Navegando por Palavras-chave "Geriatria e Gerontologia"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Doença, envelhecimento ativo e fragilidade : discursos e práticas em torno da velhice(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2014) Barbieri, Natália Alves [UNIFESP]; Sarti, Cynthia Andersen [UNIFESP]; Oliveira, Régia Cristina [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)A presente pesquisa tem como tema central a constituição dos discursos sobre a velhice e o envelhecimento no Brasil. A análise e a metodologia foram orientadas pela Psicanálise e pela Antropologia, que se articulam na Saúde Coletiva ao considerarem os fenômenos humanos e sociais a partir do registro simbólico. O trabalho de campo envolveu como estratégias metodológicas o exame de documentos e publicações científicas, a observação de apresentações orais em eventos e congressos dedicados à velhice e ao envelhecimento e a realização de entrevistas com profissionais protagonistas desse campo. O contato com um universo mais amplo que a geriatria a gerontologia durante o processo investigativo suscitou a compreensão e a definição da noção de ¿Campo do Envelhecimento¿, como um território que abrange diversos personagens, disciplinas, abordagens, instituições e discursos. Foi possível, assim, demonstrar a existência de movimentos dissidentes, disputas por prestígio, competência e autoria de conceitos e apropriação de discursos. Neste campo ¿ heterogêneo ¿ prevalecem discursos que visam positivar o envelhecimento, tentando dissociá-lo das imagens de doença, pobreza e abandono. O ¿envelhecimento ativo¿ é representativo desse esforço, ao alçar a atividade como um bem maior: desenvolvido na Organização Mundial da Saúde, passa a ser a principal referência para as políticas públicas no Brasil, sendo apresentada em diversos dispositivos legais. A análise possibilitou localizar o envelhecimento ativo como sucessor do discurso higienista-preventivista do final do século XIX e início do século XX, ao privilegiar a prevenção e a promoção da saúde como atitudes que devem ser assumidas pelos indivíduos, sendo estes vistos como os principais responsáveis por sua saúde. Ao defender a atividade como uma positividade que deve ser estimulada na velhice, este discurso acabou por estabelecer uma polaridade, em que a fragilidade passa a ser associada a uma falha moral e não a uma condição inerente ao envelhecimento e à vida como um todo. Por não conseguir romper com as noções de normalidade, saúde e doença na qual se baseia a biomedicina, esse discurso acabou por recriar a noção de normalidade em outros termos. A tentativa de positivação foi observada prioritariamente entre os profissionais, e não entre os idosos, indicando dificuldades desses em lidar com a fragilização inerente ao processo de envelhecimento.