Navegando por Palavras-chave "Doenças reumáticas autoimunes"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Eventos adversos do tratamento medicamentoso de pacientes com doenças reumáticas autoimunes na infância: uma coorte retrospectiva em centro único(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2018-03-08) Said, Manar [UNIFESP]; Terreri, Maria Teresa De Sande E Lemos Ramos Ascensao [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8637770177909348; http://lattes.cnpq.br/0686611987744807; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: As doenças reumáticas autoimunes (DRAIs) são doenças inflamatórias decorrentes de alterações no sistema imunológico, e se manifestam com comprometimento de articulações e de outros órgãos e sistemas. O tratamento inclui anti-inflamatórios, imunossupressores e agentes biológicos. Estas medicações levam ao controle das DRAIs, entretanto podem ocasionar diversos eventos adversos (EAs) de leves a graves, com necessidade de novos medicamentos, redução de dose ou até a suspensão da medicação causadora do EA. Os EAs contribuem para a morbidade da doença ou até mortalidade em alguns casos. A gravidade dos EAs depende da sua dose, via de administração, tempo de utilização e associação medicamentosa, além da presença de outros fatores agravantes. Objetivos: Descrever os EAs dos medicamentos utilizados no tratamento das DRAIs e avaliar sua gravidade, fatores associados, condutas tomadas e evolução destes eventos em pacientes pediátricos com artrite idiopática juvenil (AIJ), lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ) e dermatomiosite juvenil (DMJ). Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo descritivo e analítico de uma coorte de crianças e adolescentes tratados em centro especializado terciário em reumatologia pediátrica. A pesquisa avaliou todos os EAs dos medicamentos relatados nos prontuários dos pacientes e compilados por meio de questionário específico de cada uma das três doenças e em seguida armazenados em planilhas de excel. Foram avaliadas as associações entre os fatores agravantes ao EA, tais como idade do paciente, dose, via de administração e tempo de uso da medicação, em pacientes tratados com metotrexate e glicocorticóides. Resultados: Dos 662 pacientes (391 com AIJ,162 LESJ e 69 DMJ) de nosso centro, 547 pacientes foram incluídos e 951 EAs foram observados. O MTX foi a medicação mais causadora de EAs que ocorreram em 63,3% dos pacientes, seguida dos glicocorticóides. Outras medicações como ciclofosfamida, ciclosporina, azatioprina, micofenolato, leflunomide, cloroquina, etanercepte, infliximabe, adalimumabe, tocilizumabe, rituximabe e gamaglobulina também causaram EAs. O abatacepte não causou nenhum EA. A maioria dos pacientes com EAs ao MTX apresentou intolerância gastrointestinal e aumento de enzimas hepáticas. Quando estratificados por doença, os EAs foram associados a doses do MTX ≥ 0,6 mg\kg\semana. Doses ≥ 0,5 mg/kg/dia de glicocorticóide foram associadas a aumento de EAs. Por outro lado, o tratamento com pulsoterapia não induziu à ocorrência de EAs. Dois pacientes (0,2%) apresentaram EAs ameaçantes à vida e 35 (3,7%) apresentaram EAs graves. Nenhum caso de morte relacionado à medicação foi registrado. A conduta mais usada frente aos EAs foi a suspensão, redução ou mudança de via de administração da medicação, ou uso de outros medicamentos, além de orientações. Conclusão: Este estudo é unico por ser o maior estudo retrospectivo na literatura a abordar os EAs dos medicamentos utilizados ao longo do tratamento das DRAIs na infância num centro especializado. Foi concluído que os EAs associados ao tratamento das DRAIs são frequentes e necessitam de atenção farmacêutica e avaliação de fatores associados à sua ocorrência tais como idade, dose, tempo, via de administração e doença. Este estudo mostrou que a ocorrência dos EAs pode estar associada à doença avaliada ou a outros medicamentos combinados.