Navegando por Palavras-chave "Disruptores Endócrinos"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Situação atual da contaminação de águas e efluentes por parabenos e alternativas de tratamento(Universidade Federal de São Paulo, 2022-12-15) Santos, Paloma Silva [UNIFESP]; Ribeiro, Katia [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6490500674409303Os parabenos são conservantes muito utilizados em diferentes áreas como a farmacêutica, a alimentícia e a de cosméticos, pois são baratos e possuem atividade antifúngica e antibacteriana satisfatória. Os quatro parabenos mais aplicados em produções são o metilparabeno, o etilparabeno, o propilparabeno e o butilparabeno. Eles se diferem pelo tamanho da cadeia carbônica que os compõem, o que impacta em diferentes potências em relação a ação deles como conservantes. Diversos estudos na área da saúde comprovam que os parabenos têm ação de disruptores endócrinos que mimetizam hormônios, fazendo com que as células acabem recebendo sinais diferentes do que deveriam ou sinal nenhum. Essa ação pode causar desde espinhas até alterações graves como a baixa contagem de esperma e câncer de mama. Essa característica, associada ao difundido uso desses compostos, começaram a levantar questões sobre a qualidade das águas oriundas do tratamento de efluentes de indústrias e do esgoto doméstico. Os parabenos são poluentes quantificados a pouco tempo, e por isso são considerados poluentes emergentes, não possuindo uma regulamentação rígida sobre o lançamento deles em corpos d’água. Em diversos países, é possível, por meio de análises cromatográficas, encontrar esses compostos na água, sendo o Brasil um dos países com os índices mais alarmantes, já que as técnicas de tratamento hoje aplicadas não são tão eficientes, o nível mais preocupante relatado foi de 11000 ng/L de butilparabeno em diferentes corpos d’água na cidade de São Carlos/SP. O butilparabeno também já foi reportado em água de garrafa no Brasil, onde estava numa concentração máxima de 242 ng/L. Isto mostra que esses compostos não são efetivamente removidos nos tratamentos de água tradicionais, como a coagulação e decantação, entre outros. Esse trabalho teve como objetivo verificar quais são os melhores métodos de remoção desses poluentes de águas, considerando a eficiência de remoção, aplicabilidade e custo, além de apresentar o panorama atual da contaminação de matrizes de água por parabenos em diversos locais do mundo. Os parabenos são compostos hidrofílicos em algumas de suas conformações, o que faz com que a remoção deles seja complexa, demandando processos específicos como processos de oxidação avançada, separação por membrana, adsorção e processos de biorremediação e biodegradação. Os processos de oxidação demandam alto gasto energético e alto custo de implantação, tornando-os menos atrativos para a remoção do poluente, porém ele é rápido e eficiente, chegando a remover 3,6 mg/L de butilparabeno em 30 min. O contrário ocorre nos processos de biorremediação e biodegradação. Eles têm como vantagens serem tratamentos limpos e que podem gerar biomassa de valor agregado, como os tratamentos por microalgas, porém são mais lentos, removendo até 0,93 mg/L de parabeno em 5 horas. Os tratamentos de remoção por membrana têm uma boa eficiência, mas podem ser até mais lentos do que os tratamentos de biorremediação e biodegradação, chegando a uma remoção de 0,0097 mg/L de parabeno em 1 hora de tratamento por nanofiltração. A adsorção é um tratamento de simples execução, porém desvantagens como a perda do adsorvente e a provável necessidade de um tratamento secundário podem torná-la uma opção não muito atrativa. Dessa forma, foi possível notar que os melhores tratamento para remoção de parabenos são os tratamentos oxidativos avançados, porém pelo seu apelo econômico e ambiental, os tratamentos biológicos devem ser considerados como alternativa.