Navegando por Palavras-chave "Estilo Mandrake"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Só os kit chave: um estudo sobre moda e estética funk das quebradas paulistanas(Universidade Federal de São Paulo, 2022-08-03) Guedes, Claudiane Aparecida; Jardim, Marta Denise da Rosa; https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/71528/marta-denise-da-rosa-jardimO objeto de pesquisa desta monografia é a moda funk de quebrada situada no contexto paulistano, aqui delimitado pelo município e região metropolitana da cidade de São Paulo. Como recorte do tema, trataremos especificamente do estilo mandrake, expressão que pode ser entendida como sinônimo de “chavoso”, termo popularizado no início dos anos 2000. Por meio deste estudo, nosso objetivo geral é analisar a moda como cultura material sob uma perspectiva antropológica, buscando compreender os usos e significados atribuídos pelos jovens do movimento funk nas periferias paulistanas. Como objetivos específicos, procuramos compreender as particularidades que caracterizam esse estilo; como se dá a apropriação e ressignificação de determinados símbolos, figuras e marcas, bem como são aplicados na moda e estética; e em que medida os fatores raciais e socioeconômicos atravessam a construção de tal repertório. Considerando-se o cenário sociocultural circundante, nosso problema de pesquisa consiste em apreender os significados por trás da relação entre forma e conteúdo do estilo mandrake, tendo a figura do vilão (e/ou do anti-herói) como chave interpretativa. Analisando o sujeito funkeiro periférico a partir dos conceitos de sujeito racial e inimigo íntimo, de Achile Mbembe (2018), nossa hipótese é a de que esses jovens se apropriam dos estigmas sociais que lhes são imputados, e os ressignificam, subvertendo seus sentidos primários e os incorporando em suas identidades - como uma espécie de resposta ou contra-ataque a uma sociedade que discrimina e segrega. Nesse sentido, nos parece que através da associação com essas figuras, o binômio “bem” e “mal” é colocado em causa, bem como certos valores éticos e morais considerados universais. Como metodologia, além de revisão bibliográfica, foi compilado e sistematizado todo o conhecimento adquirido empiricamente ao longo dos anos pela autora, residente durante toda a vida no extremo leste da cidade de São Paulo; e que, no decorrer de pelo menos três anos, tem meticulosamente dirigido um olhar antropológico para o objeto em questão. Tomando a moda como elemento significativo das práticas culturais do movimento funk, a presente pesquisa é motivada pela valorização da autoestima, das potencialidades criativas e do protagonismo do sujeito funkeiro de quebrada. Desse modo, nos afastamos de leituras feitas através das lentes da marginalização e da subalternidade, sob as quais favela quase sempre é sinônimo de pobreza, e ser favelado é sinônimo de ser pobre.