Navegando por Palavras-chave "Estratégias de conservação de sangue"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Análise do impacto de um protocolo com estratégias multimodais do programa Patient Blood Management em relação ao desfecho terapia transfusional alogênica e morbimortalidade em cirurgia cardíaca(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-01) Santos, Antonio Alceu dos [UNIFESP]; Céspedes, Isabel Cristina [UNIFESP]; Panfilio, Carlos Eduardo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2477014532819889; http://lattes.cnpq.br/5014274675948150; http://lattes.cnpq.br/4858346382581780Introdução: A terapia transfusional alogênica com concentrado de hemácias (CH), plasma fresco congelado (PFC) e concentrado de plaquetas (CP) tem resultado em maior morbimortalidade e custos hospitalares. Além disso, o sangue alogênico é um recurso limitado e está escasso no mundo. Implementar protocolos para gerenciar e conservar o sangue do próprio paciente baseados nos princípios do programa Patient Blood Management (PBM) poderá reduzir transfusões de sangue e melhorar desfechos clínicos em cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Objetivo: Analisar se a implementação de um protocolo com estratégias multimodais de conservação de sangue autólogo do programa PBM tem impacto em relação ao desfecho terapia transfusional alogênica (geral e específica) e morbimortalidade após CRM. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva. Um total de 3.564 pacientes submetidos à CRM isolada e eletiva foram estratificados em grupo pré-protocolo (n=2.150 pacientes) e grupo pós-protocolo (n=1.414 pacientes). Durante 18 meses, mediante reuniões semanais de educação médica multidisciplinar sobre a prática transfusional com as equipes responsáveis pelas CRMs, foi elaborado e implementado um protocolo com foco em otimizar a hematopoiese e o estado de coagulação, otimizar a hemostasia, minimizar perda de sangue e otimizar a tolerância fisiológica do paciente à anemia. Resultados: Na comparação entre os grupos, a implementação do protocolo associou-se à redução significativa do percentual de pacientes submetidos à transfusão geral (global) de hemocomponentes alogênicos (p < 0,001) e às transfusões específicas por CH (p < 0,001), PFC (p < 0,001) e CP (p = 0,001), incluindo politransfusões > 2 unidades de CH no grupo pós-protocolo (p < 0,001). Observou-se desfecho significativo na redução na mortalidade (4,5% vs 3,1%, p = 0,042) e infecção profunda da ferida esternal (p < 0,001), porém não houve diferença estatística em relação infarto agudo do miocárdico (IAM), acidente vascular cerebral (ACV), insuficiência renal (IR), tempo de ventilação mecânica (VM) e permanência na unidade de terapia intensiva no grupo pós-protocolo. Adicionalmente foram realizadas análises de associação direta entre transfusão de sangue e morbidade e variáveis associadas diretamente à mortalidade. Assim, terapia com sangue alogênico mostrou-se associada com aumento significativo de IAM, AVC, IR, fibrilação atrial, VM prolongada (> 48 horas), pneumonia (p < 0,001) e a um risco quatro vezes maior de óbito (odds ratio [OR] =3,97; p < 0,001) e esta chance maior de mortalidade com CH (OR =3,63), PFC (OR =5,69) e CP (OR =6,45) ocorreu de maneira dose-dependente. Mesmo em pacientes de baixo risco de morte (EuroSCORE ≤ 2 e idade ≤ 60 anos) observou-se maior taxa de óbitos após transfusão geral de hemocomponentes (p < 0,001) e transfusão específica por CH (p < 0,001), PFC (p = 0,003) e CP (p = 0,024). Conclusão: A implementação de um protocolo contendo estratégias do programa PBM para o diagnóstico e tratamento eficaz de anemias e coagulopatias, minimizar perda de sangue (hemostasia meticulosa e estratégias de autotransfusão) e otimizar a tolerância fisiológica do paciente à anemia, resultou em impacto positivo por reduzir significativamente a taxa de transfusão de sangue alogênico geral e específica dos hemocomponentes (CH, PFC, CP) e por melhorar desfechos clínicos ao reduzir a taxa de infecção e de mortalidade em pacientes submetidos à CRM. Além disso, observou-se que as transfusões de sangue alogênico (geral ou específica) estão associadas com maior morbimortalidade após CRM.