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    Acesso aberto (Open Access)
    Um estudo da regulação materna na partilha de alimento com o infante em macacos-prego (Sapajus libidinosus)
    (Universidade Federal de São Paulo, 2023-06-30) Lima, Helena Francisco [UNIFESP]; Santos, Fabiana Elaine Casarin dos [UNIFESP]; Izar, Patrícia; http://lattes.cnpq.br/5453327164161334; http://lattes.cnpq.br/5047065840855896; http://lattes.cnpq.br/2581737023400701
    A partilha de alimento entre mães e seus filhotes é documentada em várias espécies de animais no seu habitat natural. Os filhotes, em geral, dependem dessa partilha provinda da mãe para se alimentarem nos primeiros meses de vida, já que enquanto imaturos é difícil obter, digerir e processar os alimentos sozinhos. Ao compartilhar o alimento, a mãe pode selecionar ou não o tipo de alimento que irá partilhar e também, usar este investimento como uma extensão da lactação e suprir os nutrientes necessários aos seus filhotes, aumentando as taxas de sobrevivência dos infantes e sua própria aptidão direta. Neste trabalho, temos o objetivo de analisar se há modulação das mães de macacos-prego em relação ao alimento que irão partilhar com o infante, ou seja, se ela escolhe o alimento a ser partilhado baseado na categoria do mesmo. Os sujeitos pertencem a um grupo de vida livre da espécie Sapajus libidinosus, que habita o ecótono entre o Cerrado e a Caatinga, na Fazenda Boa Vista (FBV), no Estado do Piauí. Eles se alimentam principalmente de polpa de frutos, sementes, invertebrados, raízes, flores e folhas, como cocos das palmeiras piaçava e catulé, catuli e tucum. Foram registradas todas as atividades dos filhotes, incluindo suas interações com a mãe e outros indivíduos. Os dados deste estudo foram coletados a partir das filmagens realizadas nos anos de 2014 a 2017 seguindo o método animal focal, com a escolha de 12 filhotes, os quais foram analisados nos primeiros 18 meses de vida. A partir dessas filmagens transcrevemos o aceite ou recusa da mãe na partilha de alimento e os tipos de itens alimentares que são partilhados pela mãe ao filhote, sendo que os itens foram categorizados em alimentos fáceis, possivelmente tóxicos e alimentos processados. Dessa forma, conseguimos testar se há escolha da mãe em relação ao alimento partilhado com seu filhote. Nossos resultados mostraram que a mãe não escolhe o que partilhar com o infante baseado no tipo de alimento, sendo assim, continuamos buscando respostas que busquem aprofundar a criteriosidade das mães para partilha.