Navegando por Palavras-chave "Enfermeiros de saúde da família"
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- ItemEmbargoO acolhimento do enfermeiro da estratégia de saúde da família como instrumento de intervenção e educação em saúde no atendimento de indivíduos em sofrimento mental(Universidade Federal de São Paulo, 2024-06-27) Deglesposti, Camila Borsari [UNIFESP]; Mazzaia, Maria Cristina [UNIFESP]; Zihlmann, Karina Franco [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8737042226108033; http://lattes.cnpq.br/6423662828098950; http://lattes.cnpq.br/0440488573009035Introdução: O acolhimento apresenta-se como potente instrumento de sensibilização e vinculação das pessoas aos serviços, além de contribuir com o processo de assistência e cuidado. Objetivo: Conhecer a experiência dos enfermeiros da Estratégia da Saúde da Família sobre o acolhimento de pessoas que apresentam demandas de saúde mental e promover espaços de discussão sobre intervenções e educação em saúde nessa temática. Metodologia: trata-se de pesquisa qualitativa, pesquisa-ação, com enfermeiros da Estratégia Saúde da Família de Guarulhos-São Paulo, explorando a experiência do acolhimento das demandas de saúde mental na UBS. Foram realizadas entrevistas individuais com questionário semi estruturado de modo virtual, bem como dois encontros entre participantes e pesquisadores, em formato de oficina. Os conteúdos das entrevistas e dos encontros foram transcritos e analisados, por meio de análise de conteúdo gerando sínteses que foram avaliadas e validadas pelos participantes por meio de formulário eletrônico. Para a análise também foi utilizado o software IRaMuTeQ®. Os conteúdos das entrevistas, norteou a construção da oficina de sensibilização sobre o acolhimento em saúde mental na Atenção Primária à Saúde. O ciclo da pesquisa-ação, assim, foi composto de três etapas, a 1ª etapa online e a 2ª e 3ª etapas de modo presencial. Como fundamentação para a análise dos dados foi utilizada a Teoria das Representações Sociais. Na última etapa os participantes avaliaram o processo vivenciado. Resultados e Discussão: Participaram quatro enfermeiras, e, a análise do conteúdo das entrevistas desvelou quatro categorias: potencialidades como resolutividade-escuta-promoção/prevenção-vínculo; identificação dos casos de saúde mental; fragilidades como gestão e organização do serviço e educação em saúde-educação permanente-educação continuada. Na análise do conteúdo das falas nos encontros desvelou-se três categorias: fragilidades como angústia e adoecimento profissional-descaracterização do acolhimento-falta de manejo de casos de saúde mental e medo de assumir pacientes de saúde mental; potencialidades como percepção do profissional sobre importância do acolhimento, da escuta qualificada e do vínculo e, educação em saúde-educação permanente-educação continuada com perspectiva de promoção e prevenção. Da primeira para a segunda análise as categorias foram mantidas, porém, aspectos referentes ao sofrimento do profissional em identificar a demanda e não contar com apoio da gestão para estrutura e organização do serviço, destacou-se como fragilidades, além disso, aspectos relacionados à educação, passam a ser percebidos como fragilidades. Outra mudança incorre na categoria potencialidades que desloca-se do lugar de mais uma atividade para o enfermeiro para a percepção do profissional sobre importância do acolhimento para as demandas de saúde mental. Também fica evidente que o serviço não tem como prioridade a educação permanente e nem a educação em saúde, quando o assunto é saúde mental, pois não há espaço na organização do serviço para preparo e realização das ações de educação em saúde, o que gera desgaste e frustração com a impossibilidade de promoção e prevenção, apesar de ser um dos pilares da Estratégia de Saúde da Família. Conclusão: No início da pesquisa-ação observou-se que a representação social para o acolhimento estava na crença de que este é pouco potente, com a finalidade de triagem e anamnese para encaminhamentos, e sua objetivação é de que é um instrumento restrito e não associado nem a cuidado e nem à educação em saúde. Entretanto, no decorrer das etapas, as discussões contribuíram para o início de um processo de desmistificação dos estigmas da saúde mental, por meio do compartilhamento de saberes, além de despertar a percepção do acolhimento como um potente instrumento de intervenção e educação em saúde, sendo este um organizador na linha de cuidado; também houve o despertar para a potência do profissional enfermeiro na Estratégia de Saúde da Família como principal ator na realização do acolhimento. Desta maneira, o produto educacional, a oficina, fortaleceu o trabalho já realizado pelas participantes, esclarecendo dúvidas sobre manejo de pacientes em sofrimento mental no território, permitindo trocas importantes de saberes, além do reconhecimento da necessidade do aprendizado, despertando o interesse pela temática.