Navegando por Palavras-chave "Citocinas pró-inflamatórias"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Participação do núcleo do trato solitário comissural e dos corpúsculos carotídeos durante o desenvolvimento e manutenção da hipertensão renovascular em ratos(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2017-09-28) Melo, Mariana Del Rosso de [UNIFESP]; Colombari, Eduardo [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4544450092427426; http://lattes.cnpq.br/9267221901894147; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica que é usualmente classificada como hipertensão primária/ idiopática e hipertensão secundária. Um importante modelo experimental de hipertensão secundária é o modelo de hipertensão renovascular 2 rins 1 clipe (2R1C), que é dependente da maior atividade do sistema renina-angiotensina (SRA) e da atividade simpática. Outros fatores podem contribuir para o aumento da pressão arterial em diferentes modelos de hipertensão, tais como: alterações na atividade neuronal do núcleo do trato solitário comissural (NTS comissural) e na sensibilidade dos quimiorreceptores periféricos, localizados nos corpúsculos carotídeos (CC). Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a participação do NTS comissural e dos CC nos parâmetros cardiorrespiratórios em animais 2R1C. Foram utilizados ratos Holtzman que tiveram o clipe de prata inserido ao redor da artéria renal para induzir a hipertensão 2R1C. Após quatro semanas, em um grupo de animais, o CC foi removido (RCC). Em outro grupo de animais, seis semanas após a cirurgia 2R1C, salina ou isoguvacina (agonista gabaérgico) foi injetado no NTS comissural. Nossos resultados mostraram que a injeção de isoguvacina no NTS comissural produziu intensa redução da pressão arterial média (PAM) e da freqüência cardíaca (FC) nos animais 2R1C, mostrando que os neurônios do NTS comissural estão tonicamente mais ativados, sendo de fundamental importância para a manutenção da hipertensão nesses animais. Parte dessa ativação pode ser causada por sinais excitatórios provenientes dos CC, uma vez que a RCC foi capaz de reduzir a PAM e atenuar o desenvolvimento da hipertensão em animais RCC/2R1C, mas nenhum parâmetro cardiovascular foi alterado nos animais normotensos (NT). Nós também avaliamos os parâmetros ventilatórios nos animais 2R1C e os resultados mostraram que animais sham-RCC/2R1C apresentam aumento de ventilação (VE) quando comparado à de animais sham-RCC/NT devido ao aumento do volume corrente (VT). Em seguida testamos a hipótese de que o aumento da ventilação seria decorrente do aumento do consumo de O2 (VO2) e da liberação de CO2 (VCO2). Os resultados obtidos mostraram que animais sham-RCC/2R1C apresentam aumento de VO2 e de VCO2, quando comparado a animais sham-RCC/NT; no entanto, a RCC não foi capaz de alterar VO2 ou VCO2 nos animais 2R1C. Assim, nós sugerimos que o aumento da ventilação pulmonar nos animais 2R1C não era dependente de VO2 ou VCO2, mas que poderia ser dependente de mecanismos que acarretassem na maior atividade e/ou sensibilização dos CC. Para que essa questão fosse esclarecida, nós avaliamos a sensibilidade do quimiorreflexo periférico nos animais hipertensos e normotensos. Obtivemos como resultado que as respostas ventilatórias à hipóxia foram exacerbadas nos animais sham-RCC/2R1C quando comparada ao de animais sham-RCC/NT, indicando que os CC destes animais estão mais sensibilizados, o que poderia explicar aumento da ventilação basal nos animais hipertensos. Além disso, estudos já mostraram que a sinalização angiotensinérgica no SNC induz a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e facilita o aumento da pressão arterial. Para testar se a ANG II e as EROs no NTS comissural também poderiam estar envolvidas com a hipertensão renovascular, seis semanas após a cirurgia 2R1C, salina ou losartan foi injetado no NTS comissural. Os procedimentos de imunohistoquímica para marcação de Iba-1 ou GFAP e RT-PCR também foram realizados. Observamos que o antagonismo de receptores de angiotensina do tipo 1 (AT1R), promoveu redução da pressão arterial somente nos ratos hipertensos, e que a expressão de NOX2, IL-6 e TNF-α está aumentada no NTS desses animais. Considerando que a NOX2 está localizada em células da glia, nós marcamos por meio de imunohistoquímica, astrócitos e micróglias no NTS de animais 2R1C e NT. Os resultados mostraram que animais 2R1C apresentam aumento do número de micróglias e astrócitos no NTS comissural, sugerindo que os altos níveis de pressão arterial observados nos animais 2R1C parecem ser dependentes da interação entre as vias ANG II/ AT1R, EROs e citocinas pró-inflamatórias no NTS comissural. No presente estudo, nós também avaliamos o fenótipo dos neurônios do NTS comissural que participam da manutenção da hipertensão arterial, bem como as áreas para as quais eles se projetam. Em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) foi realizada a injeção do vírus AAV-CBA-hM4DREADD-mCherry no NTS comissural. Três semanas após, foram realizadas as medidas dos parâmetros cardiovasculares e também os procedimentos imunohistoquímicos. Os resultados demonstraram que parte dos neurônios do NTS comissural responsáveis pela manutenção da hipertensão eram imunorreativos para PHOX2B e se projetavam para os neurônios C1/área rostroventrolateral do bulbo (RVL), grupamento respiratório ventral rostral (GRVr) e complexo Bötzinger, que são importantes áreas que modulam a atividade simpática e respiratória. Como conclusão, os resultados sugerem que a maior atividade neuronal do NTS comissural é essencial para a manutenção da hipertensão em ratos 2R1C e que esses neurônios podem ser ativados por informações provenientes de quimiorreceptores periféricos e também por ação direta da ANG II. Além disso, esses neurônios podem ativar áreas responsáveis pelo controle da atividade simpática e respiratória levando a hipertensão nos animais 2R1C.