Navegando por Palavras-chave "Glomeruloesclerose"
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- ItemEmbargoPapel do sistema calicreína-cininas na recidiva de glomeruloesclerose segmentar e focal(Universidade Federal de São Paulo, 2023-10-25) Fonseca, Fernanda Maria Casimiro da [UNIFESP]; Pesquero, João Bosco [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0856630824759511; http://lattes.cnpq.br/5756089105853152Introdução: A GESF é a principal causa de doença renal no mundo, sendo o podócito a principal célula afetada. A maioria dos casos de GESF é de causa idiopática (80%). Embora o transplante seja um potencial tratamento, até 50% dos pacientes têm recidiva de GESF após o transplante. Em 1972 foi sugerido a presença de fatores circulantes, responsáveis pela recidiva de GESF primária após o transplante. Objetivo: Estando a bradicinina relacionada com processos inflamatórios, remodelação celular e aumento da permeabilidade o objetivo deste trabalho é analisar o papel do sistema calicreína-cininas na recidiva de GESF pós-transplante; assim como mapear potenciais vias ativadas nessa patologia, a fim de melhor compreender os mecanismos envolvidos na recidiva de GESF e poder, assim, contribuir para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Métodos: Podócitos imortalizados foram incubados com plasma de indivíduos com ou sem recidiva de GESF pós-transplante e com bradicinina para análise morfológica. Técnica de espectrometria de massas foi utilizada para analisar a taxa de formação de bradicinina e seus metabólitos nos plasmas de indivíduos com e sem recidiva de GESF. Gel de acrilamida foi utilizado para analisar perfil proteico dos plasmas dos indivíduos com e sem recidiva de GESF pós-transplante, assim como foi utilizada análise de proteína específica por Western Blotting e análise de proteínas dos diferentes plasmas por cromatografia líquida de alta densidade. Resultados: 15 pacientes foram selecionados para o estudo, seis com recidiva (GESF) e nove sem recidiva (nGESF) de GESF pós-transplante. Quando incubados com os plasmas nGESF, a morfologia e estrutura dos podócitos são preservadas e quando incubados com plasmas recidivados, a sua morfologia aparente é alterada. A bradicinina mostrou efeito semelhante ao plasma com GESF na morfologia dos podócitos, o qual foi inibido na presença de HOE-140. Ao incubar os podócitos com plasmas GESF e nGESF juntos na mesma proporção, os plasmas nGESF tiveram um efeito de preservar a estrutura dos podócitos na presença de plasma GESF. A produção de bradicinina no grupo com GESF ocorreu de forma mais rápida comparado ao grupo nGESF, estando o sistema de produção de bradicinina no grupo GESF 2,5 vezes mais ativado comparado ao grupo nGESF. No grupo GESF, a degradação de bradicinina também ocorre mais rapidamente, assim como a produção dos seus metabólitos, com destaque para o metabólito BK2-9, com síntese 7,5 vezes maior. No gel de acrilamida, foi possível identificar que o grupo nGESF possui uma banda entre 140 – 260 kDa 2 vezes mais presente comparado ao grupo GESF, resultado também visto por meio da cromatografia líquida, sendo esta banda identificada como dipeptidil-peptidase IV por experimento de Western Blotting. Experimentos de atividade enzimática de dipeptidil-peptidase IV mostraram que esta enzima está 2,6 vezes mais ativa no grupo nGESF, sendo as frações 15 e 16 da cromatografia líquida com maior atividade. As frações 15 e 16 de plasma nGESF foram incubadas com podócitos na presença de plasma com GESF, na qual a fração 16 foi capaz de reduzir significativamente a produção de colágeno. Tendo a DPPIV papel importante na degradação de fator 1 derivado de células estromais (SDF-1), o qual tem importante função na produção de colágeno, o inibidor do receptor de SDF-1, AMD3100, foi incubado com plasmas GESF em podócitos e foi observado que AMD3100 inibiu o efeito causado pelo plasma GESF na morfologia dos podócitos. Conclusão: O plasma de indivíduos com recidiva de GESF é capaz de alterar a estrutura e morfologia dos podócitos in vitro, possui menor quantidade e atividade de DPP-IV, estimula síntese de colágeno pelos podócitos, assim como, sintetizam bradicinina e a degradam de forma mais rápida comparado ao plasma de indivíduos sem recidiva de GESF. O colágeno produzido pelo podócito, estimulado pelos fatores circulantes, pode interferir na composição da barreira de filtração glomerular, prejudicando o processo de filtração. A menor atividade de DPP-IV pode levar ao acúmulo de SDF-1a na circulação, e, em caso de dano aos podócitos pelos fatores circulantes, não há bloqueio do SDF-1a para que haja ativação de células-tronco progenitoras e reconstituição da barreira de filtração glomerular. Estudos para confirmação dessas hipóteses e para melhor compreensão do papel do colágeno produzido e do SDF-1a na recidiva de GESF, a fim de estabelecer a inibição de CXCL12 como potencial estratégia terapêutica em distúrbios glomerulares, se fazem necessários.