Navegando por Palavras-chave "Graduate Programs"
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- ItemEmbargoMULHERES NAS CIÊNCIAS DO MAR: estudo de caso sobre o campo e sobre os programas de pós-graduação no Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-27) Lippi, Adriana [UNIFESP]; Gonçalves, Leandra Regina [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8461942312318325; http://lattes.cnpq.br/2643757442215280; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Em 2020, mulheres eram 33% das docentes de Programas de Pós-Graduação (PPGs) de Oceanografia, uma das áreas que compõem as Ciências do Mar (CM). A Década do Oceano da ONU se propõe também em fomentar uma ciência mais diversa, partindo da premissa que uma maior diversidade na ciência melhora a produção de conhecimento. Essa pesquisa busca compreender as barreiras e incentivos para a diversidade de gênero nas CM e o cenário de gênero nas CM no Brasil, a partir do recorte de PPGs, inovando em trazer métodos mistos para analisar o tema. A partir da revisão de literatura (protocolo PRISMA) foi identificado que a produção sobre mulheres nas CM têm crescido a partir de 2019 e é mais focada no Norte Global. As principais barreiras apontadas pela revisão são do tipo “Práticas e Processos”, “Sociais” e “Institucionais”. Dentre os incentivos descritos, os mais numerosos são “Institucionais” e “Sociais”. Analisando os PPGs de CM, as mulheres representam 28,6% dos docentes e 51% dos discentes. O Quociente de Inclusão de Gênero apresentou uma tendência de queda nos PPGs analisados. A partir de entrevistas com 11 docentes mulheres dos PPGs de CM coletamos diferentes experiências. As docentes com as maiores idades apresentam menor incômodo com as barreiras enfrentadas pelas mulheres e as com as menores idades mais incomodadas. A maioria das entrevistadas sofreu ou notou microagressões em espaços de gestão. Apenas 1 docente relatou não ter sofrido assédio nem microagressões ao longo de sua vida acadêmica. Das que sofreram assédios graves em ambiente acadêmico, nenhuma fez denúncia. O trabalho de cuidado se mostrou um dos principais fatores para a diminuição ou suspensão de trabalhos de campos ou embarcados de longa duração. A maioria das entrevistadas não foi contemplada por ações afirmativas ao longo de sua carreira e a minoria tinha proximidade com o conceito. As entrevistadas sugerem que as principais ações para a retenção das mulheres nas CM são “Institucionais” (suporte ao trabalho de cuidado, incentivo a mulheres em posições de liderança, políticas de acolhimento e cotas de contratação para mulheres), “Individuais” (premiar e aumentar a visibilidade de pesquisadoras, dar mais oportunidades para mulheres ocuparem cargos de liderança) e “Sociais” (diminuir a sobrecarga de mulheres na sociedade e conscientizar as mulheres sobre as barreiras). Esta pesquisa aponta para a necessidade de elaboração e implementação de políticas de diversidade de gênero nas instituições de CM que contribuam para a retenção de mulheres na carreira. As políticas devem focar em suporte ao trabalho de cuidado, combate a assédios e conscientização sobre diversidade de gênero. Questionar e expandir os conhecimentos existentes sobre o oceano, reexaminar as práticas científicas vigentes e construir melhores políticas pode contribuir para não apenas avançar no conhecimento técnico e científico, mas também promover uma ciência mais justa e equitativa, refletindo assim um verdadeiro deslocamento no paradigma das CM.