Navegando por Palavras-chave "Ferramenta de Predição de Risco Fraturas (FRAX)"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Atualização do modelo FRAX para o Brasil(Universidade Federal de São Paulo, 2024-08-29) Albergaria, Ben-Hur [UNIFESP]; Lazaretti-Castro, Marise [UNIFESP]; Zerbini, Cristiano Augusto de Freitas; http://lattes.cnpq.br/9848964832569416; http://lattes.cnpq.br/8253870907570489; http://lattes.cnpq.br/6514355448223031Introdução: O manejo clínico da osteoporose foi revolucionado pela mudança nos critérios de indicação para tratamento, inicialmente baseados na medida de risco relativo dada pelo T-score definido pela DXA (Absorciometria por duplo feixe de raios-X , do inglês, Dual energy X-ray absorptiometry), para critérios atuais baseados na medida de risco absoluto com base em ferramentas de predição clínica. Dentre as ferramentas disponíveis e validadas, o FRAX (Fracture Risk Assessment Tool) se destaca em vários aspectos, incluindo sua capacidade de personalizar predições de risco de fraturas osteoporóticas para uma população-alvo específica. Este processo, conhecido como calibração tem, portanto, importância fundamental e demanda atualização periódica com a aquisição de dados de alta qualidade relativos às taxas de incidência de fratura de quadril daquela população. O objetivo da primeira etapa desta pesquisa foi realizar um estudo epidemiológico multicêntrico descritivo , o Estudo Brasileiro de Validação em Osteoporose- (BRAVOS), para estimar a incidência de fraturas de quadril conduzido especificamente para atualizar os dados do FRAX Brasil. Em uma segunda etapa, recalibrar o modelo FRAX Brasil utilizando os dados do estudo BRAVOS e comparar este novo modelo com o modelo original. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo e observacional incluindo todos pacientes com idade ≥ 50 anos internados em hospitais devido uma fratura de quadril residentes em três cidades (Belém, Joinville e Vitória) de áreas geográficas representativas do Brasil de 2010 a 2012 a partir de prontuários médicos. Analisamos taxas de incidência (brutas e padronizadas por idade e sexo) para fraturas de quadril. A seguir, para a atualização do modelo FRAX Brasil, as taxas de fratura de quadril das três cidades foram combinadas, ponderadas pela população de cada região. Para outras fraturas maiores, as taxas de incidência para o Brasil foram estimadas usando proporções suecas para quadril e outras fraturas osteoporóticas maiores. As estimativas de mortalidade foram obtidas da base de dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Resultados:1.025 (310 em homens e 715 em mulheres) fraturas de quadril na população com mais de 50 anos de idade foram identificadas nas três cidades. A taxa bruta de incidência de fratura de quadril foi de 103,3/100.000 (intervalo de confiança de 95% [IC = 97,0; 109,7), sendo 77,4/100.000 (IC 95% = 68,8; 86,0) em homens e 125,2/100.000 (IC 95% = 116,0; 134,4) em mulheres. Incidência padronizada para a idade e o sexo foi de 105,9 casos por 100.000 pessoas por ano (IC 95% = 99,4; 112,4); 78,5 casos por 100.000 (IC 95% = 69,8;87,3) em homens e 130,6 casos por 100.000 em mulheres (IC 95% = 121,0; 140,2) por ano. Belém, localizada na região equatorial (latitude 1° 27′ S), teve incidência bruta e ajustada por idade significativamente menor que Joinville (latitude 26° 18′ S) e Vitória (latitude 20° 19′ S), que não eram diferentes entre si. A incidência de fraturas aumentou exponencialmente com a idade, e as mulheres tiveram cerca de duas vezes mais risco de fraturas do que os homens. Comparado ao modelo FRAX original, o modelo atualizado apresentou menores probabilidades de fratura em 10 anos em homens e mulheres em todas as idades. Entretanto, houve também uma correlação muito próxima nas probabilidades de fratura entre o modelo original e o atualizado (r > 0,99). Conclusões: A fratura de quadril acomete principalmente mulheres idosas e apresenta grande variabilidade de incidência entre as diferentes regiões do Brasil. A incidência de fraturas de quadril no Brasil diferiu acentuadamente daquela relatada anteriormente, de modo que as diretrizes nacionais e o modelo FRAX para o Brasil devem ser revisados. As disparidades entre os modelos FRAX original e atualizado indicam a importância de atualizar os modelos FRAX específicos do país com o advento de mudanças significativas na epidemiologia das fraturas.