Navegando por Palavras-chave "Infant Speech"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)A emergência da morfologia de diminutivo no português brasileiro e o estatuto de -inh- e -zinh-(Universidade Federal de São Paulo, 2022-06-20) Costa, Marcela Nunes [UNIFESP]; Minussi, Rafael Dias; Bassani, Indaiá de Santana; http://lattes.cnpq.br/3142164315719180; http://lattes.cnpq.br/4273179791642866; http://lattes.cnpq.br/0964306762830886Este estudo apresenta a descrição e a análise da emergência da morfologia de diminutivo na produção linguística de crianças monolíngues falantes do Português Brasileiro (doravante PB) e tem como horizonte de análise os pressupostos teóricos da Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, [1993] 2020) e a noção de fases na formação de palavras de Marantz (2007). A pesquisa tem como objetivos: (i) determinar qual morfema diminutivo (-inh- ou -zinh-) é o primeiro a emergir na fala infantil; (ii) comparar as formas emergentes não-coincidentes com o alvo das crianças do PB às do estudo de caso de Vigário e Garcia (2012) de uma criança adquirindo o Português Europeu (doravante PE); (iii) verificar se a ordem de emergência está relacionada à composicionalidade e à complexidade morfológica desses morfemas; (iv) buscar evidências nos dados infantis para a discussão da hipótese de independência dos morfemas de diminutivos -inh- e -zinh- no PB, com base nas propostas de Villalva (1994), Bisol (2010), Armelin (2015) e Costa e Minussi (2019); (iv) descrever e comparar as características dos diminutivos nos dados infantis e na fala adulta dirigida à criança no corpus sob análise. A metodologia empregada é a de análise de um corpus longitudinal de aquisição de linguagem composto por transcrições das produções linguísticas iniciais de seis crianças da faixa etária de um a quatro anos de idade que integram o Corpus Santos (LEAL-USP). As buscas no corpus foram realizadas através do software AntConc e os resultados foram catalogados em tabelas Excel para produção de estatística descritiva. Os principais resultados indicam: (i) a superioridade numérica de formações terminadas em -inh- nas produções das seis crianças do corpus, sendo este o morfema mais frequente e mais produtivo nas falas infantil e adulta; (ii) - zinh- emerge tardiamente na fala de cinco das seis crianças do corpus, o que parece estar associado à estrutura de composição à qual -zinh- se concatena, o que é uma evidência para a independência dos morfemas de diminutivo no PB; (iii) as formas em -zinh- não-coincidentes com o alvo da criança adquirindo o PE estão relacionadas à preferência dos falantes do PE por -zinh- (VILLALVA, 2009) e emergem de forma homogênea, enquanto na fala das crianças do PB não há homogeneidade; (iv) o contexto temático é prototípico para a inserção de -inh-, porém a realização fonológica de vogal temática na forma diminutiva (ex. meninazinha) é condicionada à estrutura de composição à qual -zinh- se concatena; (v) a inserção de -inhpermite leitura composicional e não-composicional, porém a inserção de -zinh- restringe a leitura à composicional, o que está associado à sua concatenação mais alta na estrutura sintática; (vi) há correspondência entre o aumento da composicionalidade nos dados infantis e o aumento da idade, mas o mesmo não ocorre para a leitura não-composicional; (vii) há correspondências entre a produção de diminutivos infantil e adulta: -inh- é o morfema mais frequente; as categorias semânticas de afetividade, gradação, tamanho e ambiguidade estão presentes em ambas as falas e a mais frequente é afetividade.