Navegando por Palavras-chave "Glomeruloesclerose segmentar e focal"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação da evolução de doença de lesões mínimas e glomeruloesclerose segmentar e focal(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Rodrigues, João Marildo Silva [UNIFESP]; Kirztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/0541720996771754INTRODUÇÃO: A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) e a doença de lesões mínimas (DLM) são algumas das glomerulopatias mais frequentes no mundo, sendo consideradas entidades separadas; no entanto, elas podem ser apenas manifestações diferentes da mesma doença, e o melhor tratamento para ambas ainda é motivo de controvérsias. OBJETIVOS: Os objetivos primários do estudo foram determinar as características clínicas e laboratoriais dos pacientes com GESF e DLM, assim como a resposta ao tratamento e a evolução da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) conforme o imunossupressor (ISS) utilizado. Os objetivos secundários foram a identificação dos fatores preditivos de resposta ao uso de cada ISS, assim como fatores que influenciaram a TFGe final. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, analítico, do tipo coorte histórica, realizado em um centro único, envolvendo pacientes com diagnóstico de GESF e DLM primárias, admitidos no Ambulatório de Nefrites da UNIFESP-EPM entre julho de 2011 e junho de 2016, que fizeram uso de corticoide como tratamento inicial, com um tempo mínimo de seguimento de 12 meses, e acompanhados até dezembro de 2019. RESULTADOS: 74 pacientes foram incluídos, 39 com GESF e 35 com DLM. O período de acompanhamento foi de 44,7 ± 24,4 meses, e a frequência de evolução para TFGe < 15 ml/min/1,73m2 foi de 14,9%. O corticoide foi o tratamento inicial para todos os pacientes, e os inibidores de calcineurina (ICI) foram utilizados como segunda opção, em 41,9% dos pacientes. Para o tratamento com prednisona (PRED), a taxa de remissão cumulativa foi de 63,5%, e os fatores preditivos encontrados para corticossensibilidade foram o diagnóstico de DLM (p multi=0,002) e menor proteinúria de 24 horas (P24h) inicial (p multi=0,038); já os fatores preditivos para TFGe final ≥ 60 ml/min/1,73m2 foram o diagnóstico de DLM (p multi=0,018), maior TFGe inicial (p multi=0,039) e a corticossensibilidade (p multi=0,005). Para o tratamento com ICI, observamos uma taxa de remissão de 51,6%; a corticossensibilidade (p multi=0,020) foi fator preditivo estatisticamente significante e o diagnóstico de DLM (p multi=0,069) foi marginalmente significante para a responsividade ao ICI; já a responsividade ao ICI (p multi=0,010) foi estatisticamente significante e a TFGe no início do ICI (p multi=0,088) foi marginalmente significante como preditivos de evolução para TFGe final ≥ 60 ml/min/1,73m2. O tratamento com rituximab (RTX) proporcionou uma taxade remissão de 50%; P24h no início do RTX (p uni<0,001) foi fator preditivo significante para a responsividade ao mesmo, com o diagnóstico de DLM (p uni=0,074), a TFGe no início do RTX (p uni=0,063) e a corticossensibilidade (p uni=0,074) mostrando-se marginalmente significantes para tal; já os fatores que influenciaram na evolução para TFGe ≥ 60 ml/min/1,73m² foram maior TFGe no início do RTX (p uni<0,001), menor P24h no início do RTX (p uni=0,002) e a responsividade ao RTX (p uni=0,007), com o diagnóstico de DLM (p uni 0,074) e a corticossensibilidade (p uni=0,074) mostrando-se marginalmente significantes. O tratamento com micofenolato sódico (MPS) foi relacionado a baixa taxa de resposta (16,7%) e elevada evolução para TFGe final < 60 ml/min/1,73m2 (91,7%). Consideramos que isso ocorreu devido ao perfil desfavorável dos pacientes que fizeram uso de MPS, que foram predominantemente portadores de GESF (91,7%), corticorresistentes (83,3%) e com TFGe reduzida no início do MPS (média de 49 ml/min/1,73m²). Com o uso de ciclofosfamida (CFF), a taxa de respondedores foi de 37,5% e com a azatioprina (AZA), de 50%. CONCLUSÕES: Para a população estudada, os fatores mais importantes para a responsividade aos ISS foram o diagnóstico de DLM e a corticossensibilidade; e aqueles mais importantes de evolução para TFGe ≥ 60 ml/min/1,73m2 foram maior TFGe no início do uso do ISS e a resposta ao próprio ISS, mesmo que o paciente não fosse corticossensível, como foi demostrado no tratamento com ICI, em que a responsividade ao ICI foi fator preditivo de resposta, porém a corticossensibilidade não se associou a evolução para TFGe ≥ 60 ml/min/1,73m2.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Rituximab em glomerulopatias primárias, 10 anos de experiência(Universidade Federal de São Paulo, 2022-05-15) Sales, Gabriel Teixeira Montezuma [UNIFESP]; Kirsztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/1576403007208434NTRODUÇÃO: As glomerulopatias são a terceira causa de doença renal crônica em estágio terminal no Brasil e no mundo e a base do tratamento é a imunossupressão. O rituximab (RTX), anticorpo monoclonal contra linfócitos B (anti-CD20), apareceu nos últimos anos como opção terapêutica, mas com questões sobre segurança e eficiência ainda em aberto em algumas situações, como nas podocitopatias. OBJETIVOS: Descrever perfil clínico e laboratorial dos pacientes acompanhados no Ambulatório de Nefrites da UNIFESP com diagnóstico de glomerulopatia primária e que fizeram uso de RTX. Analisar variáveis associadas a resposta terapêutica e perfil de segurança da medicação. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional, longitudinal, realizado com revisão de prontuário. Os critérios de inclusão foram idade superior a 12 anos, laudo disponível da biópsia renal e uso de pelo menos 1 dose de RTX durante o acompanhamento; foram excluídos pacientes com suspeita de glomerulopatia secundária. RESULTADOS: Foram encontrados 45 pacientes dentro dos critérios de inclusão. A maioria foi do sexo masculino (62,2%), com média de idade no momento da infusão de 35,0 anos. A glomeruloesclerose segmentar e focal foi o padrão anatomopatológico em 55,6% dos casos, seguido por doença de lesões mínimas, com 26,7%. Ao considerar-se apenas as podocitopatias, encontramos taxa de remissão completa em T1 e T2 de 16,7% e 17,8%, respectivamente, enquanto a de remissão adaptada foi de 33,3% nos tempos analisados. Sensibilidade ao corticoide foi encontrada em 51,6% dos casos, e esses apresentaram algum tipo de remissão em 68,5% dos pacientes, enquanto os corticorresistentes não apresentaram remissão parcial ou completa e 21,4% preencheram critério de remissão adaptada. A presença de hipertensão arterial sistêmica e o uso prévio de inibidor de calcineurina teve valor preditivo de não resposta clínica. O evento adverso mais comum no período de até 1 ano após a infusão do RTX foi infecção, que ocorreu em 28,9% dos pacientes, seguido por rash (6,7%). Não houve identificação de óbitos no período de seguimento dos pacientes. Dois (4,17%) pacientes apresentaram piora progressiva da função renal, com início de terapia renal substitutiva 3 e 12 meses após a infusão. CONCLUSÕES: Tem-se demonstrado que o RTX é uma opção terapêutica nas glomerulopatias primárias, com perfil de segurança satisfatório, não sendo diferente na nossa população. Entretanto, ainda existe grande heterogeneidade de resposta de acordo com algumas características clínicas, tendo sido demonstrado principalmente a influência das variáveis resposta a corticoide, uso prévio de calcineurina, valor de albumina sérica pré infusão e presença de hipertensão.