Navegando por Palavras-chave "Esquete"
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- ItemRestritoReferenciação e Argumentação: uma análise dos esquetes do Porta dos Fundos sobre o racismo(Universidade Federal de São Paulo, 2020-12-14) Nascimento, Anderson Jorge Pinheiro do; Elias, Vanda Maria da Silva; http://lattes.cnpq.br/5556032934598086; http://lattes.cnpq.br/1647847051475607Esta pesquisa se insere em uma perspectiva que entende a argumentação como constitutiva de todos os dizeres. Quanto aos objetivos, este trabalho busca investigar o modo como a referenciação contribui para construir a dimensão argumentativa em esquetes do Porta dos Fundos que tratam do racismo com relação aos negros. Em específico, identificar a forma com que se dá a constituição e transformação de referentes no esquete humorístico, e analisar como esses processos contribuem para a dimensão argumentativa. Partindo desses objetivos, duas questões norteiam este trabalho: 1. Como ocorre a referenciação no gênero esquete do Porta dos Fundos? 2. Como os processos referenciais evidenciam a argumentação em torno do racismo em esquetes do Porta dos Fundos? Para fazê-lo, foi composto o corpus com os seis vídeos do Porta dos Fundos publicados em seu canal do YouTube entre 2012 e o primeiro semestre de 2020 que têm como tema principal o racismo. O trabalho abarca três conceitos teóricos fundamentais: I – a referenciação, concebida como um processo de construção e reconstrução de referentes (objetos de discurso) que se dá na interação entre sujeitos socioculturais e historicamente constituídos, conforme Mondada e Dubois (2003); II – a argumentação, entendida como constitutiva dos dizeres, afinal, mesmo quando não há a intenção deliberada de influenciar o outro, o discurso apresenta determinado modo de ver o mundo, que tem o texto como sua materialidade, segundo Amossy (2018) e Cavalcante (2019); III – o esquete, gênero construído por imagem em movimento, que satiriza comportamentos e costumes, comumente fazendo críticas sociais, conforme apontam Travaglia (2017) e Carmelino (2018). Os resultados indicam que (1) aspectos da referenciação, como as anáforas e as (re)categorizações, ajudam a construir determinados pontos de vista. (2) Os referentes são textualizados pelas linguagens verbal e imagética, de modo que aspectos multimodais são imprescindíveis para a construção de sentido e da dimensão argumentativa em esquetes. (3) Processos referenciais como os examinados nos esquetes do Porta dos Fundos que tratam do racismo contra os negros são importantes sinalizadores na construção de denúncias contra comportamentos naturalizados socialmente.