Navegando por Palavras-chave "Classificação de Robson"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Desfecho perinatal e distribuição dos partos, de acordo com a classificação de Robson, em fetos com peso estimado abaixo do percentil 10(Universidade Federal de São Paulo, 2023-03-20) Mazzola, Jaqueline Brandão [UNIFESP]; Nardozza, Luciano Marcondes Machado [UNIFESP]; Sun, Sue Yazaki [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3253295555494164; http://lattes.cnpq.br/1184942167958634; http://lattes.cnpq.br/0878618466039576Introdução: gestações com complicações clínicas e obstétricas, tal como a restrição de crescimento fetal (RCF), não implicam absolutamente em parto cesáreo. Estudos atuais apontam possibilidade de parto vaginal com segurança no contexto da RCF. Objetivos: avaliar os desfechos perinatais, incluindo a via de parto pela Classificação de Robson, dos fetos com peso estimado abaixo do percentil 10 acompanhados em centro terciário segundo protocolo local. Métodos: estudo retrospectivo e observacional selecionando as gestações únicas internadas para parto no serviço de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. Critérios de exclusão: malformações fetais e suspeita de infecção fetal. Foram categorizados três grupos na amostra: grupo RCF (restrição de crescimento fetal definida pelo consenso Delphi), grupo PIG (pequeno para a idade gestacional - fetos com peso estimado abaixo do percentil 10 mas sem critérios de RCF pelo consenso Delphi) e grupo controle (demais partos da instituição no período). Além do estudo da via de parto, os principais desfechos avaliados foram: óbito fetal, idade gestacional do parto, peso do nascimento, Apgar de 5° minuto, necessidade de reanimação neonatal, admissão em unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal, tempo total de internação e óbito intrahospitalar. Resultados: incluídas 852 gestantes sendo 747 pacientes do grupo controle, 85 pacientes do grupo RCF e 20 pacientes do grupo PIG. No grupo RCF a mediana da idade materna (p=0.012), da idade gestacional do parto (p<0.001) e do peso do recémnascido (p<0.001) foram menores enquanto a taxa de parto cesáreo foi maior (p<0.001). Em relação ao desfecho perinatal, houve diferença nas taxas de reanimação neonatal (p<0.001), admissão em UTI neonatal (p<0.001) e tempo total de internação em UTI (p<0.001) entre os grupos, sendo maior no grupo RCF. Apesar da maior taxa de parto cesáreo no grupo RCF (p<0.001), quando avaliamos esse grupo individualmente e categorizamos essas pacientes à admissão pela classificação de Robson percebemos que nos grupos de Robson 1 a 5.1 (onde estão alocadas as pacientes com maior chance de parto vaginal pelas características intrínsecas do grupo associadas ao nosso protocolo de seguimento e conduta) conseguimos parto pela via vaginal em quase 60% das pacientes sem aumento da morbidade perinatal. Conclusões: apesar de encontrar maior prevalência de parto cesariano e de alguns desfechos perinatais desfavoráveis no grupo RCF, não foram observadas diferenças entre as taxas de óbito fetal (p=0.723) e de óbito intra-hospitalar (p=0.213) entre os grupos, denotando seguimento adequado no grupo RCF. E mesmo na presença dessa condição, o parto vaginal deve ser considerado especialmente nos grupos de Robson onde há maior sucesso da via vaginal (grupos 1 a 5.1), buscando evitar a primeira cesariana ou a cesariana de repetição.
- ItemEmbargoIntervenção com o uso da classificação de Robson para reduzir as taxas de cesáreas em hospitais municipais de São Paulo(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-11) Guimarães, Alberto Jorge Sousa [UNIFESP]; Torloni, Maria Regina [UNIFESP]; Sass, Nelson [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6079546404174722; http://lattes.cnpq.br/5661395483781554; http://lattes.cnpq.br/2755071833604953Introdução: A elevada porcentagem de partos por cesárea (CS) é um problema de saúde pública global desafiador que também afeta hospitais públicos brasileiros. Várias estudos descrevem o uso de auditoria e feedback usando a classificação de Robson para reduzir as taxas de CS. Porém, até 2015 havia poucos estudos sobre o tema envolvendo hospitais públicos brasileiros. Objetivo: Analisar a efetividade e segurança de uma intervenção multifacetada envolvendo auditoria e feedback com a classificação de Robson para reduzir as taxas de CS em hospitais públicos municipais da cidade de São Paulo. Métodos: Este estudo de serie temporal interrompida envolveu os seis hospitais públicos paulistanos com as maiores taxas de CS em 2014. O estudo foi realizado em 20152017 (30 meses). Colhemos dados mensais sobre as taxas gerais de CS e por grupo de Robson durante três períodos: PréIntervenção (01/07/201530/06/2016, 12 meses), Intervenção (01/07/201631/12/2016, 6 meses) e PósIntervenção (01/01/201731/12/2017, 12 meses). A intervenção teve seis componentes dirigidos aos gestores e profissionais de saúde: 1) auditoria e feedbaack periódicos das taxas de CS usando a classificação de Robson, 2) goal setting para a taxa geral de CS (< 35%), 3) distribuição e incentivo ao uso de protocolos assistenciais baseados em evidências, 4) reuniões educativas informativas periódicas com os coordenadores de obstetrícia dos hospitais, 5) Newsletters informativas periódicas, 6) tutoria entre hospitais. Resultados: Não houve mudança estatisticamente significativa nas taxas gerais médias de CS entre os três períodos em nenhum dos hospitais. Porém, cinco dos seis hospitais tiveram redução significativa nas taxas de CS em pelo menos um dos grupos de Robson no período pósintervenção comparado com o período préintervenção ou intervenção. Ocorreu redução significativa nas taxas de CS nos grupos de Robson 1 e 5a em dois hospitais, no grupo 2a em um hospital, no grupo 4 (e 4a) em um hospital, e no grupo 5b em um hospital. Não houve mudança significativa na razão de mortalidade materna durante o estudo em nenhum dos hospitais. Cinco dos seis hospitais não tiveram mudança significativa nas taxas de asfixia (Apgar <7 no 5º minuto) entre os três períodos do estudo. O único hospital que não teve mudança significativa nas taxas de CS em nenhum dos grupos de Robson teve um aumento significativo na taxa de asfixia neonatal no período pósintervenção comparado com o préintervenção. As taxas de mortalidade perinatal ficaram inalterada ao longo do estudo em cinco hospitais e cairam significativamente em um hospital no período pósintervenção comparado com o período intervenção. Conclusão: A intervenção multifacetada não produziu uma redução significativa nas taxas gerais de CS. Porém, cinco dos seis hospitais tiveram redução significativa nas taxas de CS em pelo menos um dos grupos de Robson, sem aumentar eventos adversos maternos ou perinatais.