Navegando por Palavras-chave "Consumo excessivo de bebidas alcoólicas"
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- ItemEmbargoImpacto da intoxicação alcoólica durante a adolescência nos comportamentos de avaliação de risco e consumo de etanol em camundongos adultos fêmeas e machos(Universidade Federal de São Paulo, 2022-09-30) Pichinin, Letícia de Souza [UNIFESP]; Abrahão, Karina Possa [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1245502652994136; http://lattes.cnpq.br/0085284216737054A adolescência é a fase final do neurodesenvolvimento e é neste período que usualmente ocorre o início da experimentação de álcool. É popular entre os jovens, o consumo de muitas doses desta droga em um curto período de tempo, o que leva à intoxicação alcoólica. Além da maior vulnerabilidade para acidentes, a intoxicação alcoólica durante a adolescência é fator de risco para piores desfechos na vida adulta, como o transtorno por uso de substâncias e a piora das funções cognitivas. É possível estudar os impactos do álcool no desenvolvimento em animais de experimentação, que também possuem adolescência e exibem comportamentos homólogos aos dos seres humanos. Desta forma, buscamos avaliar como episódios repetidos de intoxicação alcoólica durante a adolescência podem alterar os comportamentos de avaliação de risco e consumo de etanol na fase adulta. Utilizamos camundongos C57Bl/6 fêmeas e machos com seis semanas de idade que passaram por quatro episódios intermitentes de intoxicação alcoólica (3,2 g/kg à 20% v/v, i.p.) ou administração de salina (0,9% p/v - grupo controle). Em um experimento foi coletado sangue no primeiro e último dia de intoxicação para avaliação da alcoolemia sérica. Nos demais experimentos, os animais, já na fase adulta com mais de oito semanas de idade, foram submetidos a testes comportamentais para avaliação de comportamentos do tipo ansioso com foco na avaliação de risco, com ou sem exposição prévia a uma baixa dose de etanol (1,2 g/kg à 10% v/v, i.p.), ou ao teste de consumo voluntário de etanol. Os animais desenvolveram tolerância ao efeito depressor postural do etanol, apesar de continuarem fortemente intoxicados em todos os dias do protocolo. Na vida adulta, apenas as fêmeas intoxicadas na adolescência apresentaram efeito estimulante e ansiolítico em resposta a uma baixa dose de etanol. Os machos intoxicados apresentaram comportamentos do tipo ansioso, efeito revertido pela administração aguda de uma baixa dose de etanol. Os animais previamente intoxicados fizeram menor avaliação de risco do que os que não haviam recebido etanol na adolescência. As fêmeas intoxicadas consumiram mais etanol na vida adulta do que as fêmeas do grupo controle, efeito não observado nos machos. A análise da microestrutura do consumo oral voluntário revelou que os machos intoxicados demoraram mais para fazer o primeiro bout de etanol no início do experimento, enquanto ao final demoram menos que os machos do grupo controle. Já as fêmeas intoxicadas demoraram mais para fazer a primeira lambida de etanol, porém fizeram mais bouts do que as fêmeas do grupo controle, efeito não observado nos machos. Os dados sugerem que a intoxicação alcoólica pesada durante a adolescência altera os padrões comportamentais do tipo ansioso e de avaliação de risco, além dos níveis de consumo voluntário de etanol na vida adulta com diversidade de efeitos para cada sexo.