Navegando por Palavras-chave "Contaminação de hemocultura"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Caracterização epidemiológica, clínica e microbiológica das infecções da corrente sanguínea de unidades de terapia intensiva adulto de um hospital terciário de ensino da cidade de São Paulo(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-06) Santos, Paulo Henrique Dantas dos [UNIFESP]; Medeiros, Eduardo Alexandrino Servolo de [UNIFESP]; Chagas Neto, Thomás Cardoso [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0657127828327101; http://lattes.cnpq.br/9548262587954222; http://lattes.cnpq.br/7071042329034394Introdução: A infecção da corrente sanguínea (ICS) está associada a alta morbidade e mortalidade em todo o mundo. Os termos bacteremia e ICS são frequentemente usados como sinônimos e geralmente se referem ao isolamento de um microrganismo a partir de uma hemocultura obtida de um paciente com sinais clínicos de infecção. Essas infecções são frequentemente classificadas como primárias (sem foco identificado) ou secundárias quando associadas à confirmação clínica ou microbiológica da infecção em um sítio definido. Atualmente, o aumento da incidência de microrganismos resistentes a diversos antimicrobianos, principalmente em unidades de terapia intensiva (UTI), resulta em difícil tratamento destas infecções e na escolha do tratamento adequado, seja empírico ou direcionado. Objetivos: 1. Identificar os microrganismos isolados e o perfil de sensibilidade das hemoculturas coletadas dos pacientes com ICS de unidades de terapia intensiva; 2. Avaliar as taxas de contaminação das hemoculturas; 3. Avaliar a adesão ao protocolo institucional de antibioticoterapia empírica e direcionada. 4. Determinar o impacto das ICS na mortalidade. Métodos: Foi realizado um estudo tipo coorte histórico com os dados clínicos e laboratoriais dos pacientes com hemoculturas coletadas e definidas como ICS primaria ou secundária, laboratorialmente confirmadas, em duas UTIs adulto do Hospital São Paulo – Hospital Universitário da Unifesp durante o período de 48 meses, janeiro de 2018 a dezembro de 2021. Foi produzido um banco de dados com as informações sociodemográficas, clínicas e laboratoriais obtidos através do prontuário eletrônico do paciente (PEP) e da base de dados do serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH) e do laboratório de microbiologia. O estudo foi aprovado pelo Comitê Ética – Plataforma Brasil – CAAE: 12251219.2.000.5505. Resultados: Foram identificadas 3.429 hemoculturas coletadas, destas 78% (N= 2.677/3.429) tiveram o resultado negativo e 22% (N= 752/3.429) positivas. Destas, 64% (N= 486/752) foram consideradas como agentes contaminantes como Staphylococcus coagulasenegativa (N= 484/486) e Corynebacterium amycolatum (N=02/486). A taxa de contaminação das hemoculturas teve maior frequência no ano de 2020 nas UTIs do estudo. Foi observado a prevalência de ICS por um único microrganismo (N=166/186): Klebsiella pneumoniae (N=55/186), seguido por Acinetobacter baumannii (29/186), Staphylococcus coagulasenegativa (N=28/186), Staphylococcus aureus (N=25/186), Enterococcus spp (N=19/186) e Candida spp (N=12/186). O período de positividade das hemoculturas dos principais agentes etiológicos foi inferior a 24 horas na maior parte dos casos. A sensibilidade aos principais antimicrobianos foi avaliada, assim como a concentração inibitória mínima (CIM): Klebsiella pneumoniae e Acinetobacter baumannii apresentaram alta resistência aos carbapenêmicos e a polimixina B. Todos os pacientes com diagnóstico de ICS receberam antibioticoterapia empírica. A mortalidade atribuída antes da adequação terapêutica foi de 19% (N=35/186). O meropenem (N=124/186), seguido da vancomicina (N=112/186), polimixina B (N=63/186), amicacina (N=42/186) e fluconazol (N=23/186), foram os principais antimicrobianos empíricos utilizados em monoterapia e em combinações terapêuticas. Do total de pacientes, apenas 47% (N=87/186) apresentaram sensibilidade aos antimicrobianos utilizados na terapia empírica, destes 14% (N=12/87) morreram e 42% (N=78/186) apresentaram resistência a pelo menos um antimicrobiano utilizado, destes 26% (N=20/78) morreram. Cinco por cento (N=10/186) dos isolados das ICS não foram submetidos a testes de sensibilidade e 6% (N=11/186) dos pacientes receberam antimicrobianos não indicados para o tratamento do agente etiológico, destes 27% (N=3/11) morreram. Dos pacientes que receberam terapia direcionada (N=151/186), 30% receberam monoterapia, sendo que 86% (N=30/35) continuaram o tratamento com ao menos um antimicrobiano utilizado na terapia empírica e 14% (N=5/35) tiveram alteração do antimicrobiano baseado na identificação do agente etiológico e na sua sensibilidade aos antimicrobianos, nenhum paciente morreu durante o período da terapia direcionada. Conclusão: Os Gramnegativos, especialmente Klebsiella pneumoniae resistentes aos carbapenêmicos, foram os principais microrganismos identificados nas ICS durante o período do estudo e a mortalidade relacionada a este agente foi maior do que nas infecções por outros Gramnegativos e Grampositivos O ambiente de alta resistência dificulta a assertividade da antibioticoterapia impactando diretamente na resistência aos antimicrobianos preconizados para a terapia empírica e direcionada institucionalmente. Medidas de controle, prevenção e a educação continuada dos multiprofissionais da assistência ao paciente, devem ser desenvolvidas e aplicadas.