Navegando por Palavras-chave "Infecções relacionadas á assistência á saúde"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Análise epidemiológica, microbiológica e molecular das infecções de corrente sanguínea adquiridas em ambiente hospitalar em estudo multicêntrico - Projeto SCOPE Brasil(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2018-03-29) Doi, Andre Mario [UNIFESP]; Pignatari, Antonio Carlos Campos [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9461346610553865; http://lattes.cnpq.br/1854715929702415; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)INTRODUÇÃO: As infecções da corrente sanguínea (ICS) estão entre as infecções mais comuns associadas aos cuidados de saúde (IRAS) e possuem alta morbidade e mortalidade. Estima-se que dois milhões de pacientes adquiram infecções relacionadas a assistência à saúde por ano nos Estados Unidos (CDC 2013). No Brasil, as infecções de corrente sanguínea também representam um dos principais agravos para pacientes com IRAS. De acordo com dados brasileiros (ANVISA 2016) cerca de 2.036 hospitais notificaram ICS relacionada a uso de cateter venoso central, representando cerca de 25.265 episódios de ICS primária durante o ano de 2015. OBJETIVO: O intuito do projeto SCOPE Brasil foi correlacionar dados epidemiológicos, microbiológicos e de resistência aos antimicrobianos do primeiro episódio de infecção hospitalar da corrente sanguínea de pacientes admitidos em hospitais das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste). MATERIAL E MÉTODOS: Entre 2007 e 2010 foram coletados dados epidemiológicos e microbiológicos de 16 centros médicos no Brasil e realizada análise fenotípica e molecular de resistência de isolados bacterianos e fúngicos provenientes de 2453 episódios de ICS associadas à assistência à saúde. RESULTADOS: A distribuição do sexo e idade foi homogênea dentre os pacientes incluídos no estudo frente aos diversos agentes causadores de ICS. As taxas de internação em UTI foram maiores para os BGNNF e para os SCoN. As infecções por bactérias do grupo CESP, Enterococcus spp, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp apresentaram maiores taxas de mortalidade geral em 30 dias (variação de 48,4% a 60,3%). As ICS por Candida apresentaram a maior taxa de mortalidade geral, 72%. A presença de cateter venoso central foi o fator de risco mais encontrado para todos os agentes e a doença de base mais comum neoplasias malignas/linfoma. As bacteremias primárias por CVC foram as mais frequentes. Os bacilos Gram-negativos foram mais prevalentes que os cocos Gram-positivos (60% vs 39%, respectivamente). Os S. aureus foram os agentes mais prevalentes (15,4%) seguido dos Staphylococcus coagulasenegativo (13,8%), Klebsiella spp (13,2%). e Acinetobacter spp (12,5%). Em relação às infecções causadas por S. aureus a mortalidade geral observada foi de 35% sendo maior nas ICS causadas por MRSA (45.3%). A resistência à oxacilina foi observada em 43,4% dos S. aureus e em 90% dos SCoN. O SCCmec tipo III foi o mais encontrado nas duas espécies sendo nos S. aureus também observada frequência dos tipos II e IV. Os Enterococcus spp. apresentaram taxas de resistência a vancomicina de 24%, presença do gene vanA detectada em todas as amostras. A espécie E. faecalis foi a mais comumente encontrada nas ICS. Em relação aos bacilos Gram-negativos, cerca de 16% dos isolados de E. coli eram EsβL positivas sendo as β –lactamases dos tipos TEM e CTXM as mais importantes. Para a Klebsiella pneumoniae 56,3% eram EsβL positivas sendo que as mais prevalentes foram: TEM-1, SHV-1, SHV-11 e SHV-12, CTXM-15 e CTXM-9. Apenas dois isolados que presentavam resistência aos carbapenêmicos eram blaKPC positivos. Do grupo CESP, as espécies mais isoladas foram Enterobacter cloaceae, Serratia marcescens e Proteus mirabilis. Cerca de 27% apresentaram resistência às cefalosporinas de amplo espectro sendo que 74,1% destas foram positivas para os genes blaTEM, blaSHV e/ou blaCTX-M. Nas amostras resistentes aos carbapenêmicos não foram detectados os genes codificadores de carbapenemases. Dentre os BGNNF, os Acinetobacter spp e Pseudomonas spp. foram o 4o e 5o. agentes mais prevalentes. Cerca de 37% das Pseudomonas spp apresentaram resistência aos carbapenêmicos sendo a blaSPM a carbapenemase mais prevalente. Em relação aos Acinetobacter spp. as taxas de resistência aos carbapenêmicos foram de 60,7% sendo o gene blaOXA-23 o mais prevalente. Também avaliamos as ICS por Candida spp. observando uma elevada mortalidade nestas infecções (72%) com emergência de C. glabrata (10%). Elevadas taxas de sensibilidade às equinocandinas e anfotericina B foram observadas dentre todas as espécies. CONCLUSÃO: A distribuição do sexo e idade foi homogênea dentre os pacientes incluídos no estudo sendo as taxas de internação em UTI maiores para os BGNNF e para os SCoN. As infecções por bactérias do grupo CESP, Enterococcus spp, Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp apresentaram maiores taxas de mortalidade geral em 30 dias. As ICS por Candida apresentaram a maior taxa de mortalidade geral, 72%. A presença de cateter venoso central foi o fator de risco mais encontrado para todos os agentes e a doença de base mais comum neoplasias malignas/linfoma. Os S. aureus foram os agentes mais prevalentes seguido dos Staphylococcus coagulase-negativo Klebsiella spp e Acinetobacter spp. com mortalidade geral em torno de 35%, maior nas ICS causadas por MRSA (45.3%). O SCCmec tipo III foi o mais encontrada em S aureus e SCoN. A taxa de resistência a vancomicina para Enterococos foi de 24%, com presença do gene vanA em 100% dos mesmos. Em relação aos bacilos Gram-negativos, cerca de 16% dos isolados de E. coli eram EsβL positivas sendo as β –lactamases dos tipos TEM e CTXM as mais importantes. Para a Klebsiella pneumoniae 56,3% eram EsβL positivas sendo que as mais prevalentes foram: TEM-1, SHV-1, SHV-11 e SHV-12, CTXM-15 e CTXM-9. Apenas dois isolados que presentavam resistência aos carbapenêmicos eram blaKPC positivos. No grupo CESP, as espécies mais isoladas foram Enterobacter cloaceae, Serratia marcescens e Proteus mirabilis. Cerca de 27% apresentaram resistência às cefalosporinas de amplo espectro sendo que 74,1% destas foram positivas para os genes blaTEM, blaSHV e/ou blaCTX-M. Nào foram ddetectados genes codificadores de carbapenemases. Dentre os BGNNF, os Acinetobacter spp e Pseudomonas spp. foram o 4o e 5o. agentes mais prevalentes. Cerca de 37% das Pseudomonas spp apresentaram resistência aos carbapenêmicos sendo a blaSPM a carbapenemase mais prevalente. A taxa de resistência aos carbapenêmicos para Acinetobacter spp. foi de 60,7% sendo o gene blaOXA-23 o mais prevalente. Para Candida spp. observamos uma elevada taxa de mortalidade (72%) com emergência de C. glabrata (10%). Elevadas taxas de sensibilidade às equinocandinas e anfotericina B foram observadas dentre todas as espécies.