Navegando por Palavras-chave "Glomerulopatia"
Agora exibindo 1 - 3 de 3
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação de desfechos maternos e fetais na gravidez em pacientes com glomerulopatias(Universidade Federal de São Paulo, 2023-05-30) Santos, Davi Rettori Pardo dos [UNIFESP]; Kirztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/4168200683717528INTRODUÇÃO: Estima-se que globalmente 6% das mulheres em idade fértil tenham doença renal crônica (DRC) e que 3% das gestações ocorram em portadoras dessa condição. A gravidez fisiologicamente promove aumento em volume plasmático circulante, fluxo plasmático renal e taxa de filtração glomerular, assim como alterações em permeabilidade capilar glomerular e reabsorção tubular e, portanto, constitui um importante aumento na demanda metabólica renal, e a incapacidade de adequar-se a ela está relacionada a desfechos maternos e fetais desfavoráveis. As glomerulopatias são etiologia importante de DRC e desfechos desfavoráveis são associados a gestações que coexistem com essa condição, especialmente em situações de alteração de função renal prévia e proteinúria; no entanto, essa associação carece de maior estudo, especialmente em âmbito nacional. OBJETIVOS: Os objetivos primários deste estudo foram: descrever as características clínicas e laboratoriais das glomerulopatias no curso da gestação e avaliar os desfechos maternos e fetais na gravidez em pacientes com glomerulopatias. Os objetivos secundários foram: determinar fatores associados aos desfechos maternos e fetais na gravidez dessas pacientes. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo analítico do tipo coorte histórica, realizado em centro único, baseado no levantamento de dados de prontuários de pacientes seguidas no Ambulatório de Nefrites da UNIFESP-EPM, no período de 1992 a 2021. RESULTADOS: Avaliamos 60 gestações que preenchiam os critérios de inclusão. A idade média das pacientes era de 28,7 anos; o diagnóstico etiológico da glomerulopatia correspondia em frequência decrescente a nefrite lúpica (31,7%), glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF, 26,7%), doença de lesões mínimas (16,7%), nefropatia por IgA (8,3%), doença de Alport (6,7%), glomerulopatia membranosa (3,3%), nefropatia por C1q (1,7%) e glomerulonefrite pauci-imune (1,7%). Entre comorbidades, observamos que 35% das pacientes tinham hipertensão arterial; 20% estavam em uso de inibidor da enzima conversa da Angiotensina (IECA) ou bloqueador de receptor da angiotensina (BRA). Apresentavam taxa de filtração glomerular média pré-concepção de 101,98 ml/min/1,73m² e níveis de proteinúria média de 0,79g/24h. Quanto aos desfechos renais, 5,4% apresentaram piora de função renal e 50% atividade de sua glomerulopatia, constatando-se que em 35,5% dos casos foi preciso alterar o esquema imunossupressor. Quanto aos desfechos obstétricos, houve 6,7% de abortamentos, 5,6% de pré-eclâmpsia, 59,2% dos partos foram cesárea, 46,8% foram partos prematuros e 34,1% dos recém-nascidos (RN) tiveram baixo peso, com 5,4% de óbitos fetais e 10,8% necessitando de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal. Pacientes que estavam em uso de imunossupressor ao diagnóstico e aquelas com atividade de sua glomerulopatia na gravidez tiveram mais partos prematuros (p=0,03) e RN com menor peso ao nascimento (p=0,03). Alguns tipos histológicos se associaram com maior risco de desfechos fetais, sendo que RN de pacientes com GESF, nefrite lúpica, e glomerulopatia membranosa tiveram também mais baixo peso ao nascer quando comparados com aqueles de mulheres com as demais glomerulopatias. CONCLUSÕES: Em nossa população, observamos que a gestação em pacientes com glomerulopatias esteve pouco associada à alteração de função renal, mas associou-se com altos índices de atividade de glomerulopatia e de desfechos obstétricos. Detectamos ainda maior risco de desfechos obstétricos naquelas que estavam em uso de medicamento imunossupressor e que tiveram atividade da glomerulopatia durante a gravidez
- ItemAcesso aberto (Open Access)Espectro das doenças glomerulares nos pacientes com diabetes submetidos a biópsia renal, em hospital terciário em São Paulo - Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-12) Eid, Lucas Pereira Abrão [UNIFESP]; Mastroianni Kirsztajn, Gianna [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/2489567014765754Introdução: A doença renal do diabetes (DRD) é a principal causa de doença renal crônica (DRC) no mundo e tem achados histológicos típicos, a chamada nefropatia diabética (ND). A maioria dos pacientes com diabetes mellitus (DM) não é submetida à biópsia renal (Bx). Em caso de DM, a Bx é comumente usada quando há suspeita de outro diagnóstico que não a DRD (por exemplo, glomerulonefrite primária). Bx em pacientes com DRD estabelecida para investigar outra patologia glomerular é um tema que carece de estudos. Objetivos: O objetivo primário é descrever as frequências relativas de outras patologias glomerulares encontradas em Bx realizadas em pacientes com DM em serviço de nefrologia terciário em São Paulo - Brasil, nos anos de 2004 a 2022. Os objetivos secundários são definir quais as principais indicações de realização da Bx nos pacientes incluídos, além de buscar associações e/ou efeitos dos achados clínico-laboratoriais em cada situação. Métodos: Estudo descritivo, em que foram analisados os prontuários dos pacientes incluídos - adultos com DRC e DM bem estabelecida, submetidos a Bx. Foram descritas as frequências relativas e as indicações de Bx. Resultados: Avaliou-se uma amostra de conveniência de 53 pacientes. A ND isolada estava presente em quase metade (24) dos pacientes. A ND foi seguida por: doença de lesões mínimas/GESF (11,3%) e membranosa primária (7,5%). Os pacientes com glomerulopatias primárias não DM apresentaram maiores níveis de proteinúria de 24h (p=0,004) e menor tempo de DM (p=0,010), comparados a ND ou ND/outra glomerulopatia simultaneamente. Comparando os grupos em função dos demais exames laboratoriais/dados clínicos, não foi possível confirmar nenhuma outra relação significante. Discussão: O grupo histopatológico mais frequente foi a ND (45,3%), seguido por glomerulopatias não DM (37,7%) e ND associada a outra glomerulopatia (17,0%). A indicação mais frequente de Bx foi progressão rápida de DRC aliada a proteinúria nefrótica (54,7%). Nossos achados sugerem que, em situações em que se suspeita de evolução atípica da DRC em paciente com DM, a Bx deve ser realizada, considerando a frequência de outras glomerulopatias (não ND) encontradas.
- ItemRestritoEstudo do eixo intestino-rim: as alterações na microbiota intestinal em modelo experimental de glomeruloesclerose segmentar e focal(Universidade Federal de São Paulo, 2022-10-18) Silva, Denis Gonçalves [UNIFESP]; Câmara, Niels Olsen Saraiva; Felizardo, Raphael José Ferreira; http://lattes.cnpq.br/9834749309169873; http://lattes.cnpq.br/8098379714093877; http://lattes.cnpq.br/1625763026411693O dano na barreira intestinal contribui para a patogênese da inflamação sistêmica e progressão de muitas doenças humanas, incluindo a doença renal. De fato, o eixo microbiota-intestino-rim vem ganhando força como um possível mecanismo na fisiopatologia das doenças renais. No entanto, a maioria dos estudos se concentram nas alterações da microbiota intestinal e seus metabólitos em doenças renais crônicas, deixando de lado as doenças glomerulares/podocitárias em estágios iniciais, como na glomeruloesclerose segmentar focal (GESF). Neste estudo, exploramos a inter-relação entre a disfunção glomerular renal, as possíveis alterações na microbiota e no microambiente intestinal. Camundongos Balb/c machos foram submetidos ao protocolo de depleção de microbiota por 14 dias. Em seguida, foram induzidos quimicamente a desenvolver GESF por Doxorrubicina (DOX) e avaliados por mais 14 dias. Em outro experimento, sem a prévia depleção de microbiota, camundongos foram induzidos quimicamente a desenvolver glomerulopatia e foram avaliados por 30 dias. A DOX causou lesões histopatológicas renais, com diminuição do número de podócitos por glomérulo, disfunção da barreira glomerular e proteinúria, além de uma progressão, após 30 dias, para uremia. Por outro lado, os camundongos que tiveram sua microbiota intestinal previamente depletada exibiram melhor função da barreira glomerular com a indução da glomerulopatia, com níveis mais baixos de proteinúria e sem alterações estruturais no rim. Além disso, a depleção da microbiota intestinal alterou a relação Th1/Th2 no tecido renal após a glomerulopatia, principalmente pela redução de TNF e MCP-1 e pelo aumento de IL-6. Interessante, após 30 dias, o dano glomerular foi associado a alterações histológicas no cólon intestinal, com níveis aumentados de massa celular amorfa e níveis diminuídos de claudina-1 no cólon intestinal. Tais alterações também foram correlacionadas com a disbiose da microbiota intestinal, principalmente com o aumento do filo Verrucomicrobia, principalmente pelo gênero Akkermansia sp. (conhecida por ter espécies degradadora de muco), juntamente com a redução da camada de muco intestinal, permitindo que a microbiota intestinal se aproximasse das células epiteliais intestinais. Sem precedentes, nosso trabalho demonstra uma relação entre o desenvolvimento e a progressão de uma glomerulopatia com inflamação intestinal, disbiose e alterações estruturais do cólon intestinal, associando um efeito protetor renal significativo com depleção da microbiota. Esses resultados fornecem novas informações que sustentam a importância do eixo microbiota-intestino-rim, levantando várias questões e ideias a serem desenvolvidas.