Navegando por Palavras-chave "Contaminantes de interesse emergente"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeitos ecotoxicológicos do Ibuprofeno para Daphnia ssp.: uma revisão da literatura(Universidade Federal de São Paulo, 2021-02-08) Reinbold, Juliana Moura [UNIFESP]; Kummrow, Fábio [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5860088594236271A quantidade de compostos químicos sintéticos, incluindo os fármacos e produtos farmacêuticos, produzidos e consumidos ao redor do mundo vem crescendo durante as últimas décadas. Entretanto, os resíduos provenientes do seu uso ingressam no meio ambiente de maneiras diferentes, podendo atingir solos, corpos d’água e atmosfera, causando contaminação e, eventualmente, poluição. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a literatura disponível sobre a toxicidade do anti-inflamatório não esteroidal ibuprofeno para Daphnia spp., incluindo estudos que avaliaram efeitos tóxicos agudos e crônicos, análises proteômicas e metabolômicas, além de respostas genotóxicas. Foram encontrados 29 artigos originais disponíveis na literatura, sendo em sua maioria artigos sobre toxicidade aguda. Os artigos sobre toxicidade crônica encontrados avaliaram além do parâmetro sobrevivência, como recomendado pelo protocolo, o crescimento intrínseco e dinâmica populacional. Para os testes agudos, as concentrações efetivas 50% (CE50) variaram entre 5,70 e 175 mg L-1 para ambas as espécies de Daphnia, a Daphnia magna e a Daphia similis, e, considerando estes valores, sete artigos classificaram o ibuprofeno como moderadamente tóxico para organismos aquáticos. Através também dos estudos agudos, o ibuprofeno se mostrou um composto com efeitos tempo e concentração dependentes. A reprodução das Daphnias também foi prejudicada, devido a uma realocação de energia para manutenção do organismo e, até mesmo em menores concentrações de ibuprofeno, foram observados efeitos prejudiciais em novas gerações de D. magna. Ao final da análise, conclui-se que o ibuprofeno é um fármaco tóxico para Daphnias e pode afetar a reprodução, a manutenção das populações, causar a inibição de importantes genes e induzir efeitos genotóxicos, podendo acarretar prejuízos severos aos ecossistemas de águas doces.
- ItemRestritoPanorama regulatório internacional sobre avaliação de risco ambiental de fármacos de uso humano e possíveis contribuições para o estabelecimento da regulamentação brasileira(Universidade Federal de São Paulo, 2022-12-01) Silva, Isadora Rodrigues [UNIFESP]; Kummrow, Fábio [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5860088594236271; http://lattes.cnpq.br/1177290441255970Os fármacos de uso humano e seus derivados são classificados como contaminantes de interesse emergente presentes no ambiente, principalmente no meio aquático. Os efeitos negativos dos fármacos no meio ambiente e em organismos vivos vêm sendo descritos na literatura, e causando preocupações de saúde pública. Como alternativa para minimizar e controlar possíveis impactos ambientais dos fármacos de uso humano, a exigência da Avaliação de Risco Ambiental (ARA) é uma estratégia que tem como objetivo aprimorar o gerenciamento da presença dos fármacos no meio ambiente visando prevenir, reduzir e/ou minimizar seus potenciais impactos ambientais negativos. As exigências de ARA da União Europeia (UE), Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão foram descritas e discutidas com o objetivo de apontar aspectos positivos e melhorias que podem refletir diretamente na construção de uma possível regulamentação brasileira. No geral, os critérios para a realização da ARA variam dependendo do país. Foi observado que os Estados Unidos, UE e Canadá possuem diretrizes e guias específicos, aplicáveis para medicamentos, enquanto a Austrália e o Japão exigem a ARA para substâncias químicas em geral. Apenas os Estados Unidos consideram a ARA na avaliação risco-benefício do medicamento. Todos os países estudados possuem substâncias isentas da ARA e por isso, não é possível determinar a quantidade real de importação e/ou produção e consumo, resultando em potenciais impactos ambientais não monitorados. Uma grande desvantagem observada em todas as ARA discutidas é que não há nenhuma regulamentação que detalhe como as medidas de mitigação de risco devem ser elaboradas quando é comprovado que o fármaco de interesse impacta negativamente o meio ambiente. A futura regulamentação do Brasil pode ser construída com base nas melhores práticas internacionais e na melhoria destas, a exemplo da implementação de uma lista de insumos farmacêuticos ativos (IFA) prioritários. Idealmente, o monitoramento dos possíveis riscos ambientais deve ser garantido em cada etapa do processo de desenvolvimento, utilização e descarte dos medicamentos.