Navegando por Palavras-chave "Diagnósticos de deficiências e transtornos"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Diagnósticos de deficiências e transtornos na Educação Infantil: dispositivos a serviço de quê?(Universidade Federal de São Paulo, 2022-09-30) Gonçalves, Maria Rozineti [UNIFESP]; Carvalho, Maria de Fátima [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1875338693729537; http://lattes.cnpq.br/5750664333808639Este trabalho apresenta uma investigação sobre os modos como diagnósticos de deficiência e transtornos incidem sobre processos de inclusão escolar na Educação Infantil em um município paulista. Analisa racionalidades (crenças e razões) e concepções que sustentam esses dispositivos-diagnósticos de identificação e classificação das crianças em sua relação com políticas públicas e teorizações. Como objetivos específicos identificou como os diagnósticos são produzidos: quem realiza, onde, quando, como, a partir do que, para que; investigou e discutiu quais informações esses diagnósticos revelam na rede municipal de educação; analisou e discutiu a relevância das informações diagnósticas e os usos e efeitos decorrentes para organização do atendimento em educação e, por fim, compreendeu em que medida e como processos de qualificação via diagnóstico concorrem para a inclusão escolar e o atendimento educacional especializado de crianças de zero a cinco anos. Trata-se de pesquisa qualitativa com aporte na Psicologia Histórico-Cultural de Vigotski, abordagem que propõe e explica a dimensão social dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento, perfazendo um campo teórico fértil para a discussão contemporânea da produção de diagnósticos e transtornos na infância, a partir do deslocamento de compreensões e ênfases médico-psicológicas de bases biológicas para as que destaquem as dimensões histórico-cultural, política e social. O trabalho empírico envolveu a realização de entrevistas semiestruturadas, online e em modo síncrono com treze profissionais (psicólogas, pedagogas, gestoras e professoras), responsáveis por ações diagnósticas e vinculadas à Secretaria de Educação. Apresenta breve história da Educação Infantil no Brasil e no município, em seu funcionamento e relação com a Educação Inclusiva. Recupera e discute documentos produzidos pela rede sobre o tema, destacando o lugar da Psicologia Escolar em sua relação com os dispositivos de diagnósticos. As análises das perspectivas das participantes têm como base a ideia do diagnóstico como dispositivo social e seus desdobramentos e foram compostas por 4 eixos: (1) como a escola se mobiliza perante as crianças não normativas e como se dá a emergência do diagnóstico - “Uma criança de 5 anos sacode toda uma escola”; (2) a solicitação do diagnóstico como explicação (única) desses processos e sua gênese - “Saíram tudo do armário”; (3) o aumento dos diagnósticos precoces, especialmente do autismo/TEA - “(vendo) pelo em ovo” e (4) a ótica da medicalização da infância e da deficiência – É preciso “matar a infância”?. Os apontamentos e as reflexões produzidas sobre o diagnóstico como dispositivo social revelam como ele produz uma rede de elementos que incide, alimenta, organiza e governa diferentes aspectos do processo educativo e inclusivo, convergindo em forças que têm sustentado os processos de capacitismo e medicalização na educação infantil.