a espessura de Breslow e índice mitóticos não revelaram diferenças estatisticamente significativas entre áreas cobertas e áreas de fácil visibilidade. Para a análise dermatoscópica, foram incluídos 56 melanomas lentiginosos e 44 controles. Múltiplas características previamente descritas tanto para melanomas faciais quanto extrafaciais foram frequentemente identificadas em ambos os grupos. A sensibilidade dos examinadores para diagnosticar melanoma do couro cabeludo (IC95%) foi 76,8% (63,6-87,0) e 78,6% (65,6-88,4); especificidade de 54,5% (38,9-69,6) e 56.8% (41,0-71,7); e concordância razoável (coeficiente Kappa 0,248). Na regressão logística multivariada, as variáveis mais fortemente preditoras de malignidade foram: (OR, IC95%) heterogeneidade de cores (15,43, 1,48-160,3); linhas pigmentadas em distribuição reticular (14,96, 1,68-132,9); aumento da densidade da trama vascular (3,45, 1,09-10,92); e círculos acinzentados perifoliculares (2,89, 0,96-8,67). O modelo preditivo atingiu 85,7% (73,8-93,6) em sensibilidade, 61,4% (45,5-75,6) em especificidade e 81,5 (73,0-90,0) de área sob a curva para discriminar lesões benignas e malignas. Um fluxograma foi proposto visando melhorar a performance diagnóstica da dermatoscopia. Conclusão: A maioria dos melanomas do couro cabeludo são detectados em áreas de fácil visualização, que também são mais propensas ao fotodano crônico. Aqueles cobertos por cabelos, apesar de raros, são mais frequentemente invasivos. Padrões dermatoscópicos de melanomas faciais e extrafaciais podem ser identificados no couro cabeludo, com considerável sobreposição com lesões pigmentadas benignas, correlacionando-se com baixa especificidade e concordância inter-observadores à dermatoscopia.