Navegando por Palavras-chave "Fisiologia comparada"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Como a sazonalidade influencia a fisiologia térmica de lagartos com diferentes estratégias termorregulatórias: uma meta-análise(Universidade Federal de São Paulo, 2021-09-29) Oliveira, Danilo Giacometti dos Santos Uehara [UNIFESP]; Barros, Fábio Cury de [UNIFESP]; Sousa, Laura Carolina Leal de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0645237910354535; http://lattes.cnpq.br/5883503101496715; http://lattes.cnpq.br/7962343589657532Ectotermos que mantêm o balanço térmico de forma relativamente independente às condições climáticas devem ser favorecidos a colonizar uma grande quantidade de habitats. Para minimizar influências externas sobre a fisiologia e controlar a temperatura corpórea, lagartos utilizam uma ampla gama de comportamentos termorregulatórios. Lagartos heliotérmicos usam a radiação solar para ganhar calor e são frequentemente vistas como termorreguladoras precisos. Contrariamente, não-heliotérmicos são geralmente limitados pelas condições climáticas de seus habitats e apresentam baixa precisão termorregulatória por conta disto. Embora muito foco tenha sido dado aos efeitos das temperaturas médias sobre as espécies, sabemos relativamente menos sobre como a sazonalidade da temperatura afeta respostas térmicas em ampla escala. Considerando a crise climática que estamos enfrentando, é extremamente importante entender como lagartos lidam com variações temporais e espaciais no clima. As temperaturas corpóreas de atividade (Tb) e as temperaturas preferenciais (Tpref) são traços-chave da fisiologia térmica que são frequentemente estudados no contexto de mudanças sazonais nas temperaturas do habitat. Neste trabalho, usamos uma abordagem meta-analítica para avaliar como a sazonalidade da temperatura influencia a variação sazonal na Tb e Tpref de lagartos com diferentes estratégias termorregulatórias (heliotérmicos vs. não-heliotérmicos). Nós mostramos que a magnitude da variação sazonal da Tb foi maior do que da Tpref, e isso pode ser explicado a partir das diferenças teóricas e metodológicas entre esses traços. Em habitats pouco sazonais, heliotérmicos mostraram menor variação na Tb do que não-heliotérmicos, em concordância com a noção de que heliotérmicos têm maior precisão termorregulatória. No entanto, em habitats muito sazonais, a variação na Tb de heliotérmicos aumentou, sugerindo que o comportamento termorregulatório pode não compensar os efeitos do clima sobre as espécies em locais em que as temperaturas ambientais variam substancialmente entre estações. A variação sazonal na Tpref aumentou com a sazonalidade da temperatura ambiental independente da estratégia termorregulatória. Isso indica que lagartos em ambientes muito sazonais têm maior potencial para plasticidade em respostas térmicas, sendo capazes de se manterem ativos apesar de grandes variações nas temperaturas corpóreas. Em suma, nossos resultados apoiam a ideia de que a fisiologia térmica tende a ser mais variável em ambientes mais sazonais e mostra que a importância relativa do comportamento termorregulatória depende do contexto em que as espécies estão inseridas. Nós reforçamos a importância de usar informações fisiológicas, comportamentais e ambientais em modelos que têm como objetivo entender os fatores que promovem ou limitam a evolução de traços térmicos.